sábado, 18 de agosto de 2012


Sumário







LIÇÃO 8 – OS MORTOS EM CRISTO



Texto – 1 Tessalonicenses 4:13-18


Pr. José Silvio Ferreira
Secretário Ministerial
Associação Paulistana


                                               
O mundo pagão daqueles tempos não tinha esperança nenhuma de vida depois da morte. Uma inscrição típica encontrada em um túmulo demonstra esse fato: “Eu não existia. Vim a existir. Não existo. Não me importo.”


Os gregos em especial, apesar de sua imaginação extremamente fértil e sua farta mitologia, não tinham coisa alguma que servisse de consolo aos que perdiam familiares e amigos. A grande esperança dos gregos era justamente livrar-se do corpo, que era a prisão da alma. Por que alguém desejaria que seu corpo fosse ressuscitado? Além disso, como seria possível ressuscitar o corpo, uma vez que seus elementos estariam decompostos e misturados com a terra? Para eles, a doutrina da ressurreição era absurda e impossível (Warren Wiersbe, Comentário Bíblico Expositivo).


Parece que, em nossos dias, não se percebe muita diferença nas ideias concernentes à morte e ao destino do ser humano. É claro, os conceitos e argumentos são mais sofisticados, rebuscados e envolventes se comparados aos antigos. Mas as diversas conclusões continuam incongruentes e ineficazes em oferecer esperança a corações doloridos pela separação de entes queridos.


Exatamente por isso quero aproveitar a oportunidade propiciada pelo assunto em pauta na lição desta semana, para tentar oferecer aos leitores uma reflexão mais segura sobre este tema tão antigo e ao mesmo tempo tão “pós-moderno”.


Os cristãos de Tessalônica estavam preocupados com seus queridos que haviam falecido. Qual seria o destino dessas pessoas quando o Senhor voltasse? Estariam em desvantagem em relação aos vivos? Os vivos, na vinda de Cristo, teriam algum privilégio em relação aos que faleceram? Em outras palavras, a inquietude dos tessalonicenses não era simplesmente com o destino dos mortos, mas também quanto à relação entre a ressurreição dos mortos e o arrebatamento dos vivos. No texto para o estudo desta semana, Paulo responde a essas perguntas e oferece encorajamento e consolo fundamentado na segura revelação divina. Atente para o esboço que se segue:



1. Paulo não quis deixar seus irmãos na ignorância sobre esse assunto tão importante, a fim de que não se entristecessem com respeito a seus mortos. O fundamento correto de sua esperança deveria ser a ressurreição de Jesus Cristo, que garante a ressurreição dos justos (v. 13, 14).



2. Na vinda do Senhor, os que estiverem vivos não terão nenhuma vantagem sobre os mortos; estes, mediante a ordem divina, ressuscitarão primeiro. Logo, os vivos serão reunidos ao Senhor, e todos estarão com Ele para sempre. Esse é o grande consolo dos cristãos (v. 15-18; Bonnet y Schroeder).



A situação em Tessalônica
Embora a pregação missionária em Tessalônica tivesse tratado da “parousia”, algumas perguntas tinham ficado sem respostas. Em particular, a igreja perturbada por algumas mortes recentes, estava tentando saber se as glórias do grande dia estavam reservadas apenas para os vivos. Paulo explicou que os cristãos mortos vão compartilhar do triunfo, como da ressurreição do seu Senhor (F. F. Bruce; Comentário Bíblico NVI).


Os tessalonicenses não negavam a ressurreição dos mortos, como acontecia com os crentes de Corinto (1Co 15). O problema era simplesmente uma carência de mais luz sobre o tema. Isso era natural em cristãos que não haviam desfrutado mais que algumas semanas de instruções apostólicas. Suas concepções sobre a ressurreição eram obscuras; sua fé sobre este ponto, vacilante. Depositavam todas as suas esperanças no futuro regresso de Cristo, no estabelecimento de Seu reino, mas não sabiam bem como participariam desse reino os que eles viam morrer antes da grande consumação de todas as coisas. Assim sendo, sofriam de uma tristeza muito natural (v. 13). O propósito do apóstolo na instrução que segue, foi oferecer-lhes verdadeira consolação (v. 18).


Tristeza e falta de esperança (1Ts 4:13)
Estava em pauta uma questão realmente importante. Por mais jovem que a igreja ainda fosse, ela já experimentava os primeiros casos de falecimento em suas fileiras.


“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem...”


Ao apóstolo não importava apenas a pureza da doutrina, uma compreensão clara e abrangente era decisiva nas igrejas. A igreja de Deus, justamente por ser respeitada como tal, não pode jamais “ser ignorante” a respeito de aspectos importantes da doutrina. Cristãos genuínos precisam ter os devidos conhecimentos em todas as questões essenciais e ser capazes de discernir de forma nítida o que é certo e o que é “meio certo”.


Observe que o apóstolo não “consolou” a igreja afirmando que os falecidos tinham uma grande vantagem, pois já chegaram ao alvo, já estavam na glória junto do Senhor, glória que nós, os vivos, ainda precisamos esperar. Nenhuma palavra nesse sentido! Nenhuma palavra sobre “entrar no Céu”.


Os cristãos de Tessalônica não deveriam “estar entristecidos como os demais que não possuem uma esperança”. Contudo, essacerteza consoladora, que supera toda tristeza, não assegurava que queridos falecidos já estivessem no Céu, na glória! Não é isso que o texto inspirado afirma. Ao contrário, uma breve frase diz: nós experimentaremos o próximo grande evento da história da salvação, a vinda do Senhor, junto com os que já morreram. Quer dizer, nós todos vivenciaremos isso em conjunto.


Todo o “consolo” está contido na palavra “juntamente”: “arrebatados juntamente com eles” (v. 17). Ou seja, na verdade ninguém tem uma vantagem em relação ao outro. Nem a igreja que ainda vive na Terra tem vantagem em relação aos mortos, nem os mortos têm vantagem alguma em relação a nós, como se agora já estivessem na glória “antes de nós”.


Para os ainda vivos e para os já adormecidos vale um decisivo “juntamente”. Se os que agora morrem no Senhor participarão simultaneamente conosco da parousia, então tudo está plenamente resolvido. A rigor não é necessário saber mais do que isso.



Morte e ressurreição (1Ts 4:14)
Toda precaução foi tomada pelo nosso beneficente Criador, no princípio, para que não houvesse um pecador imortal. O homem tinha livre acesso à árvore da vida. Ao pecar, porém, foi-lhe negado esse acesso. Não podia por mais tempo colher seu fruto maravilhoso. Foi banido do jardim do Éden. E por quê? Para que não estendesse a mão e tomasse também da árvore da vida, comesse e vivesse eternamente. Assim, é evidente que Deus nunca pretendeu que existisse um pecador imortal. A imortalidade só é prometida aos homens pecaminosos sob a condição de terem sido salvos pela graça e viverem em comunhão com Deus (Questões sobre Doutrina, p. 362).



Em que se alicerça nossa esperança pelos falecidos e por nós mesmos ao morrermos?


“Se cremos que Jesus faleceu e ressuscitou”,nossa “esperança” não pode se dissociar de nossa “fé”. Ela decorre de nossa fé e a fé revela clareza total sobre a trajetória de Jesus. Ele morreu, mas não permaneceu na morte; foi ressuscitado. Isso, porém, não foi uma experiência particular, mas algo que aconteceu ao Cristo, o Cabeça de Seu corpo. Em tudo Ele é “primícias” (1Co 15:20), isto é, o “primeiro feixe” do campo da colheita, ao qual toda a grande safra sucede. A partir daí, a conclusão que trouxe certeza aos tessalonicenses preocupados, e a nós é: “da mesma forma também Deus há de reunir com Ele os que adormeceram através de Jesus”.


Fundamentados nesse versículo, três coisas são significativas para nós.


Primeira: qualquer tentativa de demonstrar a “imortalidade da alma” e fundamentar a esperança sobre isso está inteiramente descartada. A ação manifesta de Deus em Jesus propicia um fundamento completamente distinto, e muito sólido.


Segunda: por pertencermos a esse Jesus que “morreu e ressuscitou” não fomos deixados a sós nem abandonados em nossa morte. Não importa que seja martirizado em nome dEle, ou que definhe sob uma enfermidade, se meu fim é solitário ou não, o próprio Jesus tem esse fim em Suas mãos.


Finalmente, a frase: “Deus, mediante Jesus, trará em Sua companhia, os que dormem.” Visto que Deus cuidou do Senhor Jesus também nos dias entre a morte e ressurreição, Ele também cuidará “do mesmo modo” dos cristãos adormecidos e os “reunirá com Jesus”.


Os adormecidos são e continuam sendo “mortos”. Mas, “cristãos” são “mortos em Cristo”, ou seja, mortos sobre os quais “Jesus Cristo é o Senhor”, da mesma forma que sobre os viventes (Rm 14:9; Hb 12:23). Até mesmo na condição de mortos, não estão separados de Cristo, logo estão sob o senhorio dEle, pela paz dEle, pela proteção dEle.  Não estão perdidos.


Podemos, então, ter certeza de uma única coisa: nossos mortos estão abrigados em Cristo e de maneira nenhuma estarão em desvantagem no dia da parousia (Para este arrazoado me fundamentei na obra de Werner de Boor - Comentário Esperança).



Ressuscitar em Cristo (1Ts 4:15, 16)
Em todas as cartas apostólicas, é impressionante que o fundamento da mensagem evangélica era o fato de haver Jesus, o Messias, ressurgido dentre os mortos. Em parte alguma os apóstolos se referem à ideia de que Sua alma tivesse voltado do Céu. Mencionam expressamente que Ele ressurgiu dos mortos (Lc 24:3-6). Isso é repetido vez após vez (Questões sobre Doutrina, p. 358).


Paulo deixou claro a seus leitores originais e a nós hoje, o fato de que nossos mortos dormem abrigados em Cristo e de maneira nenhuma estarão em desvantagem no dia da parousia.


Por isso, foi a essa parousia que ele se dedicou a seguir. Surge então o termo técnico parousia. Seu sentido literal é presença, mas também chegada, podendo ser utilizado no linguajar corriqueiro acerca da vinda de uma pessoa (1Co 16:17; 2Co 7:6). Mas já na linguagem daquele tempo, a palavra podia se revestir de uma conotação solene “oficial”. Era empregada para a “visita governamental”, para o “advento” de um soberano, especialmente para o novo imperador, que “vinha” para Roma depois de anos de distúrbios e conflitos, trazendo felicidade a todos com sua “presença”, colocando tudo em ordem.


Também aqui na carta se trata da chegada de um soberano: “parousia do Senhor”. E o que o cristianismo da época entendia por “chegada do Senhor” era decididamente o contrário de todas as entradas triunfais e visitas governamentais daquele tempo. Agora vem o verdadeiro e real soberano do mundo que, de fato e definitivamente, traz salvação e paz à Terra, enquanto os adventos dos imperadores terrenos, apesar de toda a ostentação de pompa e entusiasmo, conduziam tão somente a novas decepções (Werner de Boor, Comentário Esperança).


Esta é, pois nossa certeza: quando o Senhor descer do trono celestial “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Portanto, o primeiro efeito da parousia penetra até mesmo no mundo dos mortos, de sorte que justamente os cristãos adormecidos “de forma alguma” estarão em desvantagem diante dos demais. Eles ressuscitam alcançando toda a plenitude da vida divina. Somente então o efeito daparousia se volta “aos vivos que sobram até Sua volta.”


Daí se conclui que a ressurreição do cristão e sua ascensão não se separam (v.16, 17). Mais: ressurreição e ascensão acontecem em união com Ele, com Jesus.



Consolem uns aos outros (1Ts 4:13, 17, 18)
A consolação que o apóstolo ofereceu aos tessalonicenses e a nós inclui vários elementos tradicionais, como o chamado a minimizar o luto (v. 13), a necessidade de consolação mútua (v. 18) e a explicação de um destino feliz para os mortos (v. 14-17).


Paulo fundamentou sua consolação nas realidades da ressurreição de Jesus e Sua vinda. A ressurreição dEle é o paradigma para o cristão que faleceu (v. 14), que no momento de Sua vinda ressuscitará e, junto com os que estiverem vivos, serão arrebatados (v. 15-17).


A razão pela qual o apóstolo não quis que os tessalonicenses ignorassem o destino dos cristãos mortos era “que não se [entristecessem] como os que não têm esperança”.


Paulo não proibiu o luto para o cristão frente à morte, somente desejou que o luto não fosse desesperado “como [o desses] outros que não têm esperança”.


“Esses outros” é uma referência aos não cristãos, que são também chamados “os de fora” (4:12). Gentios inconversos que se descrevem como aqueles “que não tem esperança”. Em contraste, o luto dos cristãos deve estar subjugado por sua esperança, com base na ressurreição de Cristo e a promessa de Sua vinda. Os apóstolos pregavam esperança em um mundo que carecia dela desesperadamente.


A Bíblia, como nesta passagem paulina, sempre amarra nossa verdadeira esperança ao nosso consolo fundamental em Jesus e Seus grandes feitos passados e vindouros. Sua ressurreição, Sua vinda gloriosa, Sua vitória, Sua soberania. Isso não deveria ser também consolo suficiente para nós na morte?


Deus nos bendiga!






O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.









Sikberto Marks




Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Terceiro Trimestre de 2012

Tema geral do trimestre: Epístolas aos Tessalonicenses

Estudo nº 08 –  Os mortos em CRISTO (I Tess. 4:13-18)

Semana de    18 a 25 de agosto

Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)

Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original

www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil



Verso para memorizar: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de DEUS, descerá dos céus, e os mortos em CRISTO ressuscitarão primeiro” (I Tess 4:16).



Introdução de sábado à tarde

 Havia entre os tessalonicenses uma falta de conhecimento sobre o estado dos mortos. E esse assunto é sempre palpitante, de alto interesse das pessoas. Afinal, ninguém quer morrer e ninguém, que seja normal, quer ver amigos mortos. A morte é indesejada a pessoas normais. Quem se vale dela são os que foram influenciados por satanás; por exemplo, quem aprecia cenas de filmes com morte, pertence a esse grupo.

O medo dos tessalonicenses era de que, havendo morte, a separação seria eterna. Parece que não tinham conhecimento sobre a ressurreição. Então eles sofriam muito, pois fazendo o possível para ninguém morrer, assim mesmo a morte acontecia. Logo, o luto, que para os que creem na ressurreição, já é algo triste, imagine-se nos casos em que não se crê na ressurreição, ou em que ela é desconhecida, ou não bem compreendida. A situação se torna dramática.

Por outro lado, em nossos dias, a morte é encarada de outra maneira, também errada. Muitos pregam por aí que só o corpo morre, e que nele habita uma alma que é imortal. Ao o corpo morrer, a alma vai para o paraíso e ali vive feliz (isso se foi boa durante a vida, senão vai para o inferno). Outros ainda acreditam que essa alma reincorpora seres que são gerados, assim sucessivamente, até que se purifique. Essa crença vem dos antigos gregos que acreditavam que o corpo era uma prisão da alma que fez algo errado, portanto, ela precisa sofrer em corpos que não duram muito tempo, até que se regenere. Atente que tudo isso serve para descartar a salvação por meio de JESUS CRISTO, pela graça, e alimenta a ideia de é pelas obras, pois delas depende o destino da alma. Mas biblicamente é fácil provar que essa maneira de crer é errada. Trata-se de uma invenção humana influenciada por satanás, que ensinava esse erro desde o Éden.

Pois bem, o que dizer a essas pessoas? A resposta para os de Tessalônica, assim como para a situação atual, é uma só. Ela está em I Tessalonicenses 4:13 a 18 (por favor leia em sua Bíblia). A essência da explicação está no verso para memorizar. Ou seja, os mortos estão em alguma tumba, ou já se deterioraram tanto que seu pó se misturou na terra. No entanto, se morreram em CRISTO, no dia de Sua segunda vinda, ressuscitarão, não importa onde estejam os seus restos mortais. Ressuscitarão para a vida eterna. Essa é a resposta sobre os mortos. Quem não morrer em CRISTO continuará no pó da terra, aguardando a segunda ressurreição.



1.      Primeiro dia: A situação em Tessalônica

Afinal, como os tessalonicenses criam a respeito da morte? Conforme a Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, de Champlin e Bentes, vol. 6, p. 512, “os crentes em Tessalônica haviam compreendido mal a natureza e a significação da parousia ou segunda vinda de CRISTO. Alguns deles pensavam que aqueles que tinham morrido, não tendo resistido até o retorno de CRISTO, haviam desaparecido para sempre. E Paulo teve que mostrar-lhes que a segunda vinda de CRISTO envolverá a ressurreição de todos os remidos, que nenhuma vida de crente se perderá...” Obviamente a primeira carta esclareceu definitivamente esse ponto, pelo que ficaram felizes.

Em nossos dias é exatamente o contrário. Satanás aperfeiçoou a sua primeira mentira, feita no Éden. Se os tessalonicenses entristeciam demais por causa da morte, hoje, a morte, do modo como creem, de que há uma alma imortal, é até algo bom. Quantos sermões já ouvi, com o pastor ou padre dizendo que a alma daquela pessoa está no Céu, e que de agora em diante irá proteger os que ainda estão por aqui. A quantos santos os pobres membros da Igreja Católica enviam suas orações, pensando que as almas deles podem fazer milagres, arranjar casamento por exemplo, ou curar doenças. Se o trecho escrito por Paulo aos tessalonicenses foi providencial para eles, muito mais é para os nossos dias. É que o modo errado como creem hoje é mais sutil. Os tessalonicenses criam ser o fim com a morte; hoje, as pessoas creem não haver interrupção. E se a alma estiver correndo o risco de ir penar no inferno, rezam para que seus pecados sejam perdoados, e que escape da pena máxima (segundo creem), e mesmo assim, vão para junto do trono de DEUS.

Precisamos ensinar esse trecho da epístola de Paulo aos de Tessalônica, com os outros versos da Bíblia que ajudam a esclarecer o assunto.

O trecho de I Tessalônica 4:13 a 18 está transcrito abaixo:

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em Sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” 



2.      Segunda: Tristeza e falta de esperança (I Tess 4:13)

Já vimos como os tessalonicenses criam. Paulo esteve pouco tempo com eles, por isso também aprenderam pouco. E em relação à morte há muita confusão, em todos os tempos e lugares. Há crenças erradas em relação à morte, e até em meio ao povo de DEUS elas geram motivos de confusão, embora na Bíblia esse assunto esteja bem explicado. Os irmãos de Tessalônica entenderam que com a morte terminava tudo, que para ser salvo deveria estar vivo por ocasião da segunda vinda de JESUS.

Mas de onde lhes teria vindo essa forma de crer? De Paulo é que não. Certamente esse tema Paulo falou pouco, deve ter-se referido apenas à morte e ressurreição de JESUS, isso é certo que ele falou. No entanto, para quem já vem com crenças anteriores sobre algum assunto, poucas palavras não são suficientes. Vejam que os discípulos criam como todos nos dias de JESUS, sobre o motivo da vinda do Messias. Eles acreditavam que ele viria para libertar o povo judeu do jugo romano. Embora JESUS lhes tenha explicado sobre isso o suficiente, e que tenha dito várias vezes que Ele seria morto mas que ressuscitaria ao terceiro dia, eles ainda assim não aceitaram a Sua morte, até que explicou tudo outra vez depois da ressurreição. Há coisas que devemos ter várias vezes a mesma explicação para entendermos. Parece bem evidente que os tessalonicenses já vinham confusos sobre esse assunto, e por isso, quando Paulo lhes falou sobre a segunda vinda de CRISTO, fizeram associações erradas, unindo essa vinda com a ideia de que uma vez morto, nunca mais ressuscita. Essa é a possibilidade mais provável.

Havia duas fontes da crença errada sobre a morte. Uma era a origem pagã dos cristãos gentios que estavam em tessalônica. A outra era a seita dos saduceus.

Entre os pagãos, como é até hoje, vigoram as formas de crenças mais absurdas sobre a morte. Geralmente acreditam que uma alma se desprende do corpo e vai para algum lugar. Mas em algumas regiões acreditam ser a morte o fim de tudo.

A seita dos saduceus cria a morte ser o fim de tudo. Eles eram geralmente ricos e deles vinham as pessoas que formavam o sacerdócio, inclusive o sumo sacerdote. Veja só onde satanás conseguiu introduzir falsas ideias sobre a morte. Os saduceus eram poderosos mestres. “Eles negaram qualquer ressurreição dos mortos (Mateus 22:23; Marcos 12:18-27; Atos 23:8). Eles negaram qualquer vida depois da morte, defendendo a crença de que a alma perecia com a morte; eles acreditavam que não há qualquer penalidade ou recompensa depois da vida terrena. Eles negaram a existência de um mundo espiritual, ou seja, anjos e demônios (Atos 23:8).” Fontes para os tessalonicenses crerem errado havia, e bem próximas a eles. Eram fontes que vinham dos próprios judeus e também dos gentios.

Então imagine a seguinte situação. Tendo eles aprendido de Paulo sobre a segunda vinda do Messias, lhes ardeu no coração o desejo de que isso acontecesse logo. Associando essa doutrina correta com a errada que já possuíam, e imaginando que a volta do Messias seria bem logo, ficaram felizes pois também imaginavam que dentre os cristãos ninguém mais morreria. Imaginavam que todos estariam vivos quando JESUS regressasse. Mas um dia desses um deles faleceu. Quanto não deve ter sido intensa a tristeza deles! Devem ter-se desesperado, pois é óbvio que chegaram à conclusão de que aquele ente querido se perdeu para sempre. E depois devem ter ocorrido mais mortes, e o desespero e a intensa tristeza se repetia. Com várias mortes, eles certamente ficaram perplexos e confusos, desesperançados, imaginando quem seria o próximo a perder a vida eterna. Então, agora, tente imaginar como foram esclarecedoras e confortantes as palavras de Paulo a eles, escritas em I Tess. 4:13 a 18.



3.      Terça: Morte e ressurreição (I Tess. 4:14)

JESUS é o exemplo completo. Assim como Ele obedeceu, devemos procurar obedecer. Pela mansidão Ele foi vitorioso, do mesmo modo também devemos buscar ser como Ele. Ele foi julgado injustamente, foi morto injustamente, mas ressuscitou pelo poder da divindade. Aqueles que viverem como JESUS, terão em suas vidas, uma única diferença em relação a Ele: serão perdoados enquanto Ele é o que perdoa. No mais, aqueles que morrerem em CRISTO, ressuscitarão como Ele ressuscitou.

O que quer dizer ‘morrer em CRISTO”? “[O crente] pode morrer, como Cristo morreu, mas a vida do Salvador está nele. Sua vida acha-se escondida com Cristo em Deus. "Eu vim para que tenham vida", disse Jesus, "e a tenham em abundância". João 10:10. Ele leva avante o grandioso processo pelo qual os crentes se tornam um com Ele nesta vida atual, a fim de serem um com Ele por toda a eternidade” (Maranata o Senhor Vem, MM, 1997, p. 299). Fica explicado: morrer em CRISTO, ou morrer com JESUS, ou outras expressões equivalentes significam que em vida, de algum momento em diante, que pode ser na conversão, aquela pessoa vive com CRISTO em seu coração, e passou a imitar-Lhe a vida. Então CRISTO estava com aquela pessoa, embora não O visse. O amor uniu o Salvador com a pessoa salva, ambos tornaram-se um. Logo, morrendo aquela pessoa, ela morre em CRISTO, isto é, tem a garantia de que, na segunda vinda, outra vez se tornará um com o Salvador.

Ou, explicando de outro modo. JESUS é o Criador. Foi Ele quem criou a vida nesse planeta. E depois, Ele tornou-se o Salvador. Sendo Criador, tem poder para fazer o que desejar, do nada, ou a partir do barro, como Ele mesmo preferir. Agora, sendo Salvador, acrescenta o direito de perdoar a quem a morte eterna aguarda. Se uma pessoa vive de acordo como Ele deseja, isto é, obedece como Ele obedeceu, isto acontece porque está sendo transformada pelo Seu poder recriador. A pessoa aceitou a graça da salvação, portanto, por puro amor, obedece a Seu Salvador, ou seja, vive com CRISTO, ou, está ligada a CRISTO. Vivendo com CRISTO, se vier a morrer, morre com CRISTO. E na segunda vinda, ressuscita com CRISTO. Essa é uma pessoa que está com CRISTO na vida agora, na morte e na vida futura. Seu futuro garantido é a vida eterna. Foi isso que Paulo explicou aos tessalonicenses.

Podemos também explicar o oposto, o que acontece com os ímpios. Eles não aceitaram o perdão oferecido gratuitamente. Portanto, viveram de modo diferente do de CRISTO, isto é, viverem não com CRISTO. Quando morrem, morrem sem CRISTO, e ao serem ressuscitados, no final do milênio, ressuscitarão sem CRISTO. Por isso, só lhes resta a morte, junto com Lúcifer, a quem se ligaram, e que não pode garantir vida porque não é nem Criador nem Salvador.



4.      Quarta: Ressuscitar em CRISTO (I Tess. 4:15, 16)

Em I Tess. 4: 15 a 17 Paulo fornece uma informação surpreendente aos tessalonicenses. Eles acreditavam que morrendo alguém estaria perdido. Mas o que Paulo diz? Quase que pelo contrário como criam, ele explica que os vivos não serão transformados antes dos mortos, e sim, estes precederiam os vivos. Os mortos em CRISTO ressuscitam já transformados e imortais à ordem de JESUS, e depois, ato contínuo, é que os vivos serão transformados, para estarem na mesma condição de imortais como os que estavam mortos.

Isso deve ter transmitido um estado de ânimo àqueles irmãos. Eles criam uma coisa, mas agora percebem que, de certa forma, os mortos até levam alguma pequena vantagem: eles recebem a imortalidade um instante antes dos vivos. Isso quer dizer o quê? Que diante do Salvador a morte não tem poder algum, que apenas se torna num estado de espera pela transformação. Se não fosse a tristeza da separação, a morte até seria um privilégio, mas, afinal, fomos feitos para nos relacionarmos, e para isto precisamos estar vivos. Fomos feitos originalmente para viver.

Aos coríntios Paulo explicou o mesmo assunto, e nos permite mais compreensão: “O apóstolo transportou o pensamento dos irmãos coríntios para os triunfos da manhã da ressurreição, quando todos os santos que dormem serão ressuscitados para viver para sempre com seu Senhor. "Eis aqui vos digo um mistério", declarou o apóstolo; "na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da

incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?... Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo." I Cor. 15:51-57” (Atos dos Apóstolos, 320-321).

Com base nesses escritos podemos elaborar um pequeno e simples cronograma dos fatos da segunda vinda. Não incluiremos tudo, para não ficar complexo.

1º) Ver-se-á uma nuvem no céu, no dia e hora anunciados por DEUS;

2º) Logo também se ouvirá uma lindíssima música por meio dos instrumentos tocados pelos anjos;

3º) À ordem de JESUS, os mortos em CRISTO acordam já transformados e incorruptíveis;

4º) De imediato, os vivos também são transformados e tornados incorruptíveis;

5º) Todos sobem e viajam pelo espaço sideral por 7 dias até chegarem ao Céu, onde é a capital do Universo.

Observe-se que todo o olho das pessoas que estiverem vivas verão pelo menos o que acontece no item 1 e 2, incluindo aqueles que traspassaram a CRISTO – estes ressuscitam especialmente para ver a cena e a vitória de quem julgaram, condenaram e mataram injustamente. Por volta do item 3 em diante, os ímpios fogem, se escondem ou se matam, transtornados pelo seu irreversível estado dramático.



5.      Quinta: Consolem uns aos outros (I Tess 4:13, 17 e 18)

Era um pesadelo a vida dos tessalonicenses, porque pensavam que, com a morte a separação seria eterna. Isso os atormentava, principalmente com outra morte que ocorria. Mas agora Paulo explicou sobre a morte, dizendo que, pelo contrário de como criam, os mortos ressuscitarão no tempo em que os que estiverem vivos forem transformados, e sem demora, todos reunidos, subirão em direção ao Céu, junto com o Salvador. Que maravilha de explicação, e com isso eles ficaram felizes. Essa foi uma excelente notícia, assim como hoje, quando pelos sinais vemos que estamos no fim do sofrimento, ou, por outra ótica, perto do início do descanso na Nova Terra. Paulo, ao final da explicação chegou a dizer: “consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. Era agradável saber que a verdade era outra do que criam. Haveria reunião dos vivos com os mortos ressuscitados, e todos estariam agora juntos com CRISTO, ou seja, Ele seria então seu Rei.

Os crentes em CRISTO sabem que na Nova Terra haverá natureza perfeita, que os animais serão todos mansos, que lá não haverá tentação nem sofrimento e que ninguém ficará doente nem mais morrerá. Isso tudo já seria o suficiente para termos o desejo de estar lá, com vida eterna. Mas o principal é bem mais atraente: ver JESUS, nosso Salvador. Poderemos estar com Ele para sempre. Isso não significa como muitos pensam, que os salvos estarão passeando por jardins sempre ao lado de JESUS. Estar com Ele significa ter acesso a Ele sempre que desejar, e ser súdito de Seu reino, vivendo num ambiente onde todos se amam. Significa poder aprender dEle, falar com Ele e estar sob Sua proteção total, assim como era no Éden, antes do pecado. Isso sim deverá ser agradável, motivo da mais intensa felicidade.



6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Hoje a maioria dos cristãos creem que só o corpo morre, e que existe uma alma dentro do corpo que não morre. Explicam que na segunda vinda essa alma que estaria no Céu volta à terra com JESUS, e reincorpora no corpo morto. Mas onde podemos encontrar bases para tal doutrina? Quem a defende é o espiritismo. Essa maneira de crer está de acordo com o que disse satanás por meio da serpente, e foi motivo da queda de Adão e Eva. Como a mesma doutrina poderia ser agora parte da salvação? Se foi por ela que caímos e a desgraça entrou nesse mundo, haveria de ser pela mesma via que viríamos a sair vitoriosos desse mundo? Pelo contrário, por essa forma de crer a humanidade vai caindo cada vez mais fundo na desgraça do pecado. Ora, é simples de entender: se por causa do pecado na realidade só o corpo morre, e o essencial, que seria a alma, não morre, então, pecar compensa, pois a rigor não há efetiva condenação. Um dia tudo se normaliza, pelo reencontro da alma com o corpo.

O que Paulo explica, e que não deixa dúvidas, é que a ressurreição vai ser tal como foi com JESUS. O Salvador esteve morto de sexta-feira a domingo, então ressuscitou por inteiro assim como esteve morto por inteiro.

Os tessalonicenses criam que a morte era o fim de tudo. Atualmente muitos creem que a morte é apenas parcial, só do corpo. Essa última forma de crer é pior que a primeira, se bem que as duas estejam erradas. As explicações de Paulo servem para desmascarar as duas, dizendo que os mortos em CRISTO ressuscitam e não recebem alguma alma de volta. Eles retornam à vida transformados, e não que recebem de volta uma alma que foi purificada. Diz que, portanto, devemos nos preparar para fazermos parte da ressurreição da segunda vinda, para vivermos eternamente com o Salvador.



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escrito entre  12 e 17/07/2012

revisado em  18/07/2012

corrigido por Jair Bezerra







Declaração do professor Sikberto R. Marks

O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.




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