sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Lição 4
20 a 27 de outubro

 



 

Salvação: a única solução


 




 

Sábado à tarde
Ano Bíblico: Lc 1, 2

 

VERSO PARA MEMORIZAR: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

 

Leituras da semana: Jo 2:25; Jr 17:9; Tt 1:1, 2; Rm 3:19-24; At 2:37; Lc 7:47; Ef 2:1-5

 

Pensamento-chave: O problema do pecado é muito grande. Devemos ser muito gratos porque a solução foi grande o suficiente para resolvê-lo.

 

O “problema do pecado” se refere à crise provocada pela queda de Adão e Eva no Jardim do Éden, que trouxe para a Terra o grande conflito entre o bem e o mal. A parte de Deus no conflito é conter e, finalmente, eliminar os efeitos deletérios do pecado, não apenas na Terra, mas sobre a criação como um todo. A ação divina de resgatar a criação dos resultados destrutivos do pecado constitui a doutrina da salvação. E embora essa batalha, pelo menos em termos de salvação, seja realizada na Terra, o tema do grande conflito nos mostra que as questões são, literalmente, universais.


É claro, a doutrina da salvação primeiramente diz respeito a Deus e Sua obra de nos salvar. Mas a humanidade também tem um papel muito importante. Sim, Deus fez uma provisão incrível para a salvação da humanidade. Nossa participação fundamental é responder à seguinte questão: qual será nossa resposta a essa provisão? Na verdade, o destino eterno das pessoas depende dessa resposta.

 

Domingo
Ano Bíblico: Lc 3–5

 

A extensão do problema


 

Visto que a salvação é a solução de Deus para o problema criado pelo pecado, a extensão dos danos do pecado determina a área de atuação dessa solução. O plano de divino não seria uma solução se não fosse capaz de resolver o problema do pecado, não importando o tamanho desse problema.

 

1. O que os textos a seguir revelam sobre a extensão do problema do pecado? Você tem sofrido com esse problema ou tem percebido a realidade descrita nesses textos?


 

Quem entre nós não conheceu profunda, pessoal e dolorosamente quanto é perverso o problema do pecado? Enfrentamos a cada momento a realidade do pecado e seus efeitos. Todos os aspectos da existência humana neste planeta estão em grande parte dominados pela realidade do pecado. Da política aos recessos mais íntimos do coração humano, o pecado contaminou a humanidade. É tão perverso que, sem a solução divina, não haveria saída. Devemos ser muito gratos porque a solução foi dada. É chamada de “plano da salvação”, e seu propósito é resolver o problema do pecado.

 

Segunda
Ano Bíblico: Lc 6–8

 

A provisão de Deus: parte 1


 

Os efeitos do pecado não esperaram por um “período de carência.” Seus resultados foram imediatos e exigiram atenção imediata. Por isso, era necessário que algum tipo de provisão estivesse estabelecido quando o pecado se manifestasse. Ellen G. White expressou isso de modo muito claro: “Tão logo o pecado passou a existir, havia um Salvador. Cristo sabia que teria que sofrer, mas Se tornou substituto do homem. Tão logo Adão pecou, o Filho de Deus Se apresentou como garantia para a humanidade, com tanto poder para impedir a condenação pronunciada sobre o culpado como quando morreu na cruz do Calvário” (Comentários de Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 1, p. 1.084).

 

2. O que os textos a seguir dizem sobre o plano da salvação e o tempo em que ele foi estabelecido? Que grande esperança e promessa podemos encontrar neles?

 


 

Pense nas implicações desses textos. O que eles estão dizendo? Basicamente, desde a eternidade, provisões foram feitas por Deus para resolver o problema do pecado. Embora Deus não tenha predestinado a existência dele (se tivesse, seria o responsável pelo mal, uma ideia terrível e blasfema), Ele sabia que o pecado existiria. Por isso, na eternidade passada, Ele fez uma provisão para enfrentá-lo.


Essa é a predestinação bíblica, radicalmente diferente da maneira comum de entender “predestinação”. Foi plano de Deus, desde a eternidade, que todos os seres humanos tivessem salvação em Jesus. O fato de que alguns rejeitem essa salvação não anula a força ou a amplitude da provisão feita. Isso apenas aumenta a tragédia do que significa alguém se perder em face do que foi feito por nós.

 

Medite na maravilhosa verdade de que, desde a eternidade, o plano de Deus foi que você tivesse salvação. Pense sobre o que isso significa. De que maneira uma verdade como essa deve afetar sua vida?

 

Terça
Ano Bíblico: Lc 9–11

 

A provisão de Deus: parte 2


 

Ao longo da história da salvação, começando com a primeira promessa evangélica (Gn 3:15), por meio do primeiro sistema de sacrifícios (Gn 4:4), da aliança com Abrão (Gn 12:1-3) e dos rituais do santuário israelita (Êx 25:8), tudo devia apontar para Jesus Cristo, e culminar na vida, morte, ressurreição e ministério celestial dEle, a provisão máxima de Deus para resolver o problema do pecado.


Talvez, a gravidade desse problema possa ser melhor compreendida apenas quando entendemos o que foi exigido (a cruz) para que esse assunto fosse resolvido. Somente a cruz prova a incapacidade da humanidade para resolver o problema do pecado por si mesma. Uma situação extrema exigia uma solução extrema, e a morte de Cristo, Deus carregando em Si mesmo os nossos pecados, é uma medida quase tão extrema quanto se poderia imaginar.


A morte sacrificial de Cristo é apresentada nas Escrituras como uma expiação pelo pecado, ou seja, o meio pelo qual ele é tratado em todas as suas manifestações.

 

3. Como a morte de Cristo supre a necessidade humana de salvação? Examine essa questão a partir das seguintes perspectivas:

 

A) Justificação/reconciliação (ser aprovado diante de Deus): Lc 18:9-14; Is 53:4-7; Rm 3:19-24, 28; Zc 3:1-4
B) Santificação/regeneração (viver de modo justo diante de Deus): 1Co 6:8-11; Rm 6:1-8
C) Glorificação (certeza da ressurreição para a vida eterna): Jo 5:24, 25; 1Jo 5:9-13; 1Ts 4:16, 17

 

Pense mais no fato de que o pecado é tão perverso que foi necessária a morte de Cristo na cruz para nos salvar de seu resultado final, a morte eterna. Manter a cruz sempre diante de nós pode ser um impedimento ao pecado?

 

Quarta
Ano Bíblico: Lc 12–14

 

A experiência da salvação: parte 1


 

O pecador é justificado e reconciliado na base objetiva do sacrifício expiatório de Cristo por todos (Rm 5:6-10). A provisão que Deus fez para a justificação e reconciliação da humanidade consigo mesmo por meio da morte de Cristo necessita, no entanto, ser aplicada à experiência do crente. Não basta apenas ter um conhecimento teórico da justificação. Precisamos experimentar o que ela significa.

 

4. Atos 2:36-38 e Atos 3:19 apresentam o arrependimento como o início da experiência de salvação dos pecadores. Como a natureza do arrependimento como um sentimento de tristeza nos ajuda a conectar a experiência de justificação com a morte de Cristo?

 

Considere o seguinte comentário: “Coisa alguma atinge tão profundamente a alma quanto a sensação do amor perdoador de Cristo. Quando os pecadores contemplam esse insondável amor divino, exposto na cruz, recebem a mais poderosa motivação possível para arrepender-se. Essa é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (Rm 2:4)” (Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos, Casa Publicadora Brasileira, 2010, p. 152).

 

5. Qual é o papel da fé na experiência da justificação? Rm 3:23-25; Ef 2:8

 

A Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10:17). Vimos também que, contemplar o amor de Cristo motiva a pessoa ao arrependimento. Portanto, o arrependimento não é prerrogativa especial de uns poucos privilegiados. Em vista desses fatos, a importância do estudo e da contemplação da Palavra de Deus na experiência da justificação deve ser enfatizada.


É a bondade de Deus que conduz ao arrependimento e à justificação. Assim, se eu me arrepender do pecado e experimentar a justificação, Deus é o único que deve receber o crédito. Salvação, portanto, é verdadeiramente um dom da graça divina, pois, na verdade, é pela graça mediante a fé que somos salvos (Ef 2:8).

 

Quais são algumas maneiras tangíveis e práticas pelas quais você pode encher seu coração e mente com a bondade de Deus, especialmente quando você pensa no que Ele fez por você e nas coisas das quais Ele o poupou?

 

Quinta
Ano Bíblico: Lc 15–17

 

A experiência da salvação: parte 2


 

A experiência da justificação coloca na vida do crente realidades espirituais que dão início a mudanças na vida. Na justificação, o pecador é perdoado (Lc 7:47; Ef 1:7; Rm 4:7), absolvido das acusações de pecado, considerado justo (Rm 5:16, 18; Rm 8:1), e recebe o dom de uma nova vida (Ef 2:1-5; 2Co 5:17).


A base dessa nova experiência é a realidade de que, não importa nosso passado, podemos ser perdoados, absolvidos e purificados diante de Deus.


A morte de Cristo cobre todos os pecados. Não importa se o seu coração o condene (1Jo 3:20), quando você se entrega a Cristo, pela fé, e aceita Sua vida perfeita em lugar de seu “trapo da imundícia” (Is 64:6), você é coberto com a justiça de Cristo. A vida perfeita dEle é creditada a você como se fosse sua.


A questão é: Como uma coisa assim pode acontecer a uma pessoa e não haver uma mudança radical? Essa mudança, ou “novo nascimento”, é parte essencial da experiência de salvação.

 

6. Com base nos parágrafos acima, escolha a resposta certa: O que é justificação?
A) Atribuição de justiça com base no desempenho espiritual pessoal.
B) Atribuição de justiça com base na graça de Deus associada ao esforço humano.
C) A experiência de ser perdoado, absolvido e considerado justo, pela fé no sangue de Cristo.
D) O presente de Deus aos que já nasceram com propensão para o bem.

 

7. Com base nos parágrafos acima, marque “f” para falso e “v” para verdadeiro: Na prática, como experimentamos a justificação?
A) Praticando a justiça para impressionar a Deus e aos outros. ( )
B) Entregando o coração a Cristo e aceitando, pela fé, Sua perfeição em lugar da nossa impureza. ( )
C) Estando em Cristo e andando de acordo com o Espírito. ( )
D) Fazendo minha parte para completar a obra iniciada por Deus. ( )

 

A experiência do perdão acaba com a vulnerabilidade do pecador à ira de Deus e afasta as barreiras à reconciliação e à comunhão entre Deus e os seres humanos. Uma nova vida se abre para o pecador, que tem o privilégio de viver em comunhão com Cristo, sob a direção e orientação do Espírito Santo.


O arrependimento é o pré-requisito para entrar na experiência do perdão e da justificação, e vem acompanhado da confissão e batismo (At 2:38; 1Jo 1:9).

 

Onde você estaria se não pudesse confiar na promessa, a cada momento, de que sua aceitação diante de Deus está fundamentada no que Jesus fez por você, e não em si mesmo nem em seu desempenho e obediência à lei?

 

Sexta
Ano Bíblico: Lc 18–20


Estudo adicional


 

Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19-26: “Deus conosco”; Ivan T. Blazen, “Salvation” [Salvação], p. 271-313, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia].


“O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação ‘do mistério que desde tempos eternos esteve oculto’ (Rm 16:25, RC). Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. [...] Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que concertou entregar Seu Filho unigênito ‘para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’” (Jo 3:16, RC; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 22).

 

Perguntas para reflexão
1. O pecado é tão perverso que exigiu a morte do próprio Criador para resolvê-lo. O que a cruz nos revela sobre nossa total incapacidade para nos salvarmos? O que poderíamos acrescentar ao que já foi feito por nós?
2. Alguns acreditam no que é chamado de “expiação subjetiva”, a ideia de que nada a respeito da cruz mudou nossa posição diante de Deus. Pelo contrário, o objetivo da cruz foi, dizem eles, mudar nossa atitude a respeito de Deus, nada mais. Qual é a terrível deficiência dessa teologia? Como poderíamos entender o problema do pecado, se fosse necessário apenas um “ajuste de atitude”, da nossa parte, para resolver essa questão?
3. É possível ter muito conhecimento sobre a salvação e ainda não experimentá-­la? O que você acha do comentário de Ellen G. White de que “a consagração a Deus precisa ser uma questão viva e prática; não uma teoria sobre que se fale, mas um princípio entrelaçado em toda a nossa vida”? (Nossa Alta Vocação, [Meditações Matinais 1962], p. 241). Como podemos viver, na prática, a experiência da salvação?
4. Pense no papel da salvação no contexto do grande conflito. Por que Satanás quer impedir tantas pessoas quanto possível de alcançar a salvação em Jesus? Que meios ele usa contra nós, e como podemos nos proteger contra eles?

 

Respostas sugestivas: 1. Deus conhece a maldade e o engano do coração humano; o pecado afetou toda a humanidade; o pecado traz morte; o homem é corrupto, ganancioso e mentiroso, inclusive no mundo religioso. 2. Antes dos tempos eternos, Deus planejou e prometeu vida eterna; Ele nos escolheu para a salvação antes da fundação do mundo, por meio de Cristo. 3. (A) Justificação: O Justo morreu pelos injustos e oferece Sua justiça aos que creem; (B) Santificação: O batismo simboliza a morte para o pecado e o renascimento para uma vida de santificação, pelo poder do Cristo que morreu para nos salvar. (C) Glorificação: Quem crê no Filho que morreu por nós tem a vida; na volta de Jesus, os mortos ressuscitarão e os vivos serão glorificados. 4. Quando pensamos no sofrimento e morte de Cristo, por causa dos nossos pecados, nos arrependemos, confessamos nossas faltas e recebemos a justiça de Deus. 5. Somos justificados pela graça e pelo sangue de Cristo, mediante a fé. 6. A resposta certa é a letra C. 7. As letras B e C são verdadeiras.


Resumo da lição 4 – Salvação: a única solução


 

O aluno deverá:
Conhecer:
 Esboçar tanto os resultados devastadores do pecado como a solução que Deus lhe deu.
Sentir: A bondade e a grandeza do amor redentor de Cristo e do perdão, da justificação e restauração que Ele torna possível.
Fazer: Arrepender-se e experimentar a nova vida que vem com a aceitação do sacrifício de Cristo.

 

Esboço do aprendizado
I. Conhecer: Problema grande, Solução maior ainda
A. Como o pecado mudou a natureza humana e a vida neste mundo, bem como no Universo?
B. Qual foi a solução de Deus para o pecado? Quando, no curso da história eterna, foi provida essa solução, e que poder tem para resolver o problema?


II. Sentir: bondade irresistível
A. Por que é importante que cada seguidor de Cristo reconheça em base diária sua grande necessidade como pecador?
B. Por que também é importante refletir em base diária no que Cristo fez em favor do pecador ao morrer na cruz?
C. Como a aceitação do amoroso sacrifício de Deus e aceitação do perdão, justificação e restauração que Ele torna possível transforma o coração humano?


III. Fazer: Arrepender-se e crer
A. O que Deus pede que o pecador faça em resposta ao sacrifício de Cristo?
B. Como o pecador pode ter a certeza da salvação?

 

Resumo: Sem um Salvador, teríamos que enfrentar a destruição eterna por causa do pecado. No entanto, Deus providenciou uma solução perfeita e abrangente por meio do sacrifício de Cristo, que, se for aceita, oferece perdão, justificação e restauração.

 

Ciclo do aprendizado



MOTIVAÇÃO

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Pela morte de Cristo na cruz, Deus providenciou a solução final e única para o problema do pecado. Sem essa solução divina, não há maneira de sair do pecado.

Só para o professor: Das muitas questões que confrontam a existência humana, uma das mais intrigantes é: "Quem sou eu? " (2Sm 7:18, NVI). O mundo, em todas as suas confusões, ora nos tenta a nos exaltarmos, ora a nos mergulhar em profundo desespero. Qual é o problema com qualquer uma das respostas do mundo, e qual é a solução? Nossa lição desta semana vai tratar dessa questão.

 

Atividade de abertura: Quem sou eu? Muitas respostas são possíveis, mas consideraremos quatro. Primeiro, o filósofo diz: "A vida não questionada não vale a pena viver. Conhecimento é poder, e é o poder que me faz ou me quebra." Segundo, a "pessoa primitiva” responde em termos de identificação tribal. Minha segurança está no meu grupo, ninguém mais importa." O problema com o primitivismo é que ele nunca sai da caverna do interesse próprio. Terceiro, pense no "mundano". No universo do mundano, minha identidade, seja nos negócios, na política ou na profissão sou eu mesmo. O Poder se torna meu foco. Na sentença dA vida, o sujeito sou "eu", o verbo é "sou", e o objeto é "eu". Eu sou eu. Nada mais importa.


Nenhuma dessas respostas será suficiente. Assim, voltamos à cruz. Não vemos nossa condição: um pecador procurado por Deus. Na cruz, o pecador vê duas pessoas: "O Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim" (Gl 2:20). O Filho e eu. Com essa perspectiva, posso afirmar que não sou um acidente cósmico neste Universo. Não sou o clímax de um processo evolutivo. Não sou a engrenagem de uma máquina gigante, movendo-se em um ciclo sem sentido. Sou um filho de Deus que se desviou.

 

Comente: Por que a resposta mais satisfatória para a condição humana só pode ser alcançada se for  estudada à luz do afastamento da cruz e do retorno a ela?

 

Compreensão

Só para o professor: A Bíblia descreve o ato de "desgarramento" como pecado, afastamento da vontade de Deus, rebelião contra Sua lei, rejeição a Suas legítimas reivindicações e auto afirmação. Tendo o Céu como ponto de partida e o pecado como o fio de prumo que nos desvia desse ideal, essa descida tem uma dimensão vertical. O "desgarramento" também traz uma ruptura horizontal dos relacionamentos – ruptura na família e na comunidade, expressa em forma de atos de orgulho, crueldade, inveja e outros semelhantes. Conduza a classe a uma discussão geral sobre as dimensões verticais e horizontais do pecado.

 

Comentário Bíblico


 

Resumo: As formas de lidar com o pecado são variadas. Alguns negam o pecado. Outros consideram o pecado um simples acidente biológico, um acidente sociológico, ou um subdesenvolvimento psicológico. Outros ainda o tratam como uma deficiência moral ou privação econômica. Mas que diz a Bíblia? A lição desta semana aponta para a natureza do pecado, mostra o que Deus tem feito com ele e o que precisamos fazer.

 

I. O pecado: sua natureza e essência
(Leia ​​com a classe Romanos 7:23-25.)

 

O pecado é uma intromissão. A Bíblia começa descrevendo o pecado como uma intromissão na perfeita criação de Deus, surgida com a escolha de nossos primeiros pais de lançar sua sorte ao lado de Satanás, em oposição ao lado de Deus (Gênesis 3). A Bíblia termina com o juízo de Deus destruindo o pecado e Satanás e criando um novo Céu e uma nova Terra (Ap 20:11-15, 21:1-5). Entre a abertura e o fechamento, a Bíblia narra a história do pecado da forma como é evidenciado na vida das pessoas e das nações.

 

O pecado é rebelião contra Deus. No Céu, o pecado começou com a rebelião de Lúcifer contra Deus (Is 14:12-15; Jo 8:44). Na Terra, ela começou com a desobediência de Adão e Eva (Gn 3; Rm 5:12). "O pecado é a transgressão da lei" (1Jo 3:4). Assim, o pecado não é simplesmente um ato ilícito, como avançar um sinal vermelho, mas uma revolta real contra Deus (Sl 51:4; Is 1:2). Além disso, é também a recusa de se submeter a Ele (Rm 8:7) e a escolha de viver em inimizade com Ele (Rm 5:10; Cl 1:21).

 

O pecado é universal e leva à morte. "Todos pecaram", e todos estão sujeitos à morte (Rm 3:23, 6:23). Isaías dá um prognóstico sombrio da depravação humana: "A cabeça toda está ferida, todo o coração está sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são" (Is 1:5-7, NVI). O significado é claro: toda a pessoa, física, mental, espiritual, emocional, está poluída pelo o pecado (Rm 1:23-25;7:23-25; 5:8, 12) e, conosco, toda a criação geme sob o peso do mal (Rm 8:22). Assim, uma humanidade depravada, uma comunhão distante e uma natureza que geme são testemunhas de um Universo em batalha com as forças do pecado.

 

Pense nisto: Pecado não é simplesmente revolta, é uma recusa e uma escolha. O que recusamos quando escolhemos o pecado? Em que medida o pecado poluiu a humanidade, e qual é a única cura?

 

II. Pecado: o que Deus fez?
(Leia com a classe João 3:16.)

 

Em um texto poderoso, a Bíblia resume o que Deus fez para lidar com o problema do pecado: " “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16, NVI). O ato de Deus dar Seu Filho para morrer na cruz não foi um acidente nem uma decisão tardia. Ele foi concebido em Sua mente "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4-7).


A provisão de Deus para o problema do pecado é ao mesmo tempo redentora e cirúrgica. É redentora no sentido de que Deus proveu a redenção da humanidade do pecado pela cruz de Cristo, que reconcilia Deus com o ser humano (2Co 5:19). É cirúrgica no sentido de que aguarda uma hora final em que o pecado e seus resultados serão completamente extirpados da Terra, dando lugar à criação de "novos céus e nova terra" (Is 65:17).

 

Pense nisto: Como a cruz revela ao Universo tanto a verdadeira maldição do pecado como o verdadeiro sentido da vida?

 

III. Pecado: O que precisamos fazer
(Leia com a classe Efésios 2:8.)

 

Por nós mesmos, não podemos fazer nada para nos salvar. A doutrina de que podemos salvar a nós mesmos por meio de boas obras ou rituais é tão antiga quanto o próprio pecado. A cruz, e não a folha da figueira, é a solução para o problema. "O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras, e que jaz à base de toda religião pagã. ... Implantara-o Satanás. Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p 35, 36).


Só Cristo é nosso Redentor. Esta declaração não é resultado de arrogância ou orgulho espiritual ou doutrinário, mas é um reconhecimento da singularidade do que aconteceu na cruz. O caminho escolhido por Deus para lidar com o pecado, pela manifestação de Sua graça, custou a vida de Seu Filho. "Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. "Pelas Suas pisaduras fomos sarados" (Is. 53:5; O Desejado de Todas as Nações, p. 25).


Assim, deve-se notar que o amor e a graça de Deus tornaram possível nossa salvação por meio da cruz (Jo 3:16: Rm 1:16: Ef 2:8; Tt 2:11). Nossa parte é crer e aceitar o que Deus fez em Cristo. Como pecadores, tudo o que precisamos fazer é ir com fé para a cruz. Ali, devemos ver nEle nosso substituto. Devemos nos arrepender de nossos pecados e reconhecer que Ele morreu por nós (Mc 1:15; At 3:19; 16:31; Rm 5:8, 14:15). Pela fé nEle, temos o perdão dos pecados e a redenção (Ef 1:7, 8), justificação (Gl 2:16) e "justiça, e santificação, e redenção" (1Co 1:30). Nada que seja essencial a uma nova vida é negado, e nos tornamos filhos de Deus (Rm 8:14). Recebemos o dom da vida eterna (Rm 5:21, 6:23, 1Jo 2:25).

 

Pense nisto: Por que a doutrina da salvação pelas obras é tão perigosa? Como procura minar a teologia da cruz, de que podemos ser salvos unicamente por Cristo?

 

Aplicação

Só para o professor: Toda religião exige que seus seguidores façam o bem, quer como meio de alcançar a salvação, quer para escapar de um ciclo ou dois no processo de reencarnação. Mas, no cristianismo, a salvação não pode ser adquirida por meio de obras. Ellen G. White escreve que o manto de justiça, “tecido no tear do Céu, não tem em si um único segmento de concepção humana." (Parábolas de Jesus, p. 311). Em Cristo, Deus nos aceita como somos, perdoa nossos pecados, nos habilita a fazer o bem e nos adota como Seus filhos.

 

Perguntas de aplicação
1. Como você pode tornar essa cruz o centro de sua vida?
2. Qual é a responsabilidade dos filhos de Deus para com Seus outros filhos, dentro e fora do redil de salvação?

 

Criatividade

Só para o professor: A experiência redentora torna possível termos uma mente transformada, que pode considerar a vida e seu entorno a partir de uma perspectiva holística, de conformidade com o plano original de Deus.

 

Atividade: Tendo em vista essa experiência redentora, como você vai se relacionar com aqueles que estão ao seu redor – seu vizinho que tem uma fé diferente, seu colega de trabalho, que muitas vezes parece desagradável, e aqueles que discordam de você em cultura, política ou raça?

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário