sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lição 9 – A Bíblia e a história

publicado em: 24/02/2012 | 12:13
Lição 9
25 de fevereiro a 3 de março


A Bíblia e a história



Sábado à tarde
Ano Bíblico: Dt 1–3

VERSO PARA MEMORIZAR: “Eu Sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8).
Leituras da semana: Sl 104:1-9; 2Pe 1:21; Dn 2; Ap 1:1-3; 12:7-17; Rm 16:20; 2Co 5:17-19

Pensamento-chave: Nosso Deus atua na história e por meio dela. Dessa forma, Ele nos deu forte evidência para a fé.

A história humana é uma série de eventos sem sentido? Ou há um rumo central em direção a um objetivo específico, tudo de acordo com um plano? A Bíblia deixa claro que a segunda opção é a verdadeira. Os escritores da Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, insistem em afirmar que Deus dirige a história e Se revela nela.
No entanto, nem tudo na história revela a vontade de Deus: os seres humanos são livres para fazer más escolhas, que acabam influenciando a história. A questão é: o fato de que Deus atua na história não significa que Ele causa tudo que acontece. Em vez disso, significa que, apesar das maquinações e da maldade do ser humano, Deus está presente, executando Sua vontade soberana e trará a história da humanidade a um fim grandioso e glorioso.
Os cristãos acreditam que os escritores bíblicos atuavam dentro de um sistema que Deus revelou e que Ele os inspirou a registrar os eventos mais significativos da história humana. Deus muitas vezes provia até mesmo a interpretação desses eventos para que entendêssemos seu significado.
Nesta semana, estudaremos como Deus tem atuado na história e por meio da história.

Domingo
Ano Bíblico: Dt 4–7

O passado e o futuro


Ahistória do mundo comumente é ensinada como a história das civilizações. Os fatos importantes geralmente são os que influenciaram o desenvolvimento dessas civilizações. Algumas pessoas argumentam que os assuntos humanos, assim como o restante da natureza, são essencialmente de caráter cíclico, movendo-se continuamente através do ciclo de nascimento, crescimento, maturidade, decadência e morte, em uma sucessão que não tem começo nem um fim significativo.
O mostrador circular de um relógio pode ser enganoso. Enquanto os ponteiros giram repetidamente, eles podem dar a ilusão de que o tempo segue em um ciclo. Mas essa não é a realidade. O fato é que a vida humana corre em uma linha, não em um círculo repetitivo. De acordo com a Bíblia, o tempo é um caminho de sentido único.

1. O que os escritores bíblicos afirmam sobre o início e o fim da história humana? Gn 1:1; Jó 38:1-7; Sl 104:1-9; Ap 1:1-3, 19; 21:1-6

A história humana não é uma série interminável de ciclos repetidos. Ela teve um começo definido e está diante de um futuro glorioso. A história humana tem um objetivo, um alvo. Normalmente, você não pode ter certeza do objetivo de uma história até que chegue ao fim. Muitas vezes pode haver surpresas no fim. Nas melhores histórias elas existem. Como podemos saber o objetivo dessa história cósmica, se ainda estamos participando dela? No nosso caso, sabemos porque Deus nos revelou por meio de Seus profetas.
Evidentemente, estamos falando sobre a revelação divina. O Senhor conhece o futuro, conhece todas as possíveis escolhas que os seres humanos podem fazer e que, livremente, farão. Ele nos revelou como tudo terminará, não importando quais sejam as escolhas que façamos enquanto não chegamos ao fim.

2. Como essa revelação é explicada no Novo Testamento? 2Pe 1:21

A menos que desconfiemos da Palavra de Deus e do que ela diz sobre si mesma, podemos saber que o Senhor conhece o fim e o revelou a nós. Ele é não apenas o Deus do passado e do presente; é também o Senhor do futuro. Assim, podemos acreditar que o futuro se desdobrará assim como Ele predisse.

É fácil prever o futuro? Quantas vezes você já o entendeu da forma errada? A boa notícia é que Deus conhece o futuro e sabe tudo o que acontecerá. Você sente conforto em compreender que um Deus de amor conhece tudo o que acontece em nosso caminho?


Segunda
Ano Bíblico: Dt 8, 9

Profetas como historiadores


Em toda a Bíblia, os profetas usam a expressão “a Palavra do Senhor” (ou equivalentes, como “assim diz o Senhor”, “diz o Senhor”, e outras). Em resumo, o que eles estão dizendo é: “Não sou eu que estou falando essas verdades para você. Deus é quem está falando através de mim. Então, é melhor você ouvir.”

3. Quem era o originador das palavras anunciadas pelos profetas? Jr 1:14-19

O leitor pode perceber o doloroso processo histórico pelo qual Jerusalém, a capital dos judeus, devia ser entregue à Babilônia, em cumprimento das predições de Deus sobre o destino de Israel.
Reis humanos raramente acreditam que a história funciona dessa maneira. Eles imaginam que as decisões de seu governo dirigem a vida pública. Pensam que, em última análise, eles estão no controle. Mas Jeremias (e outros profetas) afirmaram o contrário. Os governantes de Israel descobriram que o processo histórico estava levando a nação à devastação e ao exílio. O livro de Jeremias é um lembrete impressionante do poder da Palavra de Deus, que se cumpre nos eventos históricos.

4. O que Isaías e Naum declararam sobre o poder de Deus? Is 14:24-27; Na 1:5-10

O infinito poder de Deus visto na história humana também é revelado na natureza. O Salmo 104, por exemplo, descreve os processos da natureza não como um mecanismo autossuficiente, com funcionamento independente, mas, ao contrário, como processos nos quais Deus atua a cada momento. A Bíblia não diz que Deus criou o mundo e, em seguida, o deixou por conta própria, em completa sujeição às leis naturais. Estas são, de fato, parte da forma pela qual Deus sustenta o mundo, mas todas essas leis existem apenas porque Ele as criou e mantém.

Muitos cientistas declaram que o mundo começou por acidente e que também acabará dessa forma. Assim, não há muito significado no que acontece entre esses dois pontos (como poderia haver?). Por que, no fundo, você sabe que essa visão não pode estar correta?


Terça
Ano Bíblico: Dt 10, 11

Daniel 2 e a providência de Deus na história


Se acreditássemos que os seres humanos não tivessem livre-arbítrio, então seria mais fácil para Deus estabelecer o futuro, porque todas as ações humanas estariam predeterminadas. De fato, no século dezoito, um ateu francês especulou que, visto que todo o Universo, incluindo as ações humanas, foram predeterminadas por leis naturais, então, se alguém pudesse conhecer todas essas leis e todas as posições de todas as partículas do Universo em um dado momento, então essa pessoa poderia saber tudo que aconteceria.
É claro, os seres humanos têm livre-arbítrio e livre escolha. Deus nos fez assim. Como seres que podem amar, tivemos que receber a liberdade de escolha, porque o amor que é forçado não pode ser amor. Para nos tornar capazes de amar, Deus precisou nos criar com liberdade. E ainda, o poder de Deus é tão grande que, mesmo com o livre-arbítrio humano, Ele conhece perfeitamente o futuro, independentemente das escolhas livres que fazemos.

5. Que evidências poderosas e até mesmo “provas” são apresentadas na profecia de Daniel, indicando que Deus conhece o futuro com muita antecedência? Dn 2

Esse capítulo foi escrito há mais de 2.600 anos. Considere como a história tem se desenrolado exatamente como Deus predisse. Em certo sentido, essa profecia deve ser mais significativa para nós hoje do que para os que viveram milênios atrás. E por isso nós, hoje, olhando para nossa história, podemos ver exatamente como esses impérios surgiram e desapareceram, como foi previsto. Se você tivesse lido essa profecia durante o tempo do império Medo-Persa, você não teria visto a ascensão e queda dos impérios que vieram depois. Hoje, olhando para trás, podemos ver muito mais do que alguém de muito tempo atrás podia ver. Assim, para nós, a profecia tem um poder que as pessoas do passado não podiam apreciar.
É incrível que, apesar dos milhões de pessoas, todos com livre-arbítrio, que viveram durante as longas épocas retratadas em Daniel 2, o Senhor sabia exatamente o que aconteceria, e que reinos surgiriam e cairiam. Ele conhece o futuro com muita antecedência.
O profeta Daniel estava certo sobre a ascensão e queda de todos os reinos: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, incluindo a divisão de Roma em poderes menores, que ainda existem. Do ponto em que estamos na história, só resta surgir o reino eterno de Deus, o último da profecia (Dn 2:44). Se ele estava certo acerca de todos os outros até agora, seria muita insensatez não acreditar no profeta a respeito do último!


Quarta
Ano Bíblico: Dt 12, 13

O grande conflito e a história


Não importa se a trajetória humana pareça muito caótica, ou aparentemente fora de controle, ela não se desenrola em um vácuo. Há uma história por trás dela, um drama, uma luta entre dois princípios radicalmente diferentes. Estamos falando, sem dúvida, sobre o grande conflito. Somente com esse pano de fundo podemos começar a entender a história humana e o significado de tudo.

6. O que os textos a seguir nos dizem sobre a história do mundo? Ap 12:7-17; Jó 2:1, 2; Is 14:12-14; Gn 3:15; Ef 6:12; Rm 16:20
Satanás é real, a batalha é real. Somente na cruz ele foi derrotado e sua destruição assegurada.
“Com dor e espanto o Céu contemplou Cristo pendente da cruz… No entanto, ali estavam homens formados à imagem de Deus, unidos para esmagar a vida de Seu unigênito Filho. Que cena para o Universo celestial!…
“Instrumentos satânicos se coligaram com homens maus para levar o povo a crer que Cristo era o maior dos pecadores, e torná-Lo objeto de abominação…
“Satanás viu que tinha sido desmascarado. Sua administração foi exposta perante os anjos não caídos e o Universo celestial. Ele se havia revelado um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, Satanás se privou das simpatias dos seres celestiais… Estavam quebrados os derradeiros laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 760, 761).
Por que Satanás não foi destruído naquele momento?
“Os anjos não perceberam, nem mesmo então, tudo quanto estava envolvido no grande conflito. Os princípios em jogo deviam ser mais plenamente revelados. E por amor do homem, a existência de Satanás devia continuar. Os homens, bem como os anjos, deviam ver o contraste entre o Príncipe da Luz e o das trevas. Cumpria-lhes escolher a quem servir” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 761).
O que a Bíblia e Ellen G. White ensinam é que os eventos que ocorrem na Terra estão ligados ao conflito mais amplo, o grande conflito entre Cristo e Satanás. O grande conflito está na base de tudo que acontece aqui, seja em nossa vida individual ou no curso mais amplo da história humana. Tudo se desenrola no contexto desse grande conflito. E a boa notícia é que, na cruz, a derrota de Satanás foi garantida; essa luta acabará, e com ela toda dor, sofrimento, violência, medo e incerteza que enchem a história humana.


Quinta
Ano Bíblico: Dt 14–17

A cruz na história


Você já reparou que a história mundial é dividida por um evento? Esse evento não foi o surgimento nem o desaparecimento de um grande império, como se poderia esperar. Nem foi a descoberta de um novo continente. Em vez disso, a história do mundo foi dividida pelo nascimento de um Mestre itinerante, que vivia em uma parte relativamente obscura do vasto Império Romano. Considerando o número incontável de judeus que nasceram naquele tempo, é ainda mais revelador que esse único nascimento, entre tantos, tenha sido o marco que dividiu a história do mundo em seus dois maiores períodos.
Esse evento, é claro, foi o nascimento de Jesus.
No contexto de Deus e a história, podemos apreciar mais o significado da salvação. Devido ao óbvio fracasso de todos os seres humanos e, consequentemente, da história humana, a cruz de Cristo revela o fundamento e também o significado mais profundo da história do mundo. A cruz nos diz que, ao nos perdoar e nos tornar Seus filhos, Deus abriu diante de nós uma nova esperança para o futuro, em que não mais precisaremos carregar a grande culpa pelo nosso caráter e pelos nossos pecados. Essa culpa foi tirada por Aquele que “tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si” (Is 53:4).
Toda a doutrina da salvação pode ser expressa nesta frase: Deus cancela nossa história irremediavelmente fracassada e, em seu lugar, coloca Sua história. Por meio dEle, a história da escravidão do pecado é encerrada em nossa vida. Por meio dEle, as manchas do passado não devem se levantar para nos acusar, atormentar e zombar de nós. Nossa história pessoal, que condenaria cada um de nós, é substituída pela perfeita história de Jesus. Assim, nEle encontramos não apenas libertação do nosso passado, mas a promessa de um futuro maravilhoso. Na cruz, o Senhor garantiu que, não importando o que acontecesse em nossa história nem na história mundial, um novo e glorioso futuro está diante de nós e do mundo.

7. O que Jesus fez por toda a humanidade? Como esse evento mudou a história humana? 2Co 5:17-19

Nossos pecados foram colocados sobre os ombros de um Senhor que voluntariamente morreu sob um fardo de culpa humana e que, em seu lugar, nos deu salvação. Seu prometido clímax nos dará uma história eterna com o próprio Autor da história. O destino de todas as pessoas está envolvido. A segunda vinda de Cristo será decisiva. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento prometem um “novo céu e uma nova Terra”.
Se você aceitou Cristo, e sabe que sua história não será usada para condená-lo, não importando quanto você mereça ser condenado, que diferença essa certeza pode fazer em sua vida?


Sexta
Ano Bíblico: Dt 18–20

Estudo adicional


ABíblia é a mais antiga e abrangente história… Somente nela é apresentada a história da humanidade, não maculada pelo orgulho e preconceito humanos.
“Nos anais da história humana o crescimento das nações, o surgimento e queda de impérios, aparecem como dependendo da vontade e façanhas do homem. O desenvolvimento dos acontecimentos, em grande parte, parece ser determinado por seu poder, ambição ou capricho. Na Palavra de Deus, porém, é afastada a cortina e contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os conselhos de Sua própria vontade.
“A Bíblia revela a verdadeira filosofia da História” (Ellen G. White, Educação, p. 173).

Perguntas para reflexão
1. Por muitos anos, filósofos e teólogos têm debatido a espinhosa questão da presciência de Deus e o livre-arbítrio humano. Muitos os têm visto como incompatíveis. Argumentam que, ou não temos livre-arbítrio, ou Deus não conhece todo o futuro. Entretanto, por que as duas posições estão erradas? Quais são as evidências bíblicas de que temos livre-arbítrio? Que evidência temos de que Deus conhece o futuro?
2. Um dos ataques mais duros de Satanás foi contra o relato do capítulo 2 de Daniel. Parte de seu ataque foi usar eruditos que afirmaram que Daniel 2 foi escrito cerca de 165 a.C., muito tempo depois que muitos dos eventos preditos nesse capítulo já tinham ocorrido. No entanto, o argumento foi destruído pela própria profecia. Como Daniel poderia ter predito com tanta precisão a divisão de Roma nas nações da Europa moderna, o que não aconteceu até mais de 500 ou 600 anos depois de 165 a.C.? O objetivo de colocar uma data tardia para Daniel foi tentar despojá-lo de seu poder profético. Como podemos ver, essa tentativa falhou de forma lastimável.

Resumo: Por mais caótica que a história do mundo pareça, acima de tudo o Senhor está realizando Seus propósitos, e a história humana terminará com a gloriosa segunda vinda de Jesus.

Respostas sugestivas: 1: Tudo começou com a criação no princípio; o pecado se intrometeu na história; em breve Deus acabará com a história do mal, dando início à nova vida, na nova Terra; Jesus é o Alfa e o Ômega. 2: Homens santos profetizaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. Assim conhecemos o princípio e o fim da história. 3: O Senhor disse; Ele pronunciaria as sentenças; o profeta devia dizer o que Deus havia mandado. 4: O que Deus pensa e decide acaba se realizando na história; o poder de Deus é insuportável para os ímpios, mas protege os que nEle Se refugiam. 5: Deus predisse a sucessão de impérios: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma, a divisão do Império Romano e a pedra que simboliza o reino de Deus. A maior parte dessa profecia já se cumpriu. 6: Desde o pecado de Lúcifer, que se tornou Satanás e foi expulso do Céu para a Terra, existe um grande conflito entre o bem e o mal, entre anjos e demônios; o conflito envolve a humanidade e a Terra. 7: Jesus veio à Terra para viver, morrer e ressuscitar, para nos reconciliar com Deus e nos tornar novas criaturas.



Resumo da Lição 9 – A Bíblia e a história

Texto-chave: Apocalipse 1:8
O aluno deverá…
Conhecer:
A história do ponto de vista do grande conflito, que revela a vontade e o caráter de Deus, incluindo o profundo valor dado à livre escolha.
Sentir: Apreço pelo Deus que vai a tais extremos para demonstrar os fundamentos de Seu governo através dos eventos da história, com destaque para a cruz.
Fazer: Acreditar nas revelações de autoria do Espírito acerca da história e da profecia e decidir interpretar os eventos dos últimos dias da Terra de acordo com as Escrituras.

Esboço
I. Conhecer: A maior história
A. Como o grande conflito afeta nossa compreensão do passado, presente e futuro?
B. Que tipo de sofrimento Deus enfrentou para garantir nossa liberdade de escolha? O que isso demonstra sobre Seu caráter?
II. Sentir: A cruz no centro da história
A. A cruz nos ensina a valorizar o Deus que Se entrega para ser morto por Suas criaturas.
B. Por que a cruz é o ápice da história?
C. Que sentimentos são despertados em nós ao meditarmos nas revelações de Deus acerca do futuro, apresentadas por Daniel e outros profetas?

III. Fazer: Livre escolha
A. Como podemos demonstrar nosso apreço pelo caráter de Deus, conforme revelado ao longo da história, especialmente na cruz?
B. Como nossa aceitação da revelação profética afeta nosso relacionamento com Deus?
Resumo: A Bíblia não registra apenas a interpretação divina da história, mas comprova a habilidade de Deus em prever o futuro. O evento histórico mais importante de todos foi a cruz, que transformou a história e transpôs o abismo que o pecado criou entre Deus e a humanidade.

Ciclo do aprendizado

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A história humana abre uma janela para a operação do propósito e da vontade de Deus. Se examinarmos com atenção, reconheceremos as impressões digitais divinas nos assuntos humanos. No entanto, perceber Deus na história nunca removerá nossa necessidade de vê-Lo com os olhos da fé.
Só para o professor: Depois de compartilhar a seguinte introdução ao Ciclo do aprendizado desta semana, peça que os alunos façam uma lista com exemplos de distorções da história no passado e no presente. Examine as razões pelas quais alguns são propensos a “distorcer” a história.

O revisionismo histórico (o processo de alteração de uma visão aceita e geralmente antiga acerca dos eventos da história) é uma prática que tem sido elevada à categoria de obra de arte por alguns na mídia. Mas essa prática tem existido durante milênios antes da mídia moderna. A Bíblia apresenta um dos relatos mais infames e gritantes dessa distorção. Nos evangelhos, encontramos o registo da conspiração para a tentativa de revisionismo inventada contra Jesus após a ressurreição. No mais cruel toque de ironia, essa conspiração foi elaborada e aprovada por ninguém menos do que os membros do sacerdócio, as autoridades que Jesus havia estabelecido no passado. Esses mesmos sacerdotes subornaram os soldados romanos, que guardavam a tumba de Jesus, para que eles espalhassem o boato de que Seu corpo havia sido roubado. Foi a mentira mais desprezível, planejada para encobrir, a qualquer custo, o fato de que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
A história é propensa ao uso indevido e incorreto. Nunca subestime o desejo humano de reconstruir a história ao seu gosto. Como alguém já observou, os que escrevem a história de um evento raramente o fazem de maneira que reflita negativamente sobre si mesmos.
Pense nisto: Peça que a classe considere as seguintes questões: Se Deus é o único ser que conhece perfeitamente a história, os seres humanos, com todos os seus preconceitos e opiniões, podem ver Sua ação na história? Como podemos ter certeza de que não estamos espiritualizando a história na tentativa de provar a existência de Deus e Sua intervenção nos assuntos humanos?
Compreensão
Só para o professor: Em toda a Bíblia os escritores dirigidos por Deus repetem a história da Sua obra no âmbito da existência humana. Esta seção busca examinar por que essa repetição é importante, a estreita ligação que o Senhor tem conosco por meio de Cristo, e como Satanás trabalha para obscurecer a narrativa divina.

Comentário Bíblico

I. Contando e recontando
(Recapitule com a classe Ap 1:8; Dt 9:1-29.)
O estudo para esta semana examina a atuação de Deus na história, como pode ser vista pelas lentes de Sua Palavra, a Bíblia Sagrada. O verso para memorizar desta semana, um dos mais citados em todas as Escrituras Sagradas, revela a extensão da existência de Deus: Deus é o começo e o fim, Aquele que era, que é e que há de vir e, para que não esqueçamos: “O Todo-poderoso”. João estava lutando para reduzir a natureza sobrenatural de Deus para algo que os seres humanos pudessem entender.
Ao longo das Escrituras vemos tentativas escritas de lembrar o ser humano acerca da impressionante grandeza e magnífica bondade de Deus. Quando os israelitas estavam nos limites da terra prometida, Moisés começou a contar a história de Israel, especificamente a bondade de Deus apesar de sua indignidade. Ele fez esta forte declaração: “Não é por causa de sua justiça ou de sua retidão que você conquistará a terra delas. Mas é por causa da maldade destas nações que o Senhor, o seu Deus, as expulsará de diante de você, para cumprir a palavra que o Senhor prometeu, sob juramento, aos seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó” (Dt 9:5, NVI).
Moisés continuou a lembrar Israel de suas muitas falhas e da abundante graça de Deus. Na cultura oral em que Moisés atuou, recontar a história era mais do que mera formalidade. Se a história fosse esquecida, com certeza haveria problemas. Infelizmente, muitas vezes Israel se esquecia da mão de Deus em sua história e, quando isso ocorria, a apostasia acontecia.
Pense nisto: Os cristãos podem manter profunda ligação com Aquele que é “o Alfa e o Ômega” sem uma compreensão profunda de Sua atuação na história? Por quê? Quem no Novo Testamento narrou a história da liderança de Deus sobre o povo de Israel? Como o registro histórico dos atos de Deus afeta nossa experiência cristã e nossa caminhada com o Senhor?
II. A natureza fala
(Recapitule com a classe Sl 104; Cl 1:17.)
O estudo de segunda-feira, “Profetas como historiadores”, compartilha a maravilhosa ideia de que os processos da natureza não são um “mecanismo autossuficiente, com funcionamento independente”. Ao contrário, são oportunidades em que Deus atua a cada momento. Sabemos que a criação de Deus fala a nós (Sl 19:1, 2), mas há muita coisa que nós não compreendemos.
O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Colossos sobre a preeminência de Jesus Cristo na criação de Deus e na subsistência do planeta Terra. Ele declarou que Cristo é “antes de todas as coisas, e nEle tudo subsiste” (Cl 1:17, NVI).
Segundo o The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], “a palavra subsistir significa literalmente ‘reunir’, ‘manter junto’ ou ‘manter ligado’. A forma do verbo em grego enfatiza uma organização original e manutenção contínua da organização. O poder que mantém os distantes corpos do Universo em seus cursos designados com exatidão matemática e o poder que mantém as partículas do átomo em suas órbitas predeterminadas é o mesmo. Pelo poder de Cristo todas as coisas estão ligadas. Ele não somente as trouxe à existência, mas as mantém a cada momento” (v. 7, p. 192).
Pense nisto: Como o estudo de segunda-feira deixa claro, alguns argumentam que Deus criou o mundo físico e o abandonou. Muitos cientistas nem mesmo acreditam que Deus existe, para não falar de Seu ato de criação. Como os cristãos podem enfrentar esse pensamento? Devemos tentar abordar os que questionam o relato histórico da Bíblia sobre a criação, dentro e fora de nossas fileiras? Comente.

III. Dirigindo e moldando a história
(Recapitule com a classe Gn 3:15; Ap 12:7-17.)
De Gênesis a Apocalipse, a Bíblia revela a metanarrativa que está na base de toda a história humana: o conflito entre Deus e Satanás. João nos diz que a controvérsia se originou no Céu, que houve uma guerra entre as forças de Deus e as de Satanás, mas que Satanás não prevaleceu. O estudo de quarta-feira mostra até que ponto Satanás iria para afrontar a Deus: a crucificação de Jesus.
João apresenta dois seres que estão atuando na história, mas apenas um deles tem o poder de moldar e dirigir a história. Enquanto Deus trabalha por meio da história, Satanás trabalha para alterar essa história. Ele quer moldar nossa maneira de ver a Deus e Sua obra na Terra. No livro O Grande Conflito, Ellen G. White escreveu: “O objetivo do grande rebelde sempre foi se justificar, e provar ser o governo divino responsável pela rebelião. A esse fim aplicou todo o poder de seu grande intelecto. Trabalhou deliberada e sistematicamente, e com maravilhoso êxito, levando vastas multidões a aceitar seu modo de ver quanto ao grande conflito que há tanto tempo se vem desenvolvendo. Durante milhares de anos esse chefe da conspiração tem colocado a falsidade em lugar da verdade. Mas agora é chegado o tempo em que a rebelião deve ser finalmente derrotada, e descobertos a história e o caráter de Satanás” (p. 670).
Pense nisto: Se as pessoas estão desenvolvendo visões distorcidas de Deus com base nas mentiras de Satanás, como podemos ajudá-las a ver o Deus bondoso a quem conhecemos e amamos? Como o sacrifício de Jesus na cruz influencia nossa visão de Deus?
Aplicação
Só para o professor: A lição desta semana destaca numerosas provas bíblicas de que Deus atua nos assuntos humanos. No entanto, muitas pessoas acham difícil acreditar no Deus da Bíblia. Esta seção prática se destina a examinar o relato divino da história e como ele é visto fora do círculo cristão adventista.
Perguntas para reflexão
1. A lição de terça-feira destaca Daniel 2. A história descreve o surgimento dos reinos mencionados em Daniel 2. Em face do cumprimento dessa profecia, por que alguns ainda se recusam a acreditar no Deus que deu a Daniel essa visão do futuro?
2. Por que os fatos históricos sobre a atuação divina não impele algumas pessoas a acreditar? Que problemas de fé surgem quando se procura confirmar o relato histórico da Bíblia com o registro da história secular? Os dois são compatíveis? Comente.
Perguntas de aplicação
1. Se Deus levou os escritores bíblicos a registrar Suas ações nos assuntos humanos, podemos ter certeza de que é importante relembrá-las. Como você registra as ações divinas em sua história pessoal? Que histórico da atuação de Deus em sua vida você deixará para trás?
2. Um dos pontos verdadeiramente belos na lição desta semana é encontrado no estudo de quinta-feira, o qual declara que a morte de Jesus por nossos pecados não apenas nos purificou, mas também criou para nós uma nova história, que continuará pela eternidade. Se alguém lhe pedisse para resumir sua história antes e depois de Cristo, o que você diria, e por quê?

Perguntas para testemunho
1. Leia Isaías 43:12. Que palavra que Deus usou para descrever Israel? Qual era o único chamado que Ele tinha para eles? Eles cumpriram esse chamado?
2. Se Deus escolheu os judeus para ser Suas testemunhas, o que devia constituir a essência de seu testemunho sobre quem é Deus? Em outras palavras, o que eles deviam dizer ao mundo a respeito de Deus por meio de seu estilo de vida e das palavras que eles falavam?
3. Que aspectos de sua história os israelitas podiam compartilhar para mostrar a mão de Deus em sua vida? Que aspectos de sua vida você compartilha para mostrar às pessoas a mão de Deus na sua história?
Criatividade
Só para o professor: Peça que os alunos considerem como os que estão em crise podem interpretar mal a atuação de Deus. Em seguida, aplique o que aprendeu nesta semana na seguinte situação:

Depois de falar com o chefe, um desanimado colega de trabalho volta à sala para chorar. A reunião não foi boa. O homem sabia que as demissões estavam acontecendo, mas nunca pensou que ocorreria com ele. Enquanto pensava em sua nova realidade, ficava irado. Lembrava de todas as ofensas que havia sofrido de colegas que não trabalhavam com tanta dedicação quanto ele, mas continuavam empregados. Ele pensava até em se vingar.
Ao sair do escritório, ele para diante de você, e lhe conta a má notícia.
“Eu não sei por que isso está acontecendo comigo”, ele diz, baixando a cabeça. “Tento fazer tudo do jeito certo. Trabalho duramente. Vou à igreja. Cuido da minha família. Por que Deus está fazendo isso comigo?”
Com base no que você aprendeu nesta semana, o que você diria a esse colega de trabalho sobre a maneira de Deus atuar em nossa vida e na história?

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