sábado, 1 de setembro de 2012


Sumário



 

 

Lição 10 – VIDA DA IGREJA


Texto – 1 Tessalonicenses 5:12-28


Pr. José Silvio Ferreira



Secretário Ministerial 
Associação Paulistana

 

Uma nova seção começa claramente em 5:12. Paulo já havia completado suas instruções e exortações específicas acerca da ética cristã e da vinda do Senhor, e então, se voltou para uma terceira área de instrução e encorajamento gerais.


O tema da lição desta semana me enche de entusiasmo, pois tem a ver com um aspecto prático na vida da igreja. A meu ver, um dos grandes anseios de todo adventista leal é ver sua congregação cheia de entusiasmo e motivada para cumprir a missão que lhe foi designada. Ao rever o direcionamento seguro que Paulo ofereceu à comunidade cristã de Tessalônica, fica estabelecido um modelo de procedimentos para nós, membros da igreja do século 21.


Em primeiro lugar, o Novo Testamento conheceu unicamente membros ativos da igreja. A imagem moderna de igreja composta de uma massa passiva, em favor da qual se empenham alguns “ministros” não é bíblica e contradiz a essência de uma igreja de Jesus. Por isso, a presente carta ao mesmo tempo salienta e pressupõe como fato, o que Paulo expressou com as seguintes palavras: “consolai uns aos outros”, “todos vós sois filhos do dia e filhos da luz”, “exortai uns aos outros”, “edificai um ao outro” (Werner de Boor).


“Consolar”, “exortar” e “edificar” é algo de que não apenas “pastores” são encarregados ou exclusivamente “autorizados”. Nessas congregações vivas e ativas existiam pessoas “que [labutavam] em [seu] meio”. Porque a longo prazo, nenhuma comunhão de pessoas pode subsistir somente com os respectivos serviços voluntários. Não é possível existir sem serviços organizados e permanentes. Daí a suprema importância de unidade e sincronia entre pastores, obreiros e membros, voluntários nas igrejas de nossos dias.


Resposta ao ministério (1Ts 5:12,13)
Com a ausência dos fundadores, o estabelecimento de uma liderança na igreja era uma das principais preocupações. Mas a pergunta sempre era: “quem estará preparado para assumir essa responsabilidade?” Há listas de qualificações nas epístolas pastorais que orientavam Timóteo e Tito nas nomeações de anciãos e diáconos em Éfeso e Creta (1Tm 3:1-11; Tt 1:5-9). Mas no caso de Tessalônica, o texto não informa como foram selecionados os novos líderes. O verso 12 sugere que os apóstolos simplesmente reconheciam a liderança emergente. A exortação à comunidade era: “agora vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam”.


Os que deviam ser reconhecidos como líderes e que recebiam a aprovação apostólica eram aqueles que faziam o trabalho. O que legitimava a liderança não era sua posição nem destaque social, como era a prática comum nas sociedades grega e romana, mas o trabalho que realizavam entre os membros da congregação.


Paulo descreveu o trabalho desses líderes de três maneiras. No texto grego aparece somente um artigo que rege os três particípios que aclaram sua função, portanto não se deve pensar que se tratasse de três tipos distintos de líderes. Todos eles são “os que trabalham arduamente entre vós, e vos guiam e admoestam no Senhor”.


“Trabalham arduamente” – vem de um verbo que significa um tipo de labor esgotante. É usado repetidas vezes para descrever os labores ministeriais em favor das igrejas (1Co 3:8; 15:58; 1Ts 3:5), e destaca o fato de que o verdadeiro líder se esforça pelo bem-estar da igreja. Os primeiros líderes da igreja em Tessalônica deviam ser como Jason (At 17:5-9), que dirigiam a congregação. Os que guiavam os irmãos eram os mesmos que buscavam seu benefício. Também eram os que admoestavam a congregação, isto é, os que corrigiam seus erros doutrinários e morais.


Lembre-se: na congregação dos tessalonicenses, os que se destacavam por seu trabalho, sua direção, provisão, proteção e correção eram aqueles que deviam ser reconhecidos como os verdadeiros líderes. Não a posição social nem os títulos, mas a atividade entre os irmãos era o que os separava para esse ministério. Não seria esse um belo modelo para nossas igrejas hoje?


O verso 13 chama os irmãos à lealdade para com os que eles mesmos reconheciam como seus líderes e aos demais membros da comunidade cristã. O alto respeito é demonstrado num contexto de profundo amor fraternal e não simplesmente como a sujeição de um súdito a alguém de posição superior. A relação entre os irmãos e seus líderes não era a única preocupação. O apóstolo também chamou os cristãos a um compromisso de lealdade entre si: “vivam em paz uns com os outros”.


No campo das relações humanas, a expressão “viver em paz” denotava a ausência de discórdia e a manutenção da harmonia entre as pessoas. Parece que o relacionamento entre os membros da igreja tessalonicense era bastante bom (1:3; 4:9-10), mas alguns irmãos não estavam trabalhando e sua dependência como “clientes” causava tensão (v. 14). Por isso  a exposição apostólica terminou com uma oração pela paz.


Ministério de apoio (1Ts 5:14, 15)
Deixando o tema da lealdade comunitária, Paulo exortou os irmãos a respeito de como eles deviam responder aos vários grupos dentro da congregação. Ele mencionou os “insubmissos”, os “desanimados” e os “fracos” (parece que esses “sempre os [teremos conosco]”), e finalmente instruiu sobre qual devia ser a atitude correta “para com todos”.


Essa responsabilidade ministerial não era somente para os líderes, mas para todos os membros da igreja. Isso quer dizer que, embora a liderança tivesse um papel importante dentro da congregação, o trabalho do ministério não se colocava exclusivamente em suas mãos. Os membros da congregação tinham (e têm) parte na responsabilidade comum de ajudar uns aos outros para sua edificação.


Aqui a instrução começa com o vocativo “irmãos”, e a exortação “que admoesteis os insubmissos”. A igreja não devia permanecer passiva frente à conduta desordenada de seus membros, mas devia responder para corrigir seu comportamento. Os que necessitam de admoestação são os insubmissos (em grego ataktous), os “que estão fora de ordem”, ou “indisciplinados”. Esse é o sentido do termo que se encontra em vários textos da época, inclusive nos “estatutos” do ginásio de Bereia que prescreve as medidas disciplinares que se deviam tomar para corrigir a conduta dos que não seguiam os regulamentos.


Em seguida, o apóstolo exortou aos tessalonicenses: “estimulem os desanimados”. Esses eram os que estavam em sério perigo de cair em apostasia. Tanto a adversidade que sofriam como a morte de seus amados, eram motivos suficientes para que alguns membros da congregação se desanimassem. A responsabilidade dos demais, frente a essa necessidade, era “estimular”, isto é, animá-los para que cobrassem novo ânimo.


Paulo também focalizou um grupo identificado como “os fracos”, a respeito dos quais insistiu para que fossem amparados. Os fracos, ou débeis, podiam ser simplesmente os que não tinham boa posição social, talvez por terem a condição de escravos ou libertados, ou por causa de situação econômica adversa. Lembre-se de que a sociedade grega não considerava a debilidade uma virtude. Portanto, é gratificante ouvir como a igreja do Senhor deve agir. Os irmãos precisam ajudar os débeis, interessando-se por eles. Os que a sociedade secular pisoteia, recebem ajuda e apoio da igreja.


Atitudes cristãs positivas (1Ts 5:16-18)
Nos versículos para hoje são descritas algumas características positivas do cristão como alegria, oração e gratidão. A vida assim orientada se coaduna com a vontade de Deus.


A primeira exortação da trilogia é – “estejam sempre alegres”. Essa alegria deve sempre acompanhar o cristão, não importa as circunstâncias em que se encontre. O apóstolo nunca negou que a adversidade traz tristeza. Ele não era masoquista. Mas reconhecia que, em meio a situações angustiosas, a presença de Deus através de seu Espírito pode infundir na alma esperança e gozo no coração.


O segundo apelo da trilogia é “orai sem cessar”. Custou-me algum tempo para que eu entendesse corretamente esse imperativo. Passar cada momento consciente em oração seria psicologicamente uma meta impossível de alcançar. Até que descobri o sentido hiperbólico do advérbio grego adialeiptôs, que significa a instrução do Senhor de orar sob toda circunstância e nunca se dar por vencido (Lc 18:1). Claramente, a oração não se limita a horas prescritas, mas deve ser um elemento comum e constante na vida diária.


A terceira exortação é: “deem graças a Deus em toda situação”, ou seja, o agradecimento a Deus deve ser um aspecto central de nossa relação com Ele. O apóstolo concluiu essa trilogia de conselhos sobre atitudes cristãs positivas explicando que alegria, oração e ações de graças são o que Deus quer de nós: “Esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus”.


Conhecendo a “nova luz” (1Ts 5:19-22)
O último grupo de exortações que Paulo comunicou à igreja inclui cinco imperativos que se referem ao uso e controle de um dos dons do Espírito Santo dentro da comunidade: a profecia. O ciclo de exortações sobre o dom de profecia começa com duas proibições contra a tentativa de impedir seu uso na igreja: “não apaguem o Espírito, não depreciem as profecias”.


O verbo do primeiro imperativo significa literalmente “extinguir um fogo”, e metaforicamente “aniquilar” ou “fazer que desapareça”. Alguns estavam tentando proibir as manifestações do Espírito na igreja. Sendo que a presença do Espírito na comunidade se compara a um fogo (Lc 3:16; At 2:3), o verbo “apagar” era próprio para descrever os intentos de eliminar suas manifestações. O Espírito “apagado”significa a cessação das profecias. A presença do Espírito Santo na igreja se unia tão intimamente com a profecia que não surpreende que os apóstolos respondam à intenção de frear o uso do dom de profecia com a exortação: “não apaguem o Espírito”.


A segunda exortação repete a ideia da primeira, com a diferença de que se abre parcialmente a janela para ver porque alguns queriam apagar o dom profético. O autor disse à igreja: “não depreciem as profecias”, ou melhor, não as rejeitem com desprezo. Alguns não somente menosprezavam, mas rejeitavam os oráculos proféticos na igreja. O uso do dom profético era bastante comum na igreja primitiva (At 2:17, 18; 11:27; Rm 12:6; 1Co 11:4, 5), e provavelmente houvesse na congregação de Tessalônica aqueles que profetizavam.


A esta altura de nosso estudo, é preciso lembrar ao leitor que, conforme Paulo, o propósito principal da profecia na comunidade cristã, não era predizer o futuro, mas “edificar, animar e consolar”, com ênfase especial sobre a edificação (1Co 14:1-5, 12, 26). Porém, claramente havia problemas em mais de uma congregação concernente ao falso uso dos dons. Por isso, foram tomadas medidas para que as igrejas pudessem discernir se as profecias realmente eram inspiradas pelo Espírito Santo (1Co 14:29; 1Jo 4:1-3). Um dos dons do Espírito é exatamente o de “discernir espíritos” (1Co 12:10), que tem o propósito de julgar a validez das profecias.


Sabemos que havia manifestações de oráculos pagãos em Tessalônica ligadas ao culto de Ísis e Serapis. O questionamento das profecias por parte de vários ramos filosóficos, somado à decisão da igreja de se distanciar dos cultos aos ídolos (1:9), ajudam-nos a identificar as condições e o ambiente que levavam alguns a desprezar as profecias.


Entretanto, o conselho do apóstolo foi que, em vez de rejeitar as mensagens proféticas, a reação da igreja devia ser mais balanceada:“julgai todas as coisas, retende o que é bom”.


“Todas as coisas” que se devem submeter à prova são as profecias que alguns rejeitaram. Isso significa “provar para verificar o caráter de algo”. Os apóstolos reconheciam que a igreja tinha a responsabilidade de verificar se as profecias eram genuínas ou não. Isso por causa da presença de falsos profetas e profecias que promoviam doutrinas espúrias na igreja antiga. Uma vez havendo submetido as profecias à prova, o dever dos membros da congregação era “apegar-se” ao que é bom.


O verso 22 conclui afirmando que os crentes deviam se afastar de toda “classe de mal”, fosse qual fosse, incluindo as profecias não autênticas. Os cristãos devem, portanto, descartar qualquer revelação que a comunidade julgar espúria. A igreja não deve tratar as profecias genuínas com presteza e não deve se apegar às revelações patentemente falsas.


Santidade no tempo do fim (1Ts 5:23-28)
O apóstolo chegou ao final de sua carta. A primeira parte da conclusão começa com uma bênção expressa em forma de oração e termina com um pedido pelas orações dos tessalonicenses: “irmãos, orai por nós”.


Gostaria de destacar ainda dois itens:


“Que todo vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros...” (v. 23). O adjetivo traduzido como “todo seu ser” significa“completo”, “inteiro”. Para que os tessalonicenses entendessem que a santificação abrange todo o ser, Paulo incluiu os termos antropológicos “espírito, alma e corpo” para descrever os diferentes aspectos da natureza humana. Este é o único lugar nos escritos paulinos em que o apóstolo empregou os três para descrever a totalidade da natureza humana.


Concernente às palavras “saudai todos os irmãos com um beijo santo”, pode-se dizer que o beijo no mundo antigo significava várias coisas: o amor entre membros de uma família, honra, respeito, amizade. O beijo boca a boca, que expressa o amor erótico não era comum. O mais conhecido era o beijo dado na fronte ou na face em saudações ou despedidas entre familiares, amigos e pessoas de respeito. Também em ocasiões oficiais como os jogos ou quando se faziam contratos e também como sinal de reconciliação. Nas comunidades cristãs que abrangiam todas as classes sociais (escravos, libertados e livres) e várias raças (macedônios, romanos e judeus), o beijo santo servia como afirmação de unidade de todos na mesma fé.


Finalmente, Paulo ordenou: “que esta epístola seja lida a todos os irmãos”. Ele entendia a importância de reunir todos os irmãos da cidade para ouvir a mensagem de sua carta. Não devemos esquecer que havia analfabetos entre os membros de qualquer comunidade como essa e eles precisavam da ajuda de outros para ouvir a mensagem dos apóstolos. Não há dúvida de que a igreja lia essa epístola em muitas ocasiões e era edificada (A exposição deste estudo se baseia em 1 e 2 Tessalonicenses de Eugenio Green).


Encerro este comentário como Paulo encerrou sua epístola: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco”.

 




O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.

 



 

 

Sikberto Marks



Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Terceiro Trimestre de 2012

Tema geral do trimestre: Epístolas aos Tessalonicenses

Estudo nº 10 –  Vida na igreja (I Tess. 5:12-28)

Semana de    1º a 8 de setembro

Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)

Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original

www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

 

Verso para memorizar:Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom” (I Tes. 5:20-21).

 

Introdução de sábado à tarde

Agora entraremos para a seção de aconselhamento de Paulo. Nesta semana estudaremos sobre diversos conselhos sobre como viver conforme o evangelho. Conselhos são dicas de como proceder para acertar. Pessoas sábias aproveitam essas dicas e vencem na vida. São pequenas orientações, mas de grande efeito prático para quem as segue.

Por exemplo, pensemos sobre o verso dessa semana. Nele há três conselhos. O primeiro diz que não devemos desprezar as profecias. Gosto muito desse, pois sou atraído por profecias há muito tempo. Profecias nos dizem várias coisas. A principal delas é a revelação do poder de DEUS, pois quem mais há no Universo capaz de conhecer o futuro? Portanto, quem pode estar mais seguro permanecendo ao lado de um Ser que tem essa capacidade, e que pode tudo? A profecia também nos antecipa a história. A Bíblia é, em grande parte, um livro de história, e na parte das profecias, conta a história do futuro. Portanto nós sabemos algo relevante sobre o futuro, e isso é um privilégio. Profecias não são desprezíveis, são um particular privilégio para o povo de DEUS.

Depois Paulo diz que devemos julgar todas as coisas. Na Bíblia há a recomendação de que devemos deixar o julgamento para DEUS. Refere-se a julgar as pessoas se estão salvas ou não, se são boas ou se não prestam, por exemplo. Aqui o julgar refere-se ao discernimento, o espírito crítico, para saber o que é bom e o que devemos evitar. É imprescindível termos esse senso de separação e classificação de todas as coisas. Por exemplo, o programa humorístico do “Chaves” é algo recomendável a um cristão? Pense e julgue.

Feito o julgamento, devemos reter o que é bom, aquilo que constrói para a vida, que nos qualifica, tanto para esta vida como para a futura. Por exemplo, se você quer assistir a um filme no sábado à noite, pode ou não pode? A resposta vai depender de qual filme. Ele tem que acrescentar algo de bom à vida, e não prejudicar em nada. Difícil encontrar, mas existe. Então, ao assistir o filme, reter dele o que é bom para a nossa vida familiar, profissional e espiritual. Por sua vez, assistir filmes, mesmo que bons, toda noite de sábado, é recomendável? Isso é uma atitude temperante?

 

1.      Primeiro dia: Resposta ao ministério (I Tes. 5:12 e 13)

Em resumo, o que Paulo pede nesses versos? (1) que eles obedecessem a seus líderes; (2) que mantivessem uma relação de amor com os líderes; (3) que vivessem em paz uns com os outros. O estudo desse assunto continua nos próximos dias.

Há uma relação, aqui, que não pode ser rompida para que uma organização funcione bem. Da parte da liderança deve haver credibilidade para com os liderados, e da parte dos liderados deve haver fidelidade para com a liderança. A fidelidade dos liderados depende da credibilidade da liderança. Aos líderes se pede muito mais que aos liderados. Portanto, uns e outros têm responsabilidades para com a organização, nesse caso, a igreja. Pelo modo como Paulo escreve aos tessalonicenses, parece que ali havia boa liderança, mas havia insubmissão de alguns liderados.

Em primeiro lugar, um líder deve satisfazer três requisitos vitais para ser líder:

a)      Ser exemplo ou modelo de vida. Isso quer dizer: administrar o seu lar com amor, ser um bom cidadão, um bom profissional e um bom membro da igreja.

b)      Admoestar e ensinar por palavra e por exemplo de vida, baseado nas Escrituras, com diplomacia e, como diz a lição, às vezes com o “amor severo”.

c)      Pautar tudo o que faz e fala com ética e com caráter, para ter credibilidade. A ética corresponde ao nosso modo de relacionarmos com os outros, e que eles podem ver, mas caráter é o que somos por inteiro, e que nem sempre os outros veem, mas mesmo assim, somos fiéis aos princípios que dizemos seguir.

Resumindo, um líder deve ser irrepreensível. Se não for, a Comissão da Igreja não deveria dar-lhe o cargo de Diretor, Ancião ou Diácono. E os pastores devem ser bem parecidos com JESUS.

Um líder tem que ter credibilidade, e isso depende dele. E essa é a primeira parte para que uma organização funcione bem. A segunda parte é a obediência, o apoio, a fidelidade dos liderados a seus líderes. Muitas vezes os líderes devem ouvir os liderados para saberem onde estão acertando e onde estão errando. Líderes que não ouvem os liderados não merecem a classificação de “líder”. Melhor chamá-los “chefes”, ou, dependendo do caso, “ditadores”. Mas ao que parece, em Tessalônica, os líderes eram bons, contudo, havia liderados que mantinham algum tipo de rebeldia.

Os liderados devem apoiar os líderes sempre que esses líderes forem coerentes com os princípios bíblicos. Como dissemos, esse apoio depende da credibilidade dos líderes; no entanto, os liderados sempre devem estar dispostos a ajudar os líderes a acertarem. E mais ainda, os superiores dos líderes também devem prestar seu apoio para que todos façam um bom trabalho. Sobre isso estudaremos na parte de terça-feira. O importante é que todos se entendam e sejam solidários em assumir as responsabilidades em conjunto, formando equipes comprometidas com a missão.

 

2.      Segunda: Ministério de apoio (I Tes. 5:14 e 15)

Ontem a lição tratou sobre o apoio dos membros aos líderes. Hoje, trata das responsabilidades dos líderes diante dos membros. A lição está bem detalhada, pelo que faremos um comentário mais abrangente.

A hierarquia na igreja vem da Conferência Geral e Divisões, depois as Uniões, as Associações, e então a igreja local. Acima da igreja local, os postos de liderança são ocupados em geral por pastores, presidentes e departamentais, via de regra não suficientemente preparados para a gestão, pois cometem muitos erros de amadores. Mesmo assim, a obra é mantida pelo Senhor, pois a igreja é dEle. No distrito, ainda temos o pastor, que pela Teoria da Administração, é a pessoa mais importante em toda a hierarquia. É ele que, ainda que percebendo manutenção mensal, sob a liderança e poder da estrutura hierárquica superior, deve responder a ela e prestar contas. E ele é o último na hierarquia quanto à obrigação de prestar contas. Abaixo do pastor distrital temos os membros voluntários. Basicamente a lição, ontem, referiu-se a esses, quando pedia apoio à liderança superior. Sim, porque estes são voluntários, nenhum poder faz com que eles façam alguma coisa, senão a sua vontade em fazê-lo. Portanto, é o pastor distrital quem necessita de apoio para gerenciar o que lhe foi dado como responsabilidade. Assim sendo, não podemos aqui apenas nos referir ao apoio que ele necessita por parte dos membros, mas também o apoio que ele vitalmente necessita da hierarquia superior, para fazer um bom trabalho. Ele é o homem de todos os níveis hierárquicos da igreja que mais necessita ser apoiado. É ele que resolve os problemas mais importantes que ocorrem na igreja, pois são problemas relacionados com a linha de frente, onde de fato se realizam as atividades fins de cumprimento do ide de JESUS.

No entanto, na prática, não é bem o que se vê. Há um exagerado exercício de poder superior sobre o pastor distrital, e ele que se vire para conquistar os membros voluntários para corresponder com o que dele exigem. Não se pode nunca esquecer que o distrital está numa relação completamente diferente para com os membros que aquela dos departamentais e presidentes para com ele. Ele tem que persuadir pessoas que não podem de forma alguma serem gerenciadas com imposições, pois nem podem ser transferidas e nem demitidas, são liderados de natureza voluntária. Mas os líderes dos pastores distritais, esses podem exercer autoridade como superiores sobre funcionários, isso significa, podem ameaçar (como fazem com grande frequência), podem demitir, podem transferir para lugares ruins, podem punir, etc. Mas o pastor distrital não tem esses mesmos poderes sobre os membros, e se tentar, em muitas igrejas é ele quem se prejudicará.  E tenho certeza que muitos líderes superiores ao distrital não entendem facilmente essa relação, e nem se dão conta o suficiente o quanto é bem mais importante o trabalho do pastor distrital comparado ao deles. Melhor dizendo, as pessoas mais importantes em qualquer organização não são aquelas que ocupam postos de liderança superior, e sim, aquelas que trabalham nas atividades fins, onde se cumpre a missão da organização. Assim diz a Teoria da Administração, fruto de pesquisas científicas. Todos os demais precisam capacitar-se como apoiadores a estas pessoas, que são principalmente os pastores distritais, mas também seus auxiliares, os anciãos e outros oficiais da igreja. Atente bem, um pastor distrital não tem poder burocrático sobre os membros, mas o presidente e os departamentais têm esse poder sobre o distrital. Essa tende a ser uma relação mal gerenciada por parte da hierarquia superior, que geralmente não entende como ela é uma relação é delicada. Esse é um assunto que merece mais estudos e aprofundamentos. Isso é URGENTE!

Tudo isso foi escrito para o que agora segue. O posto que mais necessita apoiar o trabalho na igreja é o do pastor distrital. É dele que depende, na maior parte, o sucesso da missão da igreja. É ele quem gerencia as atividades relacionadas a ganhar almas para o Reino de DEUS. Portanto, é ele, por sua vez, que também mais necessita de apoio. E esse apoio, primeiramente deve vir de cima, de seus superiores, e em segundo lugar, de seus auxiliares, os anciãos ou diretores, e dos demais liderados por ele, e por fim, dos membros. Para isto, estes últimos também necessitam de apoio da hierarquia superior. E a administração superior deve ter credibilidade perante o pastor distrital e perante os membros, ou fica difícil o comprometimento por parte dessas pessoas que cumprem a missão da igreja. Aliás, no final da história da pregação, serão basicamente esses que concluirão a obra, com DEUS tomando as rédeas em Suas mãos, como costuma dizer Ellen G. White. É na relação entre os pastores distritais e seus membros que a obra avança, não na hierarquia superior. Esta é a relação mais importante na igreja!

Bom é que se diga, conforme o avanço da ciência da administração, que nas organizações, principalmente nas de porte grande, a hierarquia superior, entre outras responsabilidades, uma das mais importantes é estar sempre disposta a apoiar aqueles que realizam as atividades fins, as mais importantes para a existência da organização e para que ela cumpra seus objetivos. Vale muito meditar sobre esse aspecto, inclusive, por parte da administração superior, promover eventos para discutir e aperfeiçoar essas ideias, que não são minhas, mas que vem de importantes estudiosos da gestão.

 

3.      Terça: Atitudes cristãs positivas (I Tes. 5:16 a 18)

O cristão precisa demonstrar que é superior às pessoas do mundo, afinal, ele tem DEUS, os outros não tem. O cristão autêntico, aquele que vive os princípios do governo de DEUS, esse, embora possa enfrentar dificuldades, é alguém que tem o conhecimento de que DEUS está ao seu lado. Tal como Jó, ele não desiste, mantêm-se otimista como esse homem que disse que seus olhos ainda veriam a DEUS. E ele viu, e falou com DEUS bem antes que imaginava. E teve a resposta de DEUS também antes do tempo por ele imaginado, e numa intensidade superior como ele nunca havia pensado em sua vida. Ele pode não ter passado dias alegres enquanto era atingido por satanás, mas jamais se tornou um infeliz sem esperança.

Assim devemos ser nós. Não devemos sempre focar o aspecto negativo das coisas e dos fatos, mas, realistas equilibrados, devemos também ser otimistas, pois cristãos tem esse direito. Os cristãos otimistas têm certeza que um futuro bom os aguarda, e que eles viverão por toda a eternidade, perfeitos, num lugar perfeito.

Assim sendo, tais pessoas precisam desenvolver uma atitude inteligente diante de todas as coisas com que se defrontam. Nós, cristãos, não devemos ser pessoas ingênuas e aceitar tudo o que outros dizem ou fazem, imaginando que eles sempre estão corretos. Nem devemos ser pessimistas achando que os outros erram demais. Devemos ser equilibrados para avaliar tudo, desenvolver a capacidade da crítica construtiva, e assim contribuir para aperfeiçoamentos em tudo o que tivermos algo a contribuir.

Paulo falou em “alegria, oração e gratidão.” Pois bem, o que significam esses atributos desejáveis? Significam diretrizes de conduta. A alegria deve ser a nossa predisposição, mesmo em situações não tão desejáveis. Melhor se falássemos em felicidade que alegria, pois podemos estar tristes mas devemos não ser infelizes.

Já a oração é a nossa fonte de poder que necessitamos por demais. É pela oração que nos ligamos a DEUS, Aquele que está o tempo todo desejoso de contribuir conosco. Temos que estar ligados a Ele, e principalmente aprender dEle, por meio do estudo de Seu manual de sobrevivência nessa Terra, a Bíblia. E a gratidão é o estado de espírito que devemos ter mediante o que DEUS, e outras pessoas, fazem por nós, para nos ajudar. Muitas pessoas têm uma forte predisposição em reclamar, mas dificilmente em agradecer. Dos dez leprosos que foram curados por JESUS CRISTO, um só voltou para agradecer. A atitude dos outros nove não foi coerente com quem está necessitando de auxílio o tempo todo. Será que esses imaginavam nunca mais necessitar de JESUS, ou de outra pessoa?

 

4.      Quarta: Conhecendo a “nova luz” (I Tes. 5:19 a 22)

Vamos examinar as quatro exortações dadas por Paulo aos tessalonicenses, no estudo de hoje. Aprofundemos mais além do que expusemos na parte de domingo. Primeiro ele disse para cuidarmos em não apagar o Espírito. Isso quer dizer que devemos realimentar todos os dias a nossa relação com DEUS ESPÍRITO SANTO, e que não nos afastemos dEle. Também quer dizer que peçamos perdão quando errarmos, e que não permitamos que os pecados nos controlem de tal maneira que não sintamos mais desejo de perdão, pois esse é o caminho em direção ao pecado contra o ESPÍRITO SANTO. Também quer dizer que devemos permitir e desejar a transformação por parte do ESPÍRITO SANTO. Isso significa que devemos perceber a nossa dependência dEle, e viver de acordo com essa dependência.

Não desprezar as profecias é uma recomendação que tem a ver com importantes revelações por parte de DEUS. Somos privilegiados em ter a revelação profética, mas devemos considerá-la importante para a nossa vida. Por exemplo, se DEUS disse que o dia e a hora não sabemos, senão no devido tempo quando Ele revelar, então, se consideramos essa palavra não daremos ouvidos a sensacionalistas que a cada pouco estão anunciando uma nova data para a volta de JESUS, ou para o fim do mundo. Assim, esses vendem muitos livros, enriquecem e tornam-se famosos, e também enganam muita gente, e vão garantindo o seu lugar no inferno.

Por julgai todas as coisas para reter o que é bom, Paulo nos incentiva a termos uma postura crítica (não confundir com espírito de crítica), para fazer avaliações a fim de distinguir o que é proveitoso do que não agrega nada à nossa vida espiritual nem à nossa salvação. Por exemplo, o que há de construtivo em programas de luta, desses que estão aparecendo cada vez mais na televisão, ou nos filmes que as pessoas alugam? Examinem com base no conhecimento de DEUS para ver se nessas coisas, e em muitas outras, se há algum proveito.

Por abstende-vos de toda forma de mal, Paulo está dizendo que, após julgar todas as coisas, devemos não só reter o que é bom, mas evitar o que não é bom. E aqui encontramos uma fórmula de santificação, apegar-se ao que DEUS aprova e afastar-se do que Ele desaprova.

Essas recomendações, bem práticas, são essenciais a nós, assim como foram aos cristãos de outras épocas. No geral, elas nos orientam a uma vida santa, separada do mundo, mas firme nos interesses de DEUS por nós.

 

5.      Quinta: Santidade no tempo do fim (I Tes. 5:23 a 28)

O que se espera de nós, que queremos ser salvos? Que devemos ser testemunhas de JESUS? Que devemos servir de exemplo de vida aos recém convertidos?

Espera-se consagração diária! Todo dia devemos ser melhores que no dia anterior. Se em algum dia não for assim então houve retrocesso. E não é de admirar que muitos estejam retrocedendo mais que avançando. Isso é trágico para o futuro dessas pessoas e daquelas que nelas se espelham. Sei muito bem que o único exemplo confiável é o perfeito Senhor JESUS, mas não se pode esquecer que são muitas pessoas que não O conhecem, e para conhecê-Lo, olham para aprender dos mais experientes ou para os que já estão há mais anos na igreja.

Vamos a um exemplo. Suponha que um senhor com sua família venha para a igreja por meio do batismo. Vamos supor que ele seja fanático por futebol, que ela assista novelas, e que os filhos estejam viciados em videogames. Se a pessoa que lhes deu os estudos, em sua família faz essas mesmas coisas, e isso é bem frequente, duas serão as tendências esperadas. Primeira, durante os estudos não se tratará sobre essas práticas nada recomendáveis a quem deseja viver junto a DEUS. Segunda, essa nova família de adventistas evidentemente se moldará conforme o testemunho de quem a levou à conversão, e não achará nada errado nessas práticas, pelo contrário, as aprovará, pois são vícios que desejam manter.

Ou somos cristãos integralmente conformados com a vontade de DEUS, ou estaremos de alguma maneira prejudicando alguém e a igreja.

O que se pede de nós é que vivamos irrepreensíveis diante de DEUS e dos homens. Além de JESUS, exemplos bíblicos não faltam: José do Egito, Daniel, Davi, Jó, Abraão, Noé, Maria mãe de JESUS, Elias, Moisés, Ester e muitos outros. Todos os dias devemos nos entregar a DEUS, e viver para a Sua vontade. E cada dia devemos estar mais perto dessa vontade, por meio da vida prática. Assim proceder até o dia da volta de JESUS: santificados em tudo, íntegros e irrepreensíveis. E assim em cada parte de nosso corpo, que é algo completo, nele não há nada que possa ser descartado. A tal ponto devemos ser transformados por DEUS que para encontrar novos desafios de santificação, só mesmo DEUS para apontá-los, pois perante os homens, nada mais haveria para ser descoberto. Perante os homens, teremos alcançado um testemunho irrepreensível; perante DEUS, estamos no caminho da santificação, sem retrocessos.

 

6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Nossa determinação em sermos transformados deve abranger tudo o que somos e o que fazemos. Assim na vida familiar como na vida social e também na profissional, o tempo todo. Gostaria de aproveitar para dar um testemunho. Tempos atrás tínhamos uma loja. Era do ramo de roupas femininas e infantis. É um ramo onde a competição é forte, principalmente porque quase todos sonegam em alguma proporção de seus negócios. Assim é muito difícil sobreviver. No entanto, minha esposa e eu, tomamos forte decisão em não sonegar um centavo que fosse. Não foi possível continuar competindo, então decidimos fechar e alugar a sala que é nossa.

Por que uma decisão tão radical? Porque somos adventistas do sétimo dia, e essa condição é suficiente para sabermos que devemos ser íntegros.

 

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escrito entre  25/ e  31/07/2012

revisado em  1º/08/2012

corrigido por Jair Bezerra

 

 

 

Declaração do professor Sikberto R. Marks

O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

 

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