Greve das ADIs continua nesta terça-feira
Por José
Afonso da Silva
A
assembleia das professoras ADIs de Taboão da Serra, deliberam no dia de ontem
pela continuidade da greve iniciada nesta segunda-feira.
Com um
índice de paralisação em torno de 20% das ADIs, a avaliação geral das
professoras é que muitas professoras que até então estavam trabalhando,
adeririam nesta terça-feira.
As ADIs
visitaram escolas, conversaram com as colegas e distribuíram panfletos aos pais
e à comunidade que explicava o porque da greve e quais as suas
reivindicações.
Foi
constatado durante a visita às escolas que livre-nomeados e outros funcionários
foram deslocados para suprir a ausência das ADIs em sala de
aula.
Por outro
lado, o secretário de educação de Taboão da Serra, José Marcos, finge-se de
morto – o que não deixa de ser um pouco verdade – e faz declarações à mídia que
não existe greve e nem paralisação. Segundo ele, apenas 09 ADIs estariam
paradas e que pra ele “isso não é greve, é falta”.
Esta é a
mesma prática do PSDB no estado, quando da última greve dos professores da rede
estadual, o governador José Serra afirmava que a greve não passava de 1% de
paralisação.
Numa
cidade onde o prefeito Evilásio Farias e seu Secretário de educação enchem a
boca pra falar que tem título de “Cidade Educadora” e é um exemplo a ser seguido
por outros municípios, é no mínimo curioso, a postura nada educativa de usar das
velhas práticas anti-greve: ignorar a paralisação; desqualificar as
trabalhadoras; querer passar a idéia de que trata-se de baderneiros;
criminalização; assédio moral, ameaças e etc.
Não foi a
toa que na assembleia que deliberou pela continuidade da greve, as ADIs se
posicionaram pela ida até a Secretária da Educação e de lá só sairão quando
forem atendidas pelo secretário José Marcos.
Engana-se
José Marcos que a ADIs estão sozinhas, pois contam com o apoio de pais, de
setores do funcionalismo, da Apeoesp, da CSP-Conlutas, do PSOL, do PSTU e do
MTST que deixou claro que disponibilizará toda sua militância para qualquer tipo
de ação caso as ADIs solicitem.
Setores
do funcionalismo começam a aderir a greve. Exemplo de ADEs e PAPs que
participaram da assembleia demonstram que a indignação das ADIs também é
compartilhada pelo conjunto do funcionalismo que sofrem com o arrocho salarial,
assédio moral, retirada de direitos e ataques do governo
Evilásio.
O
funcionalismo municipal, assim como as ADIs, têm lutado desde o ano passado por
suas reivindicações. Exemplos como o dos trabalhadores da Usina e da GCM, que
fizeram várias mobilizações, infelizmente, não tiveram êxito, por um motivo
muito objetivo: não tem sindicato para levar essa luta até as últimas
conseqüências.
Não
faltam motivos e nem disposição do funcionalismo para lutar, isso fica provado
pelas lutas que foram travadas por estes em 2011. Lamentavelmente, o papel
jogado pelo Sindtaboão e pelo Simproem foi o pior possível: jogaram o papel de
autênticos pelegos a serviço do governo contra os trabalhadores do
município.
É
necessário que o funcionalismo siga o exemplo das ADIs e formem uma comissão
independente do funcionalismo municipal e a partir daí organizem-se para entrar
em greve.
Somente
com a organização e a luta será possível garantir conquistas e construir uma
alternativa combativa do funcionalismo no
município.
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