sexta-feira, 20 de abril de 2012

Lição 4. Evangelismo e testemunho como estilo de vida

publicado em: 20/04/2012 | 12:08
Lição 4
21 a 28 de abril



Evangelismo e testemunho como estilo de vida



Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Rs 2, 3

VERSO PARA MEMORIZAR: “Em Jope havia uma discípula chamada Tabita, que em grego é Dorcas, que se dedicava a praticar boas obras e dar esmolas” (At 9:36, NVI).

Leituras da semana: 2Co 3:2, 3; Mt 9:36-38; 1Co 9:20-22; Mc 5:1-19; Jo 17:11-19.

Pensamento-chave: Quer reconheçamos ou não, os cristãos pregam o evangelho pelo exemplo de sua vida.

Muitas vezes ouvimos dizer que o cristianismo não é apenas aceitar um conjunto de crenças, mas é também um modo de viver, um estilo de vida. Afinal, em última análise, as crenças afetam as escolhas e o modo de vida.
Também é verdade que os que se dizem cristãos são rigorosamente observados por outras pessoas, que procuram descobrir se a vida deles corresponde às crenças que professam. Ainda que não planejemos, os que nos observam aprendem conosco. Assim, a pergunta importante não é: “Será que estamos influenciando as pessoas e transmitindo algo a elas?”, mas: “Como estamos influenciando as pessoas, e o que estamos transmitindo a elas?”.
Embora devamos sempre lembrar da importância de nossa influência involuntária sobre os que nos cercam, devemos também ter o propósito de ajudar as pessoas a fazer uma conexão entre fé e estilo de vida. Nesta semana, estudaremos como o estilo de vida do cristão pode demonstrar a relevância da fé na vida cotidiana.

Domingo
Ano Bíblico: 2Rs 4, 5

Sermões silenciosos


Como você teria reconhecido os seguidores de Jesus no primeiro século? Você conseguiria reconhecer os sacerdotes e os fariseus pelo modo com que se vestiam. Da mesma forma, você reconheceria um pescador, um camponês ou um soldado romano por suas roupas. Mas, como você conseguiria reconhecer um cristão?

1. Qual é a forma especial de identificar os seguidores de Jesus? O que isso significa em termos práticos? Jo 13:35

Jesus disse que, se amarmos uns aos outros, as pessoas conhecerão que somos Seus discípulos. Como conhecerão? Porque o amor em ação os convencerá. Nosso amor por Jesus e pelos irmãos determinará o modo pelo qual respondemos à vontade de Deus e, consequentemente, afetará nossa maneira de tratar os outros. Além disso, o amor e a preocupação pelos que estão fora do divino aprisco determinarão também nossa maneira de tratá-los. Esse é o sermão que eles ouvirão e observarão, e isso falará mais alto do que qualquer coisa que dissermos. Muitos pais notam que, muito cedo na vida, seus filhos desenvolvem um “detector de hipocrisia” interno, que melhora e se torna mais eficiente à medida que eles amadurecem. Portanto, devemos estar cientes de que muitas das pessoas com quem nos relacionamos, e para as quais testemunhamos, também têm a capacidade altamente desenvolvida de reconhecer a diferença entre a verdadeira experiência espiritual e a mera profissão de espiritualidade.

2. De que maneira Deus quer usar Seu povo para influenciar a vida dos outros? 2Co 3:2, 3

Não devemos subestimar nossa influência sobre os que nos rodeiam, seja essa influência planejada ou não. A vida do cristão deve ser como uma carta enviada por Jesus Cristo ao mundo. De um coração renovado pela graça divina, essa carta demonstrará o poder do evangelho para transformar vidas e, assim, testemunhará para o Senhor.
Você foi influenciado por aqueles cujas ações correspondiam à sua profissão de fé? Foi quando não correspondiam? De que forma você pode sempre se lembrar de que suas ações influenciarão os outros, de um jeito ou de outro?

Segunda
Ano Bíblico: 2Rs 6–8

Compaixão pelas pessoas


Todos os dias esbarramos apressadamente em pessoas que não conhecemos. Passamos por elas na rua, sentamos perto delas em restaurantes, e esperamos com elas nas filas. Às vezes, até reconhecemos sua presença com um aceno ou erguemos a sobrancelha quando passamos por elas. Embora não seja possível ter um contato pessoal com todas as pessoas que vemos diariamente, o desejo de Deus é que todas O recebam em sua vida. Podemos ser parte do plano de Deus de salvar alguém, em algum lugar.

3. O que Jesus sente diante do sofrimento das pessoas? Qual deve ser o assunto das orações? Como podemos ser a resposta a essas orações? Mt 9:36-38
A multidão estava aflita e angustiada. As pessoas estavam tão abatidas que quase haviam desistido da experiência religiosa. Os que tinham sido incumbidos de cuidar do bem-estar espiritual do povo de Deus haviam negligenciado seu dever. Jesus teve compaixão delas porque sabia que precisavam de um pastor.
Nas multidões de pessoas com as quais nos misturamos, muitos estão comprometidos com Jesus Cristo. Mas multidões ainda maiores precisam desesperadamente do bom Pastor. De alguma forma, elas devem ser alcançados para Cristo.
Jesus, os discípulos e alguns outros seguidores tinham se dedicado à colheita do evangelho, mas, à medida que a seara aumentava, crescia também a necessidade de mais trabalhadores. Embora o convite de Jesus para orar por mais ceifeiros provavelmente também tivesse a intenção de levar Seus seguidores a considerar o próprio chamado ao trabalho, o convite também declara que Deus entende a necessidade de mais ceifeiros e irá providenciá-los.
A maioria das igrejas está cercada por um campo de trabalho tão grande que não é viável deixar a colheita para alguns poucos membros. Quando sentirmos compaixão pelas pessoas que vivem em torno de nossas igrejas e lares, que em alguns casos chegam aos milhares, mais uma vez sentiremos a necessidade de orar para que o Senhor da seara mande trabalhadores e, possivelmente, também perceberemos nosso potencial como obreiros para o Senhor.
É importante que revisemos continuamente o potencial de colheita da nossa comunidade. As pessoas da nossa localidade, muitas das quais já estão buscando a Deus, serão influenciadas para o bem pela compaixão que demostrarmos.

O que significa a palavra compaixão? O que você aprendeu com seu próprio sofrimento e sua necessidade de compaixão? O que você pode fazer para revelar mais compaixão para com os que o rodeiam?

Terça
Ano Bíblico: 2Rs 9–11

Calçando os sapatos das pessoas


Aqui está um ponto importante: em lugar de prover o que pensamos que as pessoas precisam, devemos descobrir o que elas veem como prioridades.
O que as preocupa? Quais são seus problemas? O que elas sentem que precisam?

4. O que Paulo sentia em relação às necessidades e preocupações das pessoas? Como ele se adaptava aos diferentes públicos? Como podemos aplicar essa abordagem em nossa tarefa de alcançar os que nos rodeiam? 1Co 9:20-22; Hb 4:15
Sem abrir mão em questão de princípios, o apóstolo Paulo estava disposto a ir a qualquer lugar e fazer qualquer coisa que pudesse para estar em melhor condição de convencer alguém acerca da verdade do evangelho. Em outras palavras, ele estava disposto a calçar seus sapatos em uma tentativa de compreender os outros e descobrir a melhor forma de alcançá-los para Jesus Cristo.
A lição é que, muitas vezes, tentamos oferecer o que achamos que as pessoas precisam. No entanto, em primeiro lugar devemos buscar entender o que elas veem como necessidades. Andar com os sapatos dos outros significa tentar entender a vida, com todas as suas dificuldades e problemas através da perspectiva deles. Significa buscar compreender suas dores e alegrias. Em outras palavras, encontrá-los onde eles estão.
Isso foi o que Jesus fez. Ele Se identificava com aqueles a quem viera salvar. Ele pode entender nossas lutas e dores, porque Ele também as experimentou. Ele teve grandes decepções, sofreu falsas acusações, rejeição e punição injusta. Ele era “Deus conosco” no sentido mais amplo de entrar em nossa vida.
Além disso, visto que Ele entrou em nossa experiência, Ele pode alcançar as pessoas onde elas estão. Ao lermos os evangelhos, descobrimos que Jesus não tinha apenas um método de evangelismo e testemunho. Ele alcançava as pessoas no contexto da própria vida delas. Quando Ele encontrou a mulher junto ao poço de Jacó, falou sobre a água viva. Para pessoas do campo, Ele contou histórias sobre plantio da semente, época de colheita e sobre previsão do tempo. Aos pescadores, Ele falou sobre peixes, redes e tempestades. Jesus tinha um método maravilhoso de apresentar grandes verdades espirituais, ao associá-las com os problemas normais da vida diária, e Seus ouvintes aprendiam sobre a água da vida e a necessidade de semear a semente do evangelho. Muitos deles até se tornaram pescadores de homens.

Quarta
Ano Bíblico: 2Rs 12–14

Uma vida acolhedora


Há um ditado que é frequentemente mencionado quando falamos a respeito de alcançar pessoas para Cristo: “As pessoas não se importam com o que sabemos até que saibam o quanto nos importamos com elas”. O certo é que podemos ensinar e pregar tudo que quisermos, mas, se as pessoas se sentirem incompreendidas, desprezadas e repelidas, nosso testemunho será severamente prejudicado, não importando a eloquência da nossa pregação, nem a coerência e verdade de nossos ensinamentos.
Isso leva à simples ideia da hospitalidade, que inclui os aspectos da aceitação, acolhimento, sinceridade, atenção, generosidade, bondade e amizade. Essas qualidades têm que ver com a maneira pela qual Deus deseja que os cristãos se relacionem entre si e com as pessoas a quem eles procuram alcançar para o Senhor.

5. O que Jesus disse ao endemoninhado ilustrando o princípio de que os amigos são mais receptivos à nossa pregação do evangelho? Como podemos aprender a aplicar esse princípio em nosso próprio trabalho de testemunho pessoal e ministério? Mc 5:1-19

Jesus poderia ter mandado esse homem voltar à sua cidade e contar a todos sobre sua experiência de cura. O fato de que o Senhor especificamente ordenou que ele procurasse seus amigos ressalta a verdade de que aqueles com quem já temos relacionamentos são os mais receptivos à boa notícia que queremos compartilhar sobre Seu amor, graça e libertação. Em seguida, aqueles amigos levarão essa notícia emocionante aos seus outros amigos, e assim a mensagem do evangelho irá adiante.
Importante para todo esse processo é que tenhamos amizades fora do nosso círculo de cristãos. Visto que muitos trabalham em meio à sociedade, naturalmente eles têm muitos conhecidos, mas conhecidos não são amigos próximos. No entanto, conhecidos podem se tornar amigos através do que tem sido chamado de evangelismo da hospitalidade, e esse tipo de evangelismo flui de um estilo de vida hospitaleiro. Em outras palavras, o evangelismo da hospitalidade não é desativado de vez em quando. Ao contrário, é nossa maneira de viver. (Leia Lc 14:12-14).

De que maneira você poderia ser mais hospitaleiro? Você pode dar mais de si mesmo, a fim de atender às necessidades daqueles a quem deseja alcançar?

Quinta
Ano Bíblico: 2Rs 15–17

Ampliando seu círculo de amigos


Embora algumas vezes um exame de consciência possa colocar a pessoa diante da pergunta: “Que devo fazer para ser salvo?”, na maior parte dos casos, os cristãos devem sair em busca da ovelha perdida. Alguns sugerem que a igreja age muitas vezes como uma fortaleza da qual algumas pessoas saem em uma campanha ou missão, a fim de conquistar alguns conversos que são posteriormente advertidos a não se aproximar muito do mundo do qual foram salvos. A questão não é se isso é verdade ou apenas uma percepção, mas o fato de que muitos adventistas do sétimo dia têm poucos (ou nenhum) relacionamentos significativos fora da igreja. Embora seja importante evitar influências perversas, há um grau em que tal isolamento diminui nossa capacidade de alcançar as pessoas com a mensagem do evangelho.

6. Qual é a função do cristão no mundo? Como devem ser sua postura e condição espiritual? Jo 17:11-19; Cl 4:2-6

A partir desses versos, podemos fazer a seguinte lista de verdades sobre os discípulos de Jesus e sua relação com o mundo: (1) Eles estão no mundo (v. 11). (2) Eles não são do mundo (v. 14, 16). (3) Eles ainda não devem ser tirados do mundo (v. 15). (4) Jesus os enviou ao mundo (v. 18).
Todos nascemos no mundo. Enquanto estamos aqui, Deus tem um trabalho para fazermos neste lugar. Assim como ocorreu com Seus primeiros discípulos, Jesus nos enviou ao mundo para que apresentemos Sua promessa de salvação a todos os que estiverem ao nosso alcance.
O desafio para cada um de nós é ampliar de modo planejado nosso campo pessoal de missão. Isso pode significar a necessidade de ajustar nosso estilo de vida, a fim de dedicar mais tempo ao relacionamento com pessoas que não são da igreja. Isso não quer dizer abrir mão dos princípios, convicções e valores, mas, em lugar disso, procurar oportunidades para, com a consciência tranquila, interagir com os outros de uma forma que seja possível nos tornarmos amigos e, como resultado, canais da verdade de Deus.
Muitas vezes, enfatizamos o envio de convites para que as pessoas venham até nós. No entanto, Jesus nos disse para irmos a elas. Assim, precisamos nos perguntar: Temos nos afastado muito do mundo e, por isso, temos perdido um pouco de nossa eficácia evangelística?

Você fica muito isolado, distante do mundo? Ou se sente satisfeito com o mundo? Você deseja aprender a estar no mundo (testemunhando aos outros) e mesmo assim não ser “do mundo”?

Sexta
Ano Bíblico: 2Rs 18, 19

Estudo adicional


Embora os departamentos da igreja local possam ter um programa bem organizado e estar bastante ocupados, é provável que os envolvidos em cada departamento não saibam muito sobre o que acontece em outras áreas da igreja. Para fins de incentivo, apoio e avaliação eficaz, é melhor que seu ministério de evangelismo e testemunho seja parte de uma estratégia geral da igreja. Para conseguir isso, as seguintes sugestões são importantes:
1. Participe de uma reunião com os líderes de evangelismo para entender os objetivos da igreja e as estratégias para alcançar esses objetivos. Assim, você descobrirá onde as atividades que você escolheu se encaixam no projeto de evangelismo da igreja e como poderá ajudar a alcançar esses objetivos.
2. É possível que, embora haja muita atividade evangelística em sua igreja, não existam objetivos nem estratégias documentados. Se esse for o caso, solicite uma reunião com os líderes de evangelismo e pergunte quais são seus objetivos. Registre o conteúdo da reunião. A descrição da visão evangelística da liderança ajudará na sugestão de alvos e estratégias.
3. Nessa etapa, você pode decidir se unir a um ministério evangelístico já estabelecido. Se, no entanto, seu ministério escolhido está em uma nova área de evangelismo ou testemunho, você precisará reunir um pequeno grupo de pessoas que compartilhem de sua visão. Escrevam seus objetivos e as estratégias a ser utilizadas para alcançá-los.

Perguntas para reflexão
1. “Frequentemente a influência do sermão pregado do púlpito é anulada pelo sermão vivido pelos que professam ser defensores da verdade” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 21). O testemunho de sua vida está de acordo com suas palavras?
2. Sua igreja está integrada na comunidade? Se sua igreja desaparecesse amanhã, faria falta para a comunidade? A ausência dela faria alguma diferença?

Respostas sugestivas: 1: A expressão de amor de uns para com os outros. O amor revelado nas ações impressiona mais do que belas palavras. 2: Ele quer escrever em nosso coração a mensagem de esperança e nos enviar ao mundo como cartas vivas. 3: Compaixão; devemos orar para que Deus envie trabalhadores para a seara; podemos aceitar o convite e sair para a seara. 4: Identificava-se com as pessoas; entrava na vida delas; tornava-se semelhante a elas; podemos nos tornar tudo para ganhar todos. 5: “Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez”; testemunhando aos amigos sobre o que Cristo fez por nós. 6: Andar longe do mal; viver em oração, unidade, alegria e santidade; sabedoria nas palavras; aproveitar as oportunidades para pregar.


Resumo da Lição 4 – Evangelismo e testemunho como estilo de vida

Texto-chave: Atos 9:36
O aluno deverá…
Saber:
Que o estilo de vida pode demonstrar aos amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho o poder de Deus na transformação de sua vida.
Sentir: O desejo de ilustrar, em sua vida, a beleza e a bondade de Deus.
Fazer: Demonstrar o amor e a compaixão de Deus pela humanidade em seu trato com os outros.
Esboço
I. Conhecer: Como um livro ilustrado
A. Que aspectos da vida cotidiana ilustram para os amigos e vizinhos o que Deus fez em nossa vida?
B. Como Cristo Se identificou com aqueles a quem veio servir? Como Ele demonstrou que conhecia suas necessidades e os aceitava e amava do jeito que eles eram?
II. Sentir: Serviço de amor
A. Que emoções são despertadas quando recebemos cuidado e atenção?
B. Nossa hospitalidade pode atrair a Cristo aqueles a quem servimos.
C. Que outros aspectos da beleza e bondade de Deus são revelados em nossa maneira de viver?
III. Fazer: Evangelismo da hospitalidade
A. Como podemos nos identificar com as necessidades dos outros em nossa vizinhança e no trabalho?
B. O que mais toca nosso coração nos ministérios da igreja, e como podemos utilizar essa compreensão para alcançar os outros?
C. Aquilo que fazemos pelos outros pode ilustrar a obra do Espírito Santo em nosso coração.
Resumo: A obra do Espírito Santo em nosso coração é compartilhada em nossa maneira de viver, no serviço amoroso e compassivo pelos outros.

Ciclo do aprendizado

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Um estilo de vida que funcione como testemunho eficaz flui naturalmente de uma vida santificada.
Só para o professor: A lição desta semana é muito prática. O foco do estudo é a verdadeira vida cristã, na qual o que somos (nossa maneira de viver) tem prioridade sobre o que apenas professamos. Convide os alunos a considerar os provérbios a seguir como uma forma de motivá-los a compreender a importância de apoiar nossas palavras com ações amorosas.

“Falar não cozinha arroz”, afirma um provérbio chinês. “Uma promessa é uma nuvem; o cumprimento é a chuva”, de acordo com um provérbio árabe. Os italianos sabiamente observam que “entre o falar e o fazer são gastos muitos pares de sapatos.” “Quando os atos falam, as palavras não são nada”, diz um provérbio africano. E o homem mais sábio que já viveu afirmou: “Melhor é o pobre que vive com integridade do que o tolo que fala perversamente” (Pv 19:1, NVI).

Pense nisto: Por que as ações têm mais credibilidade do que as palavras? O que acontece quando as palavras de uma pessoa não correspondem às suas ações? Qual é a causa? Se outras pessoas utilizassem um provérbio para descrever o seu testemunho, quais seriam as palavras?
Compreensão
Só para o professor: Peça que os alunos examinem cuidadosamente as passagens bíblicas para cada seção, procurando os pontos principais. Solicite que eles deem especial atenção à seção V, “Poder da Palavra”, uma vez que ela apresenta o segredo para se ter uma vida santificada.

Comentário Bíblico

I. Uma carta aberta – Falsa ou verdadeira?
(Recapitule com a classe Jo 13:35; 2Co 3:2, 3.)
Qual é a diferença entre o verdadeiro e o falso seguidor de Cristo? Em João 13:35, é apresentado claramente o sinal que identifica os genuínos seguidores de Cristo, os que demonstram amor semelhante ao de Cristo, sem egoísmo e sem orgulho. É um amor que reconhece a dignidade de cada pessoa por meio de uma demonstração de cortesia, ternura e benevolência.
Os crentes em Corinto eram uma “carta aberta” para que todos lessem, exibindo uma genuína mudança de coração, permitindo que o Espírito Santo escrevesse em “tábuas de corações humanos”, e não apenas em “tábuas de pedra”, externas (2Co 3:3; Jr 31:33, NVI).
Pense nisto: Leia os textos a seguir: Jr 17:1; Êx 31:18; Ez 36:25-27; Jr 32:38-40. Responda às questões abaixo:
Note que o pecado é gravado em nosso coração por meio de um “ponteiro de ferro”, com uma ponta de diamante muito afiada (Jr 17:1, NVI). “Os nomes dos ídolos estavam gravados nas pontas dos seus altares com tal ferramenta. A ideia é de que o pecado de Judá estava… gravado neles, como se fosse em pedra. Como é diferente ter a Palavra de Deus escrita no coração!” ([Jr.] 31:33; The MacArthur Study Bible [Bíblia de Estudo MacArthur], nota sobre Jeremias 17:1, p. 1086, 1087). Observe o tipo de instrumento de escrita que Deus usa para escrever essa lei (Êx 31:18). Ferro implica que o coração do pecador é inflexível. O dedo de Deus, ao contrário, mostra o desejo divino de substituir essa dureza por carne e de escrever Sua lei dentro de nós de modo profundo e pessoal. Como a lei de Deus é transferida das “tábuas de pedra” (NVI) para o nosso coração? O que significa ter a lei de Deus escrita no coração? (Ez 36:25-27).
II. Grande falta de trabalhadores
(Recapitule com a classe Mt 9:36-38.)
Jesus percebeu que, embora houvesse muito trabalho para fazer em Seu reino, havia bem poucos trabalhadores. Em lugar de exortar Seu pequeno grupo de discípulos a trabalhar de modo mais rápido ou a dedicar mais horas ao serviço, Cristo os animou a pedir “ao Senhor da colheita” que enviasse “trabalhadores” (Mt 9:38, NVI). Repare nessa expressão quem está no comando da colheita.
Comente com a classe: Por que Jesus exortou os discípulos a orar por mais trabalhadores em lugar de trabalhar mais? Quanto tempo passamos orando, e quanto tempo passamos fazendo? É mais fácil orar ou fazer? Por quê? Qual é a relação entre a oração e o trabalho? Como a falta de oração afeta nosso trabalho? Como a falta de trabalho afeta nossa vida de oração?
Pense nisto: “À medida que aumenta a atividade… há risco de confiar em planos e métodos humanos. Vem a tendência de orar menos e ter menos fé. Como os discípulos, corremos o risco de perder de vista nossa dependência de Deus e fazer de nossa atividade um salvador. Necessitamos olhar continuamente a Jesus, compreendendo que é Seu poder que realiza a obra. Conquanto devamos trabalhar ativamente pela salvação dos perdidos, cumpre-nos também consagrar tempo à meditação, à oração e ao estudo da Palavra de Deus. Unicamente o trabalho realizado com muita oração, e santificado pelos méritos de Cristo, demonstrará afinal haver sido eficaz para o bem” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 362).
III. A importância de ser culturalmente relevante
(Recapitule com a classe 1Co 9:20-22; Hb 4:15, 16.)
Paulo era sensível às necessidades, valores e circunstâncias de seus diversos públicos. Ele não os ofendia nem oprimia desnecessariamente com seu conhecimento e experiência. Ele descobria seus interesses e os encontrava onde eles estavam, falando de um modo com o qual estivessem familiarizados, embora jamais comprometesse seus princípios. Paulo adaptava seus métodos a fim de ganhar pessoas para Cristo. Ele estava mais preocupado com a eficácia de sua pregação do que com seus direitos e conhecimento.
O próprio Jesus usou esse método (Jo 1:14; Hb 4:15, 16). Deixando de lado Seus próprios direitos e poder, Jesus Se tornou um de nós, experimentando o sofrimento da vida que conhecemos, como alguém que pode “compadecer-Se das nossas fraquezas” e “que foi tentado em todas as coisas” (Hb 4:15). Ele agora serve como nosso Sumo Sacerdote celestial.
Pense nisto: Leia 1 Coríntios 9:22, 23 em voz alta. Por que Paulo usou esse método para alcançar os outros? Esse método foi eficaz? Como podemos saber? De que modo o exemplo de Jesus repreende nosso orgulho e, às vezes, nossa indiferença em relação aos incrédulos? Como podemos incorporar em nossa vida os métodos de Jesus e Paulo?
IV. Amigos e inimigos
(Recapitule com a classe Mc 5:1-20.)
Nessa passagem dinâmica do Evangelho de Marcos, os demônios estavam gritando, os porcos estavam guinchando e as pessoas imploravam para que Jesus fosse embora. Jesus enviou o que havia sido endemoninhado aos Seus inimigos declarados, para que os transformasse em amigos.
Para reflexão: Decápolis (“dez cidades”), uma área greco-romana estabelecida séculos antes por comerciantes gregos, era habitada principalmente por gentios e alguns judeus. Embora essas pessoas não tivessem, no primeiro momento, ouvido Jesus, elas estariam abertas a um conhecido que havia sido transformado de modo tão claro. A eficácia do testemunho desse homem foi vista claramente algum tempo depois, quando Jesus voltou e “o povo aglomerou-se ao Seu redor, e durante três dias, não somente os habitantes de uma cidade, mas milhares de toda a região circunvizinha, ouviram a mensagem da salvação” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 340, 341). Por que Jesus exortou o ex-endemoninhado a voltar aos seus amigos imediatamente e compartilhar o que Deus havia feito por Ele? Em lugar disso, por que Jesus primeiramente não o treinou com Seus outros discípulos, antes de enviá-lo para compartilhar seu testemunho?
V. O poder da Palavra
(Leia em voz alta com sua classe Jo 17:11-19; Cl 4:2-6.)
Nessa oração sincera de Jesus no Evangelho de João, encontramos o segredo para o poder de que necessitamos. Jesus definiu claramente vários pontos vitais identificados no estudo de quinta-feira.
É importante reconhecer que a chave para viver no mundo, sem ser dele, é ser santificado pela verdade encontrada na Palavra de Deus. Como isso acontece?
“Um seguidor de Cristo se torna santificado (separado para uso sagrado, purificado) por meio da crença na Palavra de Deus e obediência a ela (Hb 4:12). Ele já aceitou o perdão por intermédio da morte sacrifical de Cristo (Hb 7:26, 27). Mas a aplicação diária da Palavra de Deus tem um efeito purificador em nossa mente e coração. As Escrituras apontam o pecado, nos motivam a confessar, renovam nosso relacionamento com Cristo e nos guiam de volta ao caminho certo” (Life Application Study Bible [Estudo Bíblico Aplicado à Vida]; Grand Rapids, Zondervan, 2000, p. 1859; comentário sobre João 17:17).
Sendo santificados pela Palavra de Deus, somos preenchidos com Sua alegria e ficamos preparados para ser enviados ao mundo como Seus representantes, ao mesmo tempo em que oramos por oportunidades de compartilhar Jesus com os outros.
Colossenses 4:2-6 descreve o processo de compartilhar Cristo de modo eficaz: (1) Dedicar tempo continuamente à oração fervorosa; (2) Permanecer alerta, cultivando um espírito de alegre gratidão para com Deus; (3) Orar para que se tenha oportunidades claras de compartilhar Cristo; (4) Ser sábio nas interações com os outros, tirando o máximo proveito das oportunidades; (5) Sempre falar palavras cheias de graça, respondendo a cada pessoa da maneira mais delicada e cortês. Quando sua palavra for “temperada com sal” (v. 6), ela estará longe de ser insípida. Ao contrário, será um cheiro de vida para vida.
Pense nisto: João 17 e Colossenses 4 são passagens importantes, que apresentam o modelo de uma autêntica vida de evangelismo e testemunho. Por que a aplicação diária da Palavra de Deus é tão importante? Como podemos aplicar a Palavra de Deus em nossa vida?
Aplicação
Só para o professor: O objetivo desta atividade é ajudar a classe a considerar como Jesus Se relacionou com uma ampla variedade de indivíduos. Embora muitos resultados tenham sido positivos, houve também aqueles que recusaram Seu testemunho. Isso deve encorajar a classe em seus relacionamentos.

Atividade: Utilizando um quadro de escrever ou uma folha grande de papel, crie um gráfico, registrando nas colunas os itens a seguir e nas linhas horizontais os personagens abaixo. Com a ajuda dos alunos, preencha as questões do gráfico em relação a cada indivíduo. O tema é “Considerando o contexto: o método de Jesus”. As questões das colunas são: 1. Quem é a pessoa. 2. O que sabemos sobre ela. 3. Necessidades ou desejos dela. 4. Necessidades ou desejos não expressos. 5. O que Jesus fez por ela. 6. O resultado.
Os personagens são: João Batista (Lc 7:18-23); a mulher junto ao poço (Jo 4:1-30); o homem paralítico (Jo 5:1-15); a viúva no funeral do filho (Lc 7:11-17); Zaqueu (Lc 19:1-10); Judas Iscariotes (Jo 13:1-5, 21-30); Nicodemos (Jo 3:1-21; 7:50-52; 19:39, 40); Tomé (Jo 11:14-16; 20:24-29); Pilatos (Jo 18:33–19:1).
Criatividade
Só para o professor: Tenha materiais de escrever disponíveis para que a classe copie o gráfico acima para usá-lo individualmente nesta atividade final. (Para poupar tempo, prepare cópias com antecedência para distribuir.) A coluna “O que eu posso fazer por ela” foi criada para colocar propósito pessoal naqueles relacionamentos e não apenas para ser uma lista de coisas a fazer. Você pode “orar por suas próximas provas escolares”, “demonstrar apoio convidando a pessoa para uma refeição”, etc.
Atividade: Olhando para o gráfico “Considerando o contexto,” o que podemos aprender com o método de Jesus de interagir com uma ampla variedade de pessoas? Pense nas pessoas que você conhece e faça um gráfico semelhante. Para a categoria “O que Jesus fez por ela”, escreva “O que posso fazer por ela.” Ore por uma oportunidade para ministrar a cada pessoa e anote os resultados na coluna final.

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