sexta-feira, 3 de agosto de 2012


Lição 6. Amigos para sempre

PUBLICADO EM: 03/08/2012  |   10:52
Lição 6
4 a 11 de agosto



Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13)




Sábado à tarde
Ano Bíblico: Is 45–48

VERSO PARA MEMORIZAR: “Que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os Seus santos” (1Ts 3:13).
Leituras da semana: 1Ts 2:13–3:13Rm 9:1-511:1-1224-32Mt 24:9-2210:42

Pensamento-chave: Paulo continuou a elogiar os tessalonicenses pelas coisas boas que viu neles e a encorajá-los em meio à perseguição que estavam enfrentando.

No texto para a lição desta semana, podemos perceber que, para Paulo, os tessalonicenses não eram apenas membros da igreja. Eles eram seus amigos. Havia uma profunda ligação emocional entre Paulo e essas pessoas, e o apóstolo enfatizava esse vínculo enquanto reafirmava o amor que tinha para com eles. Ao mesmo tempo em que eram sinceras, suas palavras também ajudariam a prepará-los para a crítica que se seguiria em breve.
Paulo começou e terminou essa seção com uma oração. Em certo sentido, a passagem inteira é escrita com a oração em mente. Subjacente à ênfase na oração estava o desejo de Paulo de que os tessalonicenses fossem irrepreensíveis e santos (1Ts 3:131Ts 2:19, 20) na segunda vinda de Jesus.
A amizade que Paulo tinha com eles era mais profunda do que as amizades terrenas, pois ultrapassava os limites do tempo e da história. Paulo almejava passar a eternidade com os crentes de Tessalônica. Em parte, esse desejo era o que impulsionava, ao longo da carta, sua intensa preocupação em relação às crenças e ao comportamento deles. Paulo amava essas pessoas e desejava que elas se preparassem para a vinda de Cristo.

Domingo
Ano Bíblico: Is 49–51

O exemplo da Judeia (1Ts 2:13-16)


Ao ler 1 Tessalonicenses 2:13-16 de modo superficial, parece que o texto é um desvio dos temas anteriores: agradar a Deus e cuidar dos novos crentes (1Ts 2:1-12). Mas o verso 13 continua o tema de como os tessalonicenses responderam aos apóstolos e ao evangelho que eles levaram para Tessalônica.
No verso 14, Paulo volta ao tema da imitação. A perseguição em Tessalônica ecoava a perseguição dos cristãos ocorrida anteriormente na Judeia. Alguns judeus perseguiram cristãos judeus na Judeia, ao passo que vizinhos gentios e judeus se uniram para perseguir os cristãos de Tessalônica, que em sua maior parte eram gentios. Aqui Paulo mostrou que a perseguição aos cristãos está ligada a um padrão mais amplo. Os que seguem a Cristo enfrentam oposição e até mesmo perseguição.

1. Que exemplo devemos imitar no contexto da perseguição aos cristãos? Devemos nutrir ódio contra os perseguidores?1Ts 2:14-16

Paulo revelou seus sentimentos acerca de determinado grupo de judeus que o perseguiram nos lugares em que passou, tentando prejudicar seu trabalho evangelístico, semeando discórdia e oposição aos apóstolos. Textos como 1 Tessalonicenses 2:14-16 (veja também Mt 23:29-38) têm sido grosseiramente pervertidos e distorcidos a fim de “justificar” a perseguição ao povo judeu. Mas esse tipo de aplicação universal vai muito além da intenção de Paulo. Ele estava falando especificamente sobre as autoridades da Judeia (a palavra traduzida como “judeus” em 1 Tesslonicenses 2:14 também pode ser traduzida como “da Judeia”), que colaboraram com os romanos na morte de Jesus e que tinham o objetivo de obstruir a pregação do evangelho, onde e quando pudessem. Na verdade, Paulo parecia estar repetindo o que Jesus já havia dito sobre os que tentavam matá-Lo (Mt 23:29-36).
Devemos ter em mente que Paulo era judeu. Ele não estava difamando uma inteira classe de pessoas. Jesus era judeu. Os primeiros discípulos eram judeus. Apenas judeus formavam o núcleo inicial da igreja. No que diz respeito a Paulo, todo judeu que ele conhecia, como Silas, Barnabé, Timóteo, era potencialmente um amigo para a eternidade (Rm 9:1-511:1-1224-32).
Cada pessoa na Terra é um ser humano “por quem Cristo morreu” (Rm 14:151Co 8:11). O preconceito contra classes de pessoas não é apropriado para os que vivem ao pé da cruz.

É fácil apontar o dedo para a igreja por falhas na maneira de tratar classes de pessoas. E quanto a nós? Quanto preconceito étnico permanece em nosso coração?

Segunda
Ano Bíblico: Is 52–55

A esperança e a alegria de Paulo (1Ts 2:17-20)


Nos catorze versos que se estendem de 1 Tessalonicenses 2:17 até o capítulo 3:10, Paulo apresentou um relato cronológico de sua separação dos crentes de Tessalônica. O tema da amizade percorre a passagem. Esses tessalonicenses não eram apenas membros da comunidade de Paulo, mas verdadeiros amigos. Toda a passagem pulsa com profunda emoção.
Paulo desejava que todos os seus conselhos e advertências posteriores (apresentados em 1Ts 45) fossem compreendidos à luz do seu amor e preocupação por eles. E por causa desse amor, ele havia obtido o direito de aconselhar a igreja ali. Os conselhos são mais bem recebidos quando são fundamentados no amor.

2. Por que Paulo desejava rever os tessalonicenses? O que o impedia? O que podemos aprender com o relato? 1Ts 2:17-20

O verbo principal do verso 17 (normalmente traduzido com a ideia de “privar” ou “separar”) tem suas raízes no conceito de se tornar órfão (“orfanado”, RA). Quando Paulo foi forçado a deixar Tessalônica repentinamente, sentiu tão profundamente a perda do relacionamento como se seus pais tivessem falecido. Ele queria muito visitar aqueles irmãos porque sentia muita saudade deles. Eles estavam ausentes em pessoa, mas não no coração. Ele culpou a Satanás por seu atraso. Suas palavras aqui são outro texto na Bíblia que mostra a realidade do grande conflito.
O desejo que Paulo tinha de ver os crentes de Tessalônica, no entanto, estava enraizado em algo mais do que apenas relacionamento cotidiano. O foco estava no fim dos tempos. Paulo aguardava para “apresentá-los” a Jesus após em Sua segunda vinda. Eles eram a validação do seu ministério por Cristo, sua alegria escatológica e motivo de satisfação! Paulo queria que no fim houvesse evidência de que sua vida tinha feito diferença na vida dos outros.
O que essa passagem também deve nos mostrar é que precisamos manter nossas prioridades em ordem. Nossa existência aqui é apenas uma “neblina” (Tg 4:14), mas é uma neblina de alcance eterno. A prioridade de Paulo estava no que é eterno, no que tem valor e importância duradouros. Afinal, se você realmente pensar sobre o destino deste mundo, o que realmente importa, a não ser a salvação dos perdidos?

Como tudo o que fazemos nesta vida afeta, de alguma forma, a salvação dos perdidos? Por mais agradável que seja falar sobre esse ideal, como podemos viver de acordo com ele?

Terça
Ano Bíblico: Is 56–58

A visita do substituto de Timóteo (1Ts 3:1-5)


3. Em que contexto mais amplo Paulo via seus sofrimentos e os dos tessalonicenses? 1Ts 3:1-5Mt 24:9-22
Paulo estava tão angustiado por estar separado dos tessalonicenses que decidiu abandonar a companhia de Timóteo em Atenas a fim de obter em primeira mão notícia da situação deles. A saudade intensa que sentia deles o levou a preferir estar sem Timóteo, em vez de ficar sem notícias dos tessalonicenses.
Visto que a missão de Timóteo era ser representante, ou substituto de Paulo, o apóstolo fez o possível para reforçar a autoridade de Timóteo diante da igreja. Timóteo era “irmão” de Paulo, “ministro de Deus” e “colaborador no evangelho.” Alguns manuscritos gregos chegam a chamar Timóteo de “colaborador de Deus”. Esse seria um grande elogio. Paulo sabia que a missão seria difícil e fez o possível para abrir o caminho para que Timóteo fosse recebido como se o próprio Paulo tivesse chegado.
Os versos 3 e 4 nos dão uma ideia do que Paulo teria dito aos tessalonicenses se pudesse visitá-los. A palavra específica escolhida para descrever seus sofrimentos é típica de passagens do fim dos tempos, como Mateus 24:9-22. A aflição não deveria ser surpresa. Recebemos advertência sobre isso.
O sofrimento do cristão chama a atenção para os eventos do fim, durante os quais todos os verdadeiros seguidores de Cristo serão perseguidos (Ap 13:14-17). Quando o sofrimento realmente vier, devemos vê-lo como cumprimento da profecia e motivo de encorajamento, não de desânimo. O propósito da profecia não é satisfazer nossa curiosidade sobre o futuro, mas prover uma firme certeza em meio aos desafios que enfrentamos.
No verso 5, Paulo revelou que tinha um motivo adicional para enviar Timóteo. Sua preocupação era que as dificuldades que os tessalonicenses haviam experimentado os levassem a perder a fé e que sua missão em Tessalônica de alguma forma houvesse sido em vão ou não tivesse resultados.

Na prática, o que podemos fazer para estar preparados espiritualmente para as provas inevitáveis que a vida nos traz?

Quarta
Ano Bíblico: Is 59–62

O resultado da visita de Timóteo (1Ts 3:6-10)


4. Timóteo foi enviado para encorajar os tessalonicenses. Que aspectos do relatório de Timóteo trouxeram alegria e encorajamento a Paulo? 1Ts 3:6-8

O “agora, porém” do verso 6 é muito enfático. Paulo não perdeu tempo, mas logo escreveu aos tessalonicenses. No instante em que Timóteo lhe deu a notícia, imediatamente começou a escrever 1 Tessalonicenses.

5. Qual era a razão da vida de oração de Paulo? O que podemos aprender com seu exemplo? 1Ts 3:9, 10

A ausência de palavras como “sempre” e “sem cessar” (1Ts 1:2) sugere que aqui houve algo novo na alegria e na ação de graças de Paulo, além da alegria e ação de graças que ele sempre sentia quando orava pelos tessalonicenses. A alegria e gratidão em 1 Tessalonicenses 3:9, 10 foi uma reação imediata às notícias transmitidas por Timóteo.
O que estava faltando em sua fé (1Ts 3:10)? O texto seguinte não diz. Como podemos ver mais tarde, a preocupação de Paulo em relação à fé dos irmãos era mais prática do que teológica. Os capítulos 4 e 5 indicam que eles precisavam harmonizar a prática à crença. Embora tivessem amor e fé, e estivessem “firmados no Senhor”, a carta demonstrou depois que eles ainda tinham um crescimento importante a alcançar.

Por que a oração é tão importante em nossa caminhada com o Senhor? Quanto tempo você dedica à oração? O que sua resposta lhe diz sobre a importância que você dá a esse assunto? De que forma você pode fortalecer sua vida de oração?

Quinta
Ano Bíblico: Is 63–66

Orações renovadas de Paulo (1Ts 3:11-13)


A segunda vinda de Jesus é um poderoso incentivo para o crescimento espiritual. Cada ato de abuso ou opressão será levado à justiça. Cada ato de amor ou bondade será reconhecido e recompensado (Mt 10:42). Isso significa que todo ato nesta vida, não importa quão pequeno, tem um significado no esquema geral das coisas.
Mas para Paulo era igualmente importante que a segunda vinda de Jesus será uma reunião gloriosa de familiares e amigos, cujos relacionamentos durarão para sempre por causa do que Jesus fez. Os relacionamentos cristãos não têm data de validade. Eles são projetados para durar para sempre. Essa é a ênfase da lição desta semana.

6. O que Paulo incluiu em suas orações pelos tessalonicenses após a chegada de Timóteo? 1Ts 3:11-13

O texto de 1 Tessalonicenses 3:11-13 soa quase como uma bênção no fim de um culto de adoração. Naturalmente, Paulo desejava voltar a Tessalônica e corrigir as deficiências na fé da igreja (1Ts 3:10). Mas mesmo que não pudesse voltar, ele ainda podia suplicar a Deus que motivasse e fizesse com que os tessalonicenses desenvolvessem abundante amor, não apenas entre os irmãos, mas também pelos vizinhos e todos com quem se encontrassem. Esse amor seria um componente importante do caráter deles quando Jesus voltasse.
Um tanto intrigante é o comentário de Paulo no verso 13, de que Jesus virá “com todos os Seus santos”. A palavra santos ou sagrados é normalmente aplicada aos seres humanos no Novo Testamento. Por outro lado, os textos sobre a segunda vinda de Jesus no Novo Testamento normalmente O descrevem como acompanhado por anjos em vez de seres humanos (Mt 24:30, 31Mc 8:3813:27). Então, quem são os “santos” nesse verso?
A solução para esse problema é reconhecer que, no verso 13, Paulo adotou a linguagem de Zacarias 14:5 e aplicou-a à segunda vinda de Jesus. Os “santos” no Antigo Testamento são mais bem compreendidos como anjos (Dt 33:2Dn 7:10). O Novo Testamento, por outro lado, dá novo significado à palavra santos: Os seres humanos cuja justiça vem de Jesus são santos. Em 1 Tessalonicenses 3:13, no entanto, Paulo reverte para a definição da palavra santos apresentada pelo Antigo Testamento: seres angelicais que estão na presença de Deus. Como tais, eles acompanharão Jesus, o Deus-homem, quando Ele voltar à Terra.

Sexta
Ano Bíblico: Jr 1–3

Estudo adicional


A chegada de Silas e Timóteo, vindos da Macedônia enquanto Paulo se encontrava em Corinto, alegrou muito o apóstolo. Trouxeram-lhe ‘boas notícias’ da ‘fé’ e ‘amor’ dos que haviam aceitado a verdade durante a primeira visita dos mensageiros evangélicos a Tessalônica. O coração de Paulo se comoveu com a mais terna simpatia para com esses crentes que, em meio às provações e adversidades, se haviam mantido fiéis a Deus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 255).
“O coração daquele que recebe a graça de Deus transborda de amor a Deus e àqueles por quem Cristo morreu. O eu não luta por nenhum reconhecimento. Não ama os outros porque o amam e o agradam, por apreciarem seus méritos, mas por serem propriedade adquirida de Cristo. Se seus motivos, palavras ou atos são malcompreendidos ou mal-interpretados, não se ofende mas prossegue na idêntica maneira de proceder. É bondoso e ponderado, humilde no conceito próprio; contudo é cheio de esperança, sempre confiante na graça e no amor de Deus” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 101, 102).

Perguntas para reflexão
1. Ellen White usou a expressão “pessoas por quem Cristo morreu”. Essa expressão deve ser aplicada a todos os seres humanos na Terra ou apenas aos crentes em Cristo? Se Cristo realmente morreu por todos, por que nem todos são salvos?
2. Qual é a importância do relacionamento anterior quando se trata de aconselhar ou criticar um companheiro cristão? O que podemos aprender sobre isso com o exemplo de Paulo na lição desta semana? Como isso pode nos ajudar em nosso ministério em favor dos outros?
3. O amor e preocupação de Paulo pelos crentes de Tessalônica eram muito evidentes. O amor abranda o coração e torna as pessoas abertas à graça de Deus. Como podemos aprender a amar os outros mais intensamente?

Resumo: Em 1 Tessalonicenses 2:13–3:13, Paulo descreveu os acontecimentos e as emoções do período entre o momento em que ele foi forçado a deixar Tessalônica e a chegada de Timóteo a Corinto com notícias sobre a igreja. A ênfase central do capítulo é a profunda ligação de Paulo com os crentes de Tessalônica.

Respostas sugestivas: 1: O exemplo dos cristãos da Judeia e de Tessalônica, que foram perseguidos por seus compatriotas, mas continuaram evangelizando; devemos perdoar e esperar a ação da ira divina. 2: Ele amava os irmãos; os tessalonicenses eram sua esperança, alegria e glória; Satanás impediu o caminho do apóstolo; os líderes devem lutar para estar perto da igreja amada; essa união não é do interesse do inimigo. 3: O contexto do conflito entre Deus e o tentador, que aflige, persegue e mata os cristãos. 4: As boas notícias sobre a fé e o amor dos irmãos, bem como sua firmeza no Senhor; e também o desejo deles de rever os apóstolos. 5: Gratidão pela alegria fundamentada na experiência dos irmãos e o desejo de vê-los pessoalmente, para reparar as deficiências espirituais deles. 6: Pediu que Deus o dirigisse até os tessalonicenses e que os fizesse crescer no amor, para que o coração deles fosse confirmado em santidade e isento de culpa na vinda de Jesus.

Resumo da Lição 6 – Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13)

Texto-chave: 1 Tessalonicenses 2:13–3:13
O aluno deverá…
Saber:
 Que a genuína fé em Cristo produz relacionamentos afetivos e eternos entre os crentes.
Sentir: O encorajamento e apoio que se surgem dos relacionamentos espirituais estreitos.
Fazer: Decidir ter mais determinação em investir tempo na construção de relacionamentos com os irmãos na fé.
Esboço
I. Saber: Chamados para a comunidade

A. O plano de Deus para redimir o mundo sempre foi acompanhado de um convite para que aqueles que desejassem segui-LO se tornassem parte de Sua comunidade de crentes, não importando se essa comunidade fosse a família de Abraão, a nação de Israel ou a igreja. O que isso mostra sobre a importância que Deus dá à comunidade dos irmãos?
B. O apóstolo Paulo se refere várias vezes à igreja como o “corpo de Cristo” (Rm 12:3-81Co 12:12-31Ef 4:1-16). O que essa metáfora, ou comparação, revela sobre o tipo de relacionamentos que os crentes devem compartilhar?
II. Sentir: A necessidade de comunidade
A. Que exemplos você vê na natureza, na cultura ou no mundo em geral, que indicam que a vida é melhor quando nos relacionamos com os outros?
B. Quais são as bênçãos de viver em uma comunidade sem obstáculos? Por outro lado, que problemas experimentamos quando a comunidade é desunida?
III. Fazer: Construindo a comunidade
A. Os relacionamentos em sua igreja são fortes? O que você poderia fazer para fortalecer esses relacionamentos?
Resumo: Para que o cristianismo viva à altura do potencial dado por Deus, deve haver genuína e amorosa comunidade entre irmãos.

Ciclo do aprendizado

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A preocupação de Paulo com o bem-estar espiritual dos crentes em Tessalônica ilustra os laços de companheirismo e estreita amizade que unem a vida dos seguidores de Deus.
Só para o professor: Na lição desta semana, consideramos histórias e metáforas na Bíblia que destacam a importância que Deus atribui ao desenvolvimento das comunidades de fé, definidas não apenas pela comunhão com Deus, mas também pela estreita comunhão e amizade entre Seus seguidores.

Entre 1955 e 1965, um psicólogo americano chamado Harry Harlow realizou uma série de testes de isolamento social em filhotes de macacos pelo período de até um ano. Os macacos foram separados de suas mães ao nascer e foram impedidos de desenvolver outros relacionamentos. Os macacos foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo experimentou um isolamento parcial, crescendo em gaiolas individuais de arame. O segundo grupo, porém, experimentou isolamento total de qualquer outro ser vivo. Em seguida, em vários momentos, alguns dos macacos em teste foram apresentados a outros macacos. Os resultados dos testes foram chocantes.
Embora nenhum macaco tenha morrido durante o isolamento, cada um deles desenvolveu graves problemas psicológicos devido à falta de socialização. Quando os macacos foram colocados em sociedade, eles frequentemente experimentaram choque emocional, caracterizado por comportamentos como autoagressão, agitar o corpo de um lado para outro e a incapacidade de formar relações sociais normais. Para alguns, o choque foi tão esmagador que eles se recusaram a comer e acabaram morrendo. O relatório da autópsia especificou como causa da morte a anorexia emocional. Dependendo da extensão de seu isolamento, alguns macacos experimentaram uma recuperação limitada, com uma exceção: os testes determinaram que doze meses de isolamento praticamente eliminaram qualquer chance de recuperação social (Harry F. Harlow et al., “Total Social Isolation in Monkeys”, Proceedings of the National Academy of Sciences [“Isolamento Social Total em Macacos”, Anais da Academia Nacional de Ciências], 54.1; 1965, p. 90, 92, 94).
Embora os testes realizados pelo Dr. Harlow sejam certamente inquietantes, os resultados não devem ser tão surpreendentes. A história da criação deixa claro que Deus colocou em todas as Suas criaturas – seres humanos, aves e animais – a necessidade de relacionamento e comunhão de uns com os outros.
Pense nisto: Depois de criar Adão, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Por que os relacionamentos são tão importantes? Por que não era bom que Adão estivesse sozinho?

Compreensão

Comentário Bíblico

I. O destruidor da comunidade
(Recapitule com a classe 1Ts 2:17-20.)
Segundo Lucas, o ministério de Paulo em Tessalônica teve um fim abrupto quando as acusações de um grupo de judeus furiosos incitaram as autoridades locais a expulsar Paulo de Tessalônica. Em sua carta aos Tessalonicenses, Paulo se refere a esse evento, mas ele o encara de uma perspectiva diferente. A origem do problema que estava impedindo o retorno de Paulo a Tessalônica não era uma lei da cidade ou um grupo de judeus enfurecidos. Não, segundo Paulo, o problema foi devido às obras de Satanás. Ele era a fonte principal por trás de todos esses eventos. Embora Paulo se refira a Satanás apenas algumas vezes em suas cartas, sua referência aqui é importante porque aponta para o grande conflito que está sendo travado nos bastidores da história da Terra. Em particular, vemos aqui os esforços de Satanás para impedir a vida em comunidade entre os seguidores de Deus.
Desde a criação dos seres humanos, Satanás tem planejado e conspirado para arruinar o plano de Deus de que Seu povo vivesse em uma comunidade unida e sem obstáculos para com Ele e para com os semelhantes. Ele teve sucesso no início colocando Adão e Eva contra Deus e contra o outro. E desde aquele fatídico dia no Éden, Satanás tem procurado minar o plano de Deus de restaurar os relacionamentos quebrados. Visto que Satanás sabe que, quando os seguidores de Deus se unem há um tremendo poder para o bem, não deve ser nenhuma surpresa que Satanás trabalhe arduamente para causar separação, divisão, alienação e hostilidade entre o povo de Deus. Claro, Satanás não deve receber toda a culpa por isso. Desde que o pecado afeta toda a humanidade, muitas vezes estamos dispostos a promover os planos do maligno mesmo sem o seu impulso.
Pense nisto: Que histórias bíblicas destacam a tentativa incansável de Satanás para minar e destruir os relacionamentos entre os seguidores de Deus? Nessas histórias, como a graça de Deus atua para reparar e curar o que está quebrado?

II. O desejo de companheirismo
(Recapitule com a classe 1Ts 3:1-13.)
Você já se sentiu isolado e sozinho no meio de um grupo de pessoas que você não conhecia ou no qual não se sentia confortável, e desejou ter pelo menos um grande amigo para lhe fazer companhia? Parece que o apóstolo Paulo se sentiu assim em Atenas, depois de decidir enviar Timóteo de volta a Tessalônica para verificar como estavam os novos conversos. Embora seja difícil relacionar todos os eventos de Atos com os de 1 Tessalonicenses, parece que, quando Timóteo partiu para Tessalônica, Silas ainda não havia se encontrado com Paulo. Esse encontro não ocorreria até que Paulo chegasse a Corinto algum tempo depois (At 17:1518:5). Isso significa que Paulo mais uma vez estava sozinho em uma cidade idólatra, privado de qualquer companhia cristã, uma situação da qual ele particularmente não apreciava (At 17:16). Por mais desconfortável que fosse essa situação para Paulo, ele estava disposto a fazer um sacrifício, desejando ouvir notícias sobre seus amigos de Tessalônica.
Paulo queria que Timóteo fizesse três coisas por ele, três coisas que, aliás, deveriam ocorrer em todo relacionamento cristão. Primeiro, Paulo queria que Timóteo confirmasse e exortasse (1Ts 3:2) os tessalonicenses em sua fé. A palavra traduzida por confirmar significa “tornar firme” ou “sustentar”. A palavra exortar significa literalmente encorajar uma pessoa, caminhando ao lado dela para apoiá-la. Uma vez que Paulo não podia viajar para Tessalônica, ele queria que Timóteo fizesse o que ele mesmo gostaria desesperadamente de fazer. Ele queria que Timóteo falasse palavras de encorajamento e apoio que ajudassem os novos crentes a se manter na fé em Jesus durante os tempos difíceis que enfrentavam. Mais do que isso, Paulo também queria que Timóteo verificasse detalhes pessoais sobre a situação deles. O que havia acontecido na ausência de Paulo? Eles estavam conseguindo resistir? Como eles estavam lidando com as tentações? Fortalecer, apoiar e se preocupar com as experiências de vida dos outros: esses são três dos blocos fundamentais para construir os relacionamentos que Deus deseja que Seus seguidores experimentem.
Pense nisto: As relações fortes e encorajadoras entre os crentes fazem parte do plano de Deus para vencer o poder do pecado no mundo e em nossa vida. O que torna esses relacionamentos tão poderosos?

Aplicação

Perguntas para reflexão
1. Que exemplos bíblicos ilustram os relacionamentos espirituais duradouros que Deus deseja que Seu povo experimente?
2. O que podemos aprender sobre os relacionamentos experimentados por Paulo a partir das saudações pessoais e dos nomes de indivíduos no capítulo 16 de Romanos? Enquanto examina essa lista, observe o quanto puder o gênero, etnia e ocupação de cada indivíduo listado.
3. Com base nos comentários de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:11-13, qual deve ser o objetivo final dos relacionamentos entre os crentes?

Perguntas de aplicação
1. Embora Paulo tenha passado grande parte de sua vida na estrada, as listas de nomes de pessoas espalhadas ao longo de suas cartas indicam que ele tinha uma estreito relacionamento pessoal com todos os tipos de pessoas. Quantas pessoas você “realmente” conhece em sua igreja? O que você pode fazer para conhecer melhor as pessoas?
2. O comentário de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:10 indica que a oração pelos nossos amigos é outro elemento essencial no tipo de relacionamento que Deus deseja que tenhamos com os irmãos. Por quem você está orando na sua igreja? A oração tem aumentado sua fé, bem como a fé e a vida espiritual das pessoas por quem você ora?
3. O que você poderia fazer em sua igreja para incentivar o desenvolvimento de fortes relacionamentos cristãos entre os membros da igreja?

Criatividade

Atividade: Compartilhe com a classe a seguinte parte do famoso poema escrito por John Donne (1572-1631), intitulado “Nenhum Homem é uma Ilha”. Depois de ler o poema, pergunte à classe o que o poema diz sobre vida, morte e comunidade. Com base na lição desta semana, o autor vai longe demais no que ele afirma, ou a sua perspectiva está no caminho certo?
“A Igreja é… universal, e assim são todas as suas ações. Tudo o que ela faz pertence a todos. Quando uma criança é batizada, essa ação diz respeito a mim, pois essa criança se torna ligada ao mesmo corpo do qual sou membro, enxertada no corpo do qual Cristo é a cabeça.
E quando a igreja sepulta um homem, essa ação também diz respeito a mim: toda a humanidade provém de um autor, e forma uma única obra… Nenhum homem é uma ilha; completa em si mesma. Todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra. Se um torrão é arrastado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se uma península fosse levada. Como se fosse a propriedade de teu amigo ou a tua própria: a morte de qualquer homem me torna reduzido, porque faço parte da humanidade. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti” (John Donne, Devotions Upon Emergent Occasions [Devoções em Ocasiões Emergentes]; Ann Arbor Paperbacks: The University of Michigan Press, 1959, p. 107-109).

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