sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Advir | A comunidade Adventista na Internet

Advir | A comunidade Adventista na Internet

Lição 1. O grande conflito: fundamento de nossas crenças

publicado em: 28/09/2012 | 11:34
Lição 1
29 de setembro a 6 de outubro



O grande conflito: fundamento de nossas crenças



Sábado à tarde
Ano Bíblico: Zc 1–4

VERSO PARA MEMORIZAR: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o Seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).
Leituras da semana: Gn 3:15; Ap 12:1-17; Is 14:4-21; Ez 28:12-19; Is 53:6; Rm 1:20-28; Jo 16:2

Pensamento-chave: O tema do grande conflito é o conceito abrangente que dá coesão às crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Dizem que “a necessidade é a mãe da invenção.” A palavra mãe, nesse caso, significa “a fonte”, “a força motriz” e “o fundamento”. É a carência, a necessidade de algo que move as pessoas à ação. Por exemplo, a necessidade de um ar mais puro é a base, a força motriz por trás do movimento por outras fontes de energia diferentes dos combustíveis fósseis.
Assim como ocorre com as invenções físicas, um sistema de crenças também precisa de uma base, um princípio que o explique.
Os adventistas do sétimo dia professam um corpo de 28 crenças fundamentais. Essas crenças têm o fundamento no conceito que chamamos de “grande conflito”. Cada uma das 28 crenças fundamentais aborda um aspecto específico desse conflito cósmico. As crenças que serão estudadas neste trimestre têm mais sentido contra o pano de fundo do tema do grande conflito. Nesta semana, consideraremos alguns dos pontos principais desse fundamento.

Domingo
Ano Bíblico: Zc 5–8

O conflito e seus atores


Ao longo de toda a história registrada, as pessoas têm percebido que a humanidade está em um tipo de batalha, uma guerra, uma luta entre forças inimigas.
O poeta T. S. Eliot escreveu: “Em todos os meus anos, uma coisa não muda./Por mais que você a disfarce, essa coisa não muda:/A perpétua luta entre o bem e o mal” (T. S. Eliot: The Complete Poems & Plays [T. S. Eliot: Peças de Teatro e Poemas Completos]; Nova York, San Diego, Londres; Harcourt Brace & Company, 1952, p. 98).
Embora essa compreensão seja comum, as pessoas têm visões radicalmente diferentes a respeito do significado do conflito, acerca de quem está envolvido, o que está em jogo e como ele vai acabar. No entanto, como adventistas do sétimo dia, temos uma perspectiva decididamente sobrenaturalista acerca dessa batalha, uma perspectiva que vem da nossa compreensão bíblica e da forma pela qual a Bíblia descreve o que chamamos de “grande conflito entre Cristo e Satanás”.

1. Quais são os atores principais no conflito? Embora símbolos às vezes sejam utilizados para descrever os atores, por que acreditamos que os poderes descritos são seres reais, literais? O que aconteceria com todo o nosso sistema de crenças se entendêssemos apenas de modo espiritual a realidade do grande conflito entre Cristo e Satanás e nosso papel nele? Gn 3:15; Ap 12:1-17

Não é incomum as pessoas usarem termos como diabo, anjos e até mesmo Deus, quando querem falar de algo muito diferente do que aquelas palavras normalmente significam. Por exemplo, há alguns cujo interesse no uso da palavra “Deus” focaliza apenas a função que essa palavra desempenha na linguagem e sociedade humanas. Elas não têm interesse em saber se “Deus”, de alguma forma, existe.
Sejam quais forem os símbolos utilizados para descrevê-las, a Bíblia ensina que essas figuras são entidades reais, envolvidas em um conflito real. É assim que os adventistas do sétimo dia as entendem. A maioria das doutrinas estudadas neste trimestre não terão sentido se os atores identificados no conflito não forem considerados literalmente, o que muitas vezes nos coloca decididamente em conflito com a cultura dominante.
De fato, embora o secularismo tenha assumido diferentes contornos e formas ao longo dos últimos dois séculos, nada o caracteriza mais do que o esforço para eliminar toda a linguagem sobrenatural do discurso humano. Com o sucesso da ciência, a cultura contemporânea está testemunhando uma extinção gradual da crença no sobrenatural.

A cultura de sua região é fortemente afetada pela visão secular e científica acerca do mundo? Você foi influenciado por essa visão? Contra que aspectos dela especialmente devemos nos guardar?

Segunda
Ano Bíblico: Zc 9–11

A queda de Lúcifer


Embora a Bíblia não mencione explicitamente as questões envolvidas no conflito entre Deus e Satanás, elas podem ser deduzidas a partir de algumas passagens bíblicas relacionadas ao assunto, tais como Isaías 14:4-21 e Ezequiel 28:12-19. Em seus cenários originais, esses textos representavam os reis pagãos de Tiro e Babilônia, mas, quando lidos cuidadosamente, apresentam detalhes que vão além desses antigos governantes orientais. Na verdade, eles apontam para a origem, posição e queda de Satanás.

2. Em 1 Timóteo 3:6, Paulo adverte contra a ordenação de um novo converso, alertando que isso pode levar a pessoa a se tornar vaidosa e a cair na mesma condenação do diabo. Como a declaração de Paulo esclarece Isaías 14:4-21 e Ezequiel 28:12-19? De que forma essas três passagens nos ajudam a entender algumas questões do conflito?

Pelo menos três questões são levantadas nos textos citados acima: orgulho, autonomia e independência. O Antigo Testamento retrata um ser criado, dependente, desejando ser autossuficiente e independente. Mas independência é sempre independência de algo ou alguém. A primeira carta de João 3:8 diz que o diabo vive pecando desde o princípio; 1 João 3:4 define “pecado” como transgressão da lei. Segue-se, então, que o pecado de Satanás, que se manifestou como uma busca por independência e autonomia – representava o desejo de ser livre das “restrições” de Deus e de Suas leis. Assim, ao recusar se submeter à autoridade da lei de Deus, Satanás mostrou que desejava viver sob um conjunto diferente de condições. Essa rebelião também implicava que o sistema de leis do Céu não era o ideal e que, na verdade, algo estava errado com essas leis. Mas, pelo fato de que a lei de Deus é um reflexo de Seu caráter, um defeito na lei equivaleria a um defeito no caráter de Deus. Em resumo, a rebelião de Satanás foi tanto contra o próprio Deus como contra qualquer outra coisa.

Orgulho, autonomia, independência. O que essas palavras trazem à sua mente? De que maneira todos nós estamos em perigo de cair nas armadilhas, às vezes muito sutis, que o orgulho, a autonomia e a independência colocam diante de nós? Afinal de contas, sob as condições corretas, o que há de errado nesses conceitos?

Terça
Ano Bíblico: Zc 12–14

A arma de Deus


3. De que forma o grande conflito é revelado em Gênesis 3:15?

A linguagem enigmática de Gênesis 3:15, na qual o conflito está predito, nos dá um indício das regras divinas para essa guerra. Podemos ver que o conflito, que tinha acabado de começar na Terra, envolvendo a serpente e a mulher, tomaria forma, envolvendo os seguidores dos participantes iniciais: a “semente” da mulher e a “semente” da serpente. No devido tempo, como sabemos, o conflito culminaria em um confronto mortal entre Satanás e um descendente da mulher, Jesus de Nazaré. A arma escolhida por Deus foi Jesus, que viria para lutar em favor da mulher, seria ferido, mas finalmente desferiria um golpe mortal na serpente. A arma escolhida foi um ato de sacrifício, por meio de Jesus, um ato de amor altruísta.

4. Que assuntos envolvidos no grande conflito são esclarecidos nos textos a seguir? Por que o plano da salvação é central nessa questão?
A) Compare Gn 4:4 com Hb 11:4;
B) Compare Gn 12:3 e 22:18 com Gl 3:16;
C) Compare Êx 25:9 com Hb 4:2;
D) Compare Is 53:6 com Rm 5:8;
E) Leia Mt 16:18; 18:16-20;
F) Leia Hb 8:1, 2

Quarta
Ano Bíblico: Malaquias

A batalha de Satanás


Se você olhar atentamente para a lição de ontem, verá uma progressão na maneira pela qual Deus manifestou a Si mesmo e Sua verdade, em meio ao grande conflito. Deus atuou por meio dos rituais no tempo dos patriarcas e no santuário israelita, por intermédio da morte expiatória e sacrifical de Cristo, por meio da igreja e no próprio ministério de Cristo no santuário celestial.
No entanto, Satanás tem trabalhado incansavelmente para minar os planos do Senhor. Grande parte do grande conflito tem sido, e ainda é, travada em torno desses mesmos temas.
Por exemplo, o sistema de sacrifícios praticado pelos patriarcas e no ritual do santuário de Israel, foi designado por Deus para que a humanidade se lembrasse do Criador e para manter viva a esperança de redenção.

5. Como Satanás procurou usurpar e destruir a verdade sobre o plano da salvação, especialmente a verdade revelada no sistema de sacrifícios? Rm 1:20-28; Dt 32:17, 18

Claro, a encarnação de Cristo, Seu ministério na Terra e Seu sacrifício expiatório na cruz foram as partes centrais do modo como Deus preferiu derrotar Satanás no grande conflito. A morte de Cristo garantiria a destruição de Satanás, que trabalhou incansavelmente contra Cristo.

6. De que maneiras Satanás trabalhou contra Jesus? Mt 2:1-18; 4:1-11; 16:21-23; 27:39-42

Depois de Sua morte e ressurreição, Cristo estabeleceu Sua igreja na Terra, para proclamar à humanidade perdida a boa notícia da salvação. Desde o início da igreja, Satanás tem procurado enfraquecê-la e destruí-la. As passagens a seguir mostram algumas das táticas que ele usa contra a igreja (leia At 5:17, 18; 7:54-60; 2Ts 2:1-4; 1Tm 4:1; 2Pe 2:1; Ap 12:13-17).
Entretanto, a carta aos Hebreus fala de um santuário real no Céu, onde Cristo entrou depois de Sua ascensão (Hb 4:14-16; 9:24), para realizar uma função sacerdotal em favor da humanidade pecadora (Hb 7:27). Em Daniel 8:11-14, podemos ver a atividade de Satanás oposta ao ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial e sua tentativa de usurpar esse ministério.

Uma coisa é ler 1 Pedro 5:8, 9 e ter uma compreensão intelectual dessa advertência; outra coisa é realmente vivê-la em nosso dia a dia. Como podemos, de fato, resistir ao diabo? Quantas vezes durante um único dia você está ciente dos esforços de Satanás contra você?

Quinta
Ano Bíblico: Vista geral do Antigo Testamento

Escolhas


Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15). Como esse texto revela o que é, em muitos aspectos, a questão mais fundamental no grande conflito?
As profecias apresentam uma visão das cenas finais do conflito entre Deus e Satanás. Por um período de 1.260 anos (Dn 7:25; 12:7; Ap 11:2; 12:14; 13:5), Satanás esporadicamente, mas persistentemente, perseguiu o povo de Deus. Em um confronto final descrito emApocalipse 12 e 13, ele emprega dois poderes terrestres: uma besta semelhante a leopardo (Ap 13:1-10) e uma besta de dois chifres (Ap 13:11-17). Esses poderes empregam todas as táticas de Satanás, mencionadas na lição de ontem.

7. Apocalipse 14 descreve o contra-ataque divino às manobras de Satanás, durante as etapas finais do conflito, com o objetivo de encerrar a guerra. De que maneira algumas questões do grande conflito serão reveladas? Ap 14:6-13
Do ponto de vista de Deus, uma proclamação clara das questões envolvidas no conflito (aqui representadas como sendo transmitidas por três anjos) é necessária antes do fim do conflito. A humanidade precisa ser informada de modo inteligente para que as pessoas tomem uma decisão sobre essas questões.
No conflito final haverá pessoas que permanecerão leais a Deus. Em Apocalipse 14 elas são simbolizadas com o número 144.000, possivelmente representativo de um povo inumerável de todas as nações da Terra (Ap 7:4). Mas elas permanecerão obedientes aos mandamentos de Deus em um tempo de grande angústia e serão inteiramente dedicadas à adoração de seu Deus Criador. Receberão a aprovação de Deus e serão vitoriosas com Ele, enquanto as impenitentes serão destruídas na colheita seguinte (Ap 14:14-20). O ponto é que um dia esse grande conflito estará terminado.

Uma coisa a respeito do grande conflito: ninguém pode ser neutro. Você está de um lado ou do outro. Qualquer um pode alegar estar do lado do Senhor (Jo 16:2). Como você pode saber, com certeza, que realmente está do lado certo? Comente com a classe.

Sexta
Ano Bíblico: Mt 1–4

Estudo adicional


Leia de Frank B. Holbrook, “The Great Controversy” [O Grande Conflito], p. 969-1008, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia].
“A Bíblia explica-se por si mesma. Textos devem ser comparados com textos. O estudante deve aprender a ver a Palavra como um todo, e bem assim a relação de suas partes. Deve obter conhecimento de seu grandioso tema central, do propósito original de Deus em relação a este mundo, da origem do grande conflito, e da obra da redenção. Deve compreender a natureza dos dois princípios que contendem pela supremacia, e aprender a delinear sua operação através dos relatos da História e da profecia, até a grande consumação. Deve enxergar como esse conflito penetra em todos os aspectos da experiência humana; como em cada ato da vida ele revela um ou outro daqueles dois princípios antagônicos; e como, quer queira ou não, ele está agora mesmo decidindo de que lado do conflito estará” (Ellen G. White, Educação, p. 190).

Perguntas para reflexão
1. Alguns falam sobre uma “demora” na segunda vinda de Cristo. Com a quantidade de injustiça e de sofrimento sem sentido no mundo, parece que cada dia adicional de vida na Terra já é demais. Peça que os alunos compartilhem suas perspectivas sobre o tema do grande conflito do ponto de vista da assim chamada “demora”.
2. Como podemos saber que estamos do lado do Senhor? A resposta é relevante especialmente por causa do nosso entendimento de quem serão os perseguidores nos últimos dias. Como podemos ter certeza de que estaremos no lado certo?

Respostas sugestivas: 1. Jesus e Satanás; a Bíblia afirma que o conflito e seus atores são reais. Se tudo fosse apenas algo espiritual, não haveria esperança real. 2. Satanás ficou orgulhoso por causa da beleza, perfeição e privilégios que o Criador havia dado a ele; quis ser igual a Deus, cobiçou a adoração dos anjos e corrompeu sua santidade, dando origem ao conflito. 3. Na inimizade entre a serpente e a mulher; Jesus, o descendente da mulher esmagaria, na cruz, a cabeça da serpente. 4. O plano da salvação está em todas as questões: (A) O verdadeiro e o falso sistema de adoração; a verdadeira fé, que obedece, e a presunção, que se rebela contra Deus; (B) A bênção será dada aos que aceitarem o sacrifício de Jesus, descendente de Abraão; os seguidores da serpente serão amaldiçoados; (C) O ritual do santuário anunciou o evangelho no Antigo Testamento, mas nem todos aproveitaram; (D) Nossos pecados foram lançados sobre Jesus por causa do amor de Deus por nós; (E) Fundamentada em Cristo, a igreja tem autoridade para resolver problemas internos e vencer as forças externas do mal; (F) Jesus está à direita do trono da majestade, ministrando como Sumo Sacerdote, em favor de Seu povo. 5. Buscou transformar a glória de Deus na semelhança do homem corruptível e de animais; levou as pessoas a desonrar o corpo e a adorar a criatura em lugar do Criador; e a oferecer sacrifícios aos demônios. 6. Procurou matar o menino Jesus; apresentou tentações para que Jesus pecasse; usou Pedro para desviar Cristo de Sua missão; desafiou Jesus a descer da cruz. 7. Os mensageiros divinos apresentarão: o evangelho eterno, o dever de adorar somente ao Criador e o juízo divino; diante do evangelho, as mentiras de Babilônia serão derrubadas; os adoradores da besta serão destruídos e os adoradores do Criador receberão a vida.


Resumo da Lição 1: O grande conflito: fundamento de nossas crenças


Texto-chave: Gênesis 3:15

O aluno deverá:
Conhecer:
Os eventos do grande conflito entre Deus e Satanás e como este afeta todos os aspectos da vida do cristão e seu sistema de crenças.
Sentir: O significado eterno da escolha individual nesse grande conflito.
Fazer: Aceitar o sacrifício de Cristo em seu favor e cooperar para partilhar esse evangelho como parte essencial do grande conflito.

Esboço do aprendizado
I. Conhecer: O quadro completo

A. Que eventos críticos ocorreram até a presente data, e que eventos terão lugar no futuro, a fim de erradicar o mal do Universo?
B. De que forma o conflito entre o bem e o mal afeta tudo o que os cristãos, bem como os não cristãos, fazem e pensam no dia a dia?

II. Sentir: Escolhas com significado eterno
A. Que parte as decisões diárias desempenham na formação do destino eterno?
B. Por que é tão importante proteger as oportunidades que todos têm de escolher entre o caminho de Deus e o caminho de Satanás, bem como de influenciar os outros sobre as escolhas eternas que Deus os convoca a fazer?

III. Fazer: Cooperar com os agentes divinos
A. Por que é essencial aceitarmos o sacrifício de Cristo em base diária?
B. Que oportunidades de partilhar o evangelho estão à disposição todos os dias?
C. Quais são as melhores maneiras de cooperar com os agentes celestiais em partilhar a mensagem do evangelho nestes últimos dias?
Resumo: O grande conflito entre o bem e o mal afeta a vida de todos no Universo. O mais importante é a escolha que cada um deve fazer entre Deus e Satanás.

CICLO DO APRENDIZADO


MOTIVAÇÃO
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A vida é uma guerra constante entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás. Ao estudarmos esse conflito e como afeta nossa vida e destino, a questão central deve ser: de que lado escolhemos estar – de Cristo ou de Satanás?
Só para o professor: Em uma época em que as pessoas se recusam a reconhecer a necessidade de fidelidade moral e espiritual a Deus, é essencial reconhecer que estamos envolvidos em uma verdadeira guerra espiritual. Entender que guerra é essa e como obter a vitória é o foco central de nossa lição desta semana.

Atividade de abertura: Gautama, herdeiro do trono de Kapilavastu, no antigo Nepal, era o único objeto de amor e cuidado de seu pai. O rei protegeu o príncipe de qualquer conhecimento ou experiência com a dor, o sofrimento e a morte. Mas, um dia, quando ainda era adolescente, o príncipe saiu do palácio e, pela primeira vez, viu as aflições da velhice, da doença e da morte. Muito aflito, Gautama deixou o palácio, sua jovem esposa e o filho, e vagou pelas florestas, suportando anos de muita aflição, jejum e meditação, até que, um dia, afirmou ter encontrado a resposta para a questão do mal. Assim nasceu Buda, cujo ensino essencial era este: a resposta para o problema do sofrimento pode ser encontrada na renúncia a todo desejo de sensualidade.
Essa é uma resposta. O hinduísmo oferece outra: a morte nada mais é que a porta para uma nova forma de vida no ciclo infinito de reencarnações. Alguns negam a realidade do pecado, enquanto outros consideram a morte o fim normal de um processo biológico.
Mas que diz a Bíblia sobre a origem e as soluções para a dor, o sofrimento e a morte? Veja Gn 3:1-23, Rm 5:12, 6:23, Is 14:12-15 e Ap 12:1-4; 20:7-15.

Comente: A partir dos versos acima, e de outras passagens, quais são as causas da dor, do sofrimento e da morte? Onde se originou o pecado, e quais foram seus resultados no conflito conhecido como o grande conflito entre Deus e Lúcifer? Quando será o fim do grande conflito, e qual será o resultado final?

Compreensão
Só para o professor: Conduza em sua classe uma breve revisão do grande conflito em relação à sua natureza, origem, os oponentes e sua conclusão final.

Comentário Bíblico


Na história cristã, nenhuma outra igreja entende tão bem quanto a Igreja Adventista do Sétimo Dia a importância do tema do grande conflito no tocante ao problema do pecado e sua destruição final. A série de cinco volumes de Ellen G. White, “O Conflito dos Séculos”, começa com as palavras “Deus é amor” e termina com as palavras “Deus é amor”. Nesse ínterim, mais de três mil páginas de narrativa traçam a história do grande conflito entre Cristo e Satanás, proporcionando um comentário mais ampliado sobre a história da redenção, desde a origem do pecado até a restauração definitiva da justiça, conforme está retratado na Bíblia. A lição de hoje analisa a origem, a natureza e a conclusão do grande conflito.

I. A origem do grande conflito
“Houve guerra nos Céus” (Ap 12:7, NVI). A frase em si é um paradoxo e um mistério. Como pode haver guerra no Céu – o lugar em que está o trono de Deus (Is 66:1) e habitam absoluta santidade, justiça, amor e paz? A palavra guerra indica que no Céu surgiu alguém contrário à vontade de Deus. Apocalipse 12:7-9 identifica o rebelde como o “dragão”, “o grande dragão”, “a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás” (NVI). Além disso, a mesma passagem diz que Satanás e seus anjos lutaram contra “Miguel e Seus anjos” (v. 7). Miguel, nome usado apenas em passagens apocalípticas (veja Dn 10:13, 21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7) para representar Cristo em conflito direto com Satanás, prevaleceu na guerra. Isso levou à expulsão de Satanás e seu exército para a Terra, onde a antiga serpente enganou Adão e Eva e mergulhou o mundo no pecado (Gn 3:1-15). Assim começou o grande conflito, um conflito cósmico entre Cristo e Satanás, entre as forças do bem e do mal.

Pense nisto: Todo ato contrário à vontade de Deus, como fez Lúcifer, é um ato de guerra contra o trono de Deus. Por que Deus não exterminou simplesmente o pecado e Satanás nos primeiros sinais da revolta, antes que se transformasse em uma guerra em grande escala, que terminou com a expulsão de Satanás e seus anjos rebeldes para a Terra? O que a resposta revela sobre a justiça e a misericórdia de Deus?

II. O grande conflito: Sua natureza
Várias passagens bíblicas, como Isaías 14:12-15, Ezequiel 28:12-17, Gênesis 3:1-15 e Apocalipse 12:1-17 revelam alguns dos aspectos básicos do grande conflito.
Primeiramente, o grande conflito é uma batalha entre a criatura e o Criador a respeito do caráter de amor e a soberania de Deus. Por sua própria essência, a relação Criador-criatura traz em si um limite. O Criador concede à criatura vida, amor e comunhão, e a criatura deve responder com amor, obediência e louvor. O desrespeito a esse limite representa rebelião. Esse foi um dos primeiros pecados de Lúcifer, além de inveja e ambição. Ele se gabava: “Serei como o Altíssimo” (Is 14:14, NVI). O orgulho levou a arrogância, orgulho e ilegalidade, culminando com uma revolta contra a autoridade de Deus.
Segundo, o grande conflito é uma batalha pela fidelidade. Pertencemos a Deus ou a Satanás? “Em vez de procurar fazer com que Deus fosse supremo nas afeições e lealdade de Suas criaturas, era esforço de Lúcifer conquistar para si o seu serviço e homenagem. E, cobiçando a honra que o infinito Pai conferira a Seu Filho, esse príncipe dos anjos aspirou ao poder cujo uso era prerrogativa de Cristo, unicamente” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 494).
Terceiro, o grande conflito é uma batalha universal que afeta cada pessoa até culminar com a destruição de Satanás (Ap 20:7-10). Desde que Satanás introduziu esse conflito cósmico na história da raça humana, enganando Adão e Eva (Gn 3:1-15), a criação inteira se tornou campo de batalha entre Cristo e Satanás. Ninguém pode escapar da batalha, e todos podem aproveitar a vitória disponível por meio de Cristo. O cristão “deve compreender a natureza dos dois princípios que contendem pela supremacia, e aprender a delinear sua operação através dos relatos da História e da profecia, até à grande consumação. Deve enxergar como este conflito penetra em todos os aspectos da experiência humana; como em cada ato de sua vida ele próprio revela um ou outro daqueles dois princípios antagônicos; e como, quer queira quer não, ele está mesmo agora a decidir de que lado do conflito estará” (Ellen G. White, Educação, p. 190).

Pense nisto: Um pensamento preocupante: cada ato da vida revela de que lado do grande conflito estamos: de Cristo ou de Satanás. Tente compreender realmente todas as implicações desse pensamento. Por que é um engano fatal crer em algo menos que essa realidade? Por que realmente não há terreno neutro nesse conflito, e o que isso diz sobre a verdade de que todos – pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos – estamos envolvidos?

III. O grande conflito: sua conclusão
O conflito cósmico teve origem na acusação de Satanás de que Deus é arbitrário, Seu amor é falso e Sua lei não pode ser guardada. Embora o conflito no Céu tenha sido resolvido quando Cristo esmagou suas raízes e Satanás foi expulso para a Terra, o arqui-inimigo de Deus continua o conflito na Terra, onde espera enganar toda a humanidade e se tornar o príncipe deste mundo. Ele verificou que se não podia possuir a Terra mediante o poder de criação, iria fazê-lo enganando os habitantes da Terra e voltando-os contra Deus. Mas Deus não deixou este mundo desprotegido e, de fato, demonstrou ter um plano para atender a essa contingência do mal: Cristo certamente foi “conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês. Por meio dEle vocês creem em Deus, que O ressuscitou dentre os mortos e O glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus” (1Pe 1:20, 21, NVI). Pela cruz e pela ressurreição, Cristo obteve a vitória final sobre o pecado e Satanás. No entanto, o conflito aguarda sua consumação final no fim do milênio, quando pecado e pecadores não mais existirão e o próprio diabo será lançado “no lago de fogo” (Ap 20:7-10).

Pense nisto: Na seção dois, lemos em Ezequiel 28:12-17 como Lúcifer andava entre as pedras afogueadas no Céu. Seja qual for o significado dessas pedras, uma coisa é clara. Lúcifer andava com impunidade entre essas pedras, imune às chamas. Ele era “à prova de fogo”. Mas, na consumação final do grande conflito, Satanás será inflamável e sua imunidade não mais existirá. Esse contraste contém uma lição espiritual para nós. Nosso Deus é um fogo consumidor. Temos uma escolha entre duas: permitir que, durante este período de prova, na fornalha da aflição, Ele refine nosso caráter de toda escória até que brilhe o ouro puro de Sua imagem, ou recusar submissão e sofrer o processo de refino no lago de fogo. As duas escolhas queimam o pecado em nós. Mas uma consome o pecado, apenas, e tem como resultado a vida eterna; a outra nos consome e resulta em morte eterna. Que tipo de proteção Deus nos dá agora, assim como deu aos três amigos de Daniel, à prova de fogo na fornalha da aflição, assim como o fogo purifica e refina?

Aplicação
Só para o professor: A Bíblia é um grande livro texto sobre o assunto do grande conflito entre Cristo e Satanás. Por meio de fracassos e triunfos de muitos dos personagens bíblicos, nos altos e baixos da história de Israel, nas advertências e bênçãos proféticas, na vida, morte e ressurreição de Jesus e nos eventos finais da história da Terra, devemos crer que Deus está no controle da história e que levará os que nEle confiam ao triunfo inevitável.

Perguntas de aplicação
Por que o estudo do grande conflito é importante para a vida cristã?
José. Davi. Ester. Pedro. Judas. Como esses personagens ilustram que os seres humanos estão muito envolvidos no grande conflito?

Criatividade
Só para o professor: Para cada ser humano assaltado pelo poder do pecado e de Satanás, a cruz é a garantia de triunfo. Enfatize perante a classe esta lição de maneira tão poderosa quanto puder.

Atividade: Leia com a classe a seguinte citação. Comente a esperança de vitória que Satanás alimentava e como essa esperança se desfez. Por que Satanás continua insistindo, mesmo sabendo que, finalmente, deve morrer?

“Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás triunfou. Ousou esperar que o Salvador não retomaria novamente a vida. Reclamava o corpo do Senhor, e pôs sua guarda em torno do túmulo, procurando manter Cristo prisioneiro. Ficou furioso quando seus anjos fugiram diante do mensageiro celestial. Ao ver Cristo sair em triunfo compreendeu que seu reino chegaria a termo, e que ele devia morrer afinal” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 782).

Nenhum comentário:

Postar um comentário