Lição 5 – A Santidade de
Deus
PUBLICADO
EM: 27/01/2012 | 13:06
A santidade de Deus
Sábado à tarde
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Bíblico: Êx 32, 33
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VERSO PARA
MEMORIZAR: “Exaltem
o Senhor, o nosso Deus; prostrem-se, voltados para o Seu santo monte, porque o
Senhor, o nosso Deus, é santo” (Sl 99:9,
NVI).
Leituras
da semana: Mt 11:10; Mc 1:2; Gn 2:3; Jó 42:5, 6; Lc 5:1-11; Lc 4:31-36; Is 6:1-3; Ap 4:8, 9
Pensamento-chave: As
Escrituras dão muita atenção à santidade de Deus. O que essa santidade nos diz
acerca de como é Deus e o que isso significa para o plano da salvação?
Um dos pressupostos fundamentais dos
escritores bíblicos é o de que o Deus do Céu existe. Nenhum deles jamais
expressou qualquer dúvida sobre isso e nenhum deles fez qualquer tipo de
tentativa de provar isso. A existência de Deus é um princípio, um ponto de
partida, Assim como um axioma em geometria.
Em vez disso, encontramos entre os 66
livros da Bíblia uma extensa narração de como é Deus e como Ele Se relaciona
conosco, seres caídos a quem Ele deseja resgatar.
A lição desta semana focaliza um
aspecto da natureza de Deus que é fundamental nas Escrituras: a santidade de
Deus. Sim, Deus é amor. Sim, Deus ordena que O chamemos de “Pai”. Sim, Deus é
paciente, perdoador e solícito.
Mas, segundo as Escrituras, Sua
santidade é fundamental para nossa compreensão de Deus. Tanto no Antigo quanto
no Novo Testamento, a santidade de Deus alicerça a revelação de Si mesmo. Esse
tema aparece através das Escrituras, de uma ou de outra maneira.
O que significa dizer que Deus é
santo? Como a Bíblia descreve Sua santidade? E como nós, seres impuros, podemos
nos relacionar com um Deus como esse?
Ano Bíblico: Êx 34–36
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“Está escrito”
Mesmo um estudo superficial da
história da igreja deixa claro que é muito fácil desenvolver ideias sobre Deus
e então adorar essas ideias, em lugar de adorar o próprio Deus revelado na
Bíblia. Como o cético Voltaire ironizou: “Deus fez o homem à Sua imagem, e o
homem retribuiu a honra”. Podemos nem mesmo perceber que temos uma compreensão
incompleta ou falsa de Deus.
Assim, precisamos retornar às
Escrituras e comparar nosso pensamento sobre Deus com o que é ensinado ali.
Esse estudo deve incluir ambos os Testamentos, pois em ambos o Senhor nos
falou. Este ponto é importante porque alguns têm argumentado que o Deus
revelado no Novo Testamento é diferente do que é revelado no Antigo. Essa não é
uma posição aceita pelos adventistas do sétimo dia, nem é uma posição ensinada
na Bíblia.
Milhares de vezes as mensagens
proféticas do Antigo Testamento estão entremeadas com a frase “assim diz o
Senhor” ou uma equivalente. Isso deve nos lembrar de que não somente o profeta
estava falando para Deus, mas o próprio Deus estava falando, por meio do
profeta.
Ao mesmo tempo, o Novo Testamento está
cheio de referências ao Antigo Testamento. De fato, toda a teologia do Novo
Testamento está intrinsecamente ligada ao Antigo Testamento. Como é possível,
por exemplo, entender o sacrifício de Jesus, à parte de todo o sistema de
sacrifícios revelado no Antigo Testamento? Quantas vezes Jesus, bem como os
escritores do Novo Testamento, se referiram às passagens do Antigo Testamento,
a fim de apoiar seus argumentos e ideias? Todo o Novo Testamento encontra seu
fundamento teológico no Antigo. Não há justificativa para nenhuma divisão
radical entre eles. Toda a Escritura, ambos os Testamentos, é inspirada pelo
Senhor (2Tm 3:16).
2. Qual é
a ligação entre o Novo Testamento e o Antigo? Como Jesus, bem como os
escritores do Novo Testamento, viam o Antigo Testamento? Mt 4:4; 11:10; Mc 1:2; 7:6; Jo 12:14, 15; At 13:33; Rm 3:10; Gl 3:13; 1Pe 1:16; 1Co 5:7
Mark Twain disse uma vez que não eram
as partes da Bíblia que ele não entendia que o incomodavam; eram as partes que
ele entendia. Quem não encontra, às vezes, trechos enfadonhos na Bíblia? Diante
do que a Bíblia diz sobre si mesma (2Tm 3:16), como
devemos reagir às partes que não entendemos, ou de que talvez nem mesmo
gostemos? (1Co 13:12).
Ano Bíblico: Êx 37, 38
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Ser separado
3. Qual é
a primeira vez em que o conceito de “santidade” (da mesma raiz que, muitas
vezes, é traduzida como “santificado”) é mencionado nas Escrituras? Qual é a
importância do fato de que a primeira coisa considerada santa na Bíblia é o
tempo? Gn 2:3
Esse texto nos dá a primeira
compreensão da santidade. Mostra que alguma coisa, nesse caso o tempo, é
“separada” daquilo que está em torno dela. O sétimo dia, em si, não é diferente
de nenhum outro período de 24 horas de pôr do sol a pôr do sol. O que o torna
diferente, “santo”, é a declaração divina. Ele o separa do restante da semana.
A palavra hebraica ali para
“santificou” significa “tornou santo” ou “declarou santo”. Santidade, portanto,
sugere algo especial sobre o que é “santo”, algo que o separa do que não é
santo.
Até certo ponto, essa ideia deve nos
ajudar a entender a santidade de Deus. Ele é separado de todas as outras coisas
na criação. Ele é separado de modo transcendental, muito acima e além de
qualquer coisa que possamos realmente compreender. Ser santo é ser “outro”, ser
diferente de maneira especial, como acontece com o sábado do sétimo dia.
4. O que
destaca a santidade de Deus, em comparação com os falsos deuses? Êx 15:11; 1Sm 2:2;Sl 86:8-10; Sl 99:1-3; Is 40:25
Esse conceito de santidade deve nos
ajudar a entender mais a diferença entre um Deus santo e uma raça de pecadores.
Deus é separado de nós, não apenas porque Ele é o Criador e nós, as criaturas,
mas porque somos seres caídos. Tudo isso deve nos ajudar a entender mais o que
Cristo fez por nós.
Mesmo tendo sido criados à imagem de
Deus, de que forma somos radicalmente diferentes dEle? Como essas diferenças
nos ajudam a entender nossa necessidade de um Salvador? Faça uma lista dessas
diferenças e leve para a classe no sábado.
Ano Bíblico: Êx 39, 40
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Arrepender-se no pó e na cinza
Depois de suportar sofrimento
desumano nas mãos de Satanás, Jó clamou: “Meus ouvidos já tinham ouvido a Teu
respeito, mas agora os meus olhos Te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e
me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42:5, 6, NVI).
5. Como Jó
percebeu a santidade de Deus, em contraste com a pecaminosidade humana? Que
aspecto do evangelho pode ser visto na reação de Jó ao encontro com Deus? O que
mudou na visão dele acerca de si mesmo? Jó 42:5, 6
O profeta Ezequiel, a quem Deus
graciosamente enviou aos israelitas (embora eles estivessem cativos em
Babilônia como resultado de sua infidelidade), também experimentou a
impressionante presença de Deus. O que aconteceu? (Ez 1:28).
Jacó teve que fugir de casa após
enganar seu pai Isaque e seu irmão gêmeo Esaú. Qual foi a resposta de Jacó
depois de sua visão noturna da escada para o Céu e de Deus falando com Ele? (Gn 28:16, 17).
Enquanto Israel permanecia acampado
no Sinai, o Senhor novamente desceu na nuvem sobre o monte e Se manifestou a
Moisés. Como Moisés reagiu? (Êx 34:8).
Daniel, outro profeta durante o
cativeiro babilônico de Israel, também recebeu importantes visões de Deus,
enquanto servia como alto funcionário do governo.
6. Embora
repetidamente ouvisse que era amado no Céu, como Daniel reagiu quando recebeu
uma visão de Deus? Por que você acha que ele teve essa reação? Dn 10:5-8
Embora esses homens fossem fiéis,
piedosos e justos (eles eram até mesmo profetas!), suas reações à presença de
Deus foram de medo, tremor e adoração. Sem dúvida isso ocorreu porque, entre
outras coisas, eles tiveram um senso da própria indignidade e pecaminosidade,
em contraste com a santidade de Deus. Em sua própria maneira, essas passagens
sugerem a necessidade de um Salvador, um substituto, alguém para transpor o
abismo entre o Deus Santo e criaturas pecaminosas como nós. Graças ao Senhor,
temos essa ponte em Jesus.
Imagine você tendo uma experiência
semelhante à de um desses homens mencionados acima. Como você reagiria, e por
quê?
Ano Bíblico: Lv 1–4
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“Afasta-Te de mim!”
No Antigo Testamento, encontramos um
consistente histórico de respostas humanas ao Deus santo. E no Novo Testamento?
Alguns cristãos modernos argumentam que o Antigo Testamento apresenta um quadro
primitivo e ultrapassado de Deus: um Ser severo e muito propenso à ira. Mas
quando Jesus veio ao mundo, Ele era o Deus da graça e do amor. Sabemos, é
claro, que essa é uma visão distorcida da Bíblia e do caráter desse Deus que
não muda.
7. O que
os escritores do Novo Testamento ensinam sobre a santidade de Deus? Como isso
mostra a coerência entre o Antigo e o Novo Testamento acerca da santidade de
Deus? Lc 5:1-11
Depois que esses pescadores
trabalharam durante toda a noite, mas sem sucesso, Jesus proporcionou uma pesca
miraculosa para Seus esforçados discípulos. Quando isso ocorreu, se poderia
pensar que uma resposta humana normal seria gratidão a Jesus por essa extraordinária
ajuda financeira.
A resposta de Pedro, porém, estava
focalizada em outra coisa. Sua reação foi muito parecida com a dos personagens
do Antigo Testamento que encontraram o Senhor.
“Mas Pedro não cuidava agora de
barcos e cargas. Esse milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi
para ele a manifestação de poder divino. Viu em Jesus alguém que tinha toda a
natureza sob Seu comando. A presença da divindade revelou sua própria
impiedade. Amor por seu Mestre, vergonha de sua incredulidade, gratidão pela
complacência de Cristo e, sobretudo, o sentimento de sua impureza na presença
da pureza infinita, tudo o subjugou. Enquanto os companheiros punham em
segurança o conteúdo da rede, Pedro caiu aos pés do Salvador, exclamando:
‘Senhor, retira-Te de mim, porque sou pecador’” (Lc 5:8; Ellen G.
White, O
Desejado de Todas as Nações, p. 246).
Por que essa reação? É porque não
mais estamos no Jardim do Éden, onde Adão e Eva, antes da queda no pecado,
saudavam a presença de Deus no frescor do anoitecer. Essa íntima comunhão mudou
drasticamente logo depois da queda, quando o casal correu e se escondeu. Não
mudou muita coisa desde então. Na verdade, essa reação continua ao longo das
Escrituras. Sempre que um ser humano encontra o Deus vivo, há o espanto inicial
de finalmente ver a verdadeira profundidade do próprio pecado.
Quando foi a última vez em que você
examinou atentamente sua natureza pecaminosa? Uma visão terrível, não é? Qual é
sua única esperança, e por quê?
Ano Bíblico: Lv 5–7
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Quando demônios falam
8. Que
testemunho foi dado pelo demônio sobre a santidade de Cristo? Que lições
podemos tirar dessa história sobre a santidade de Deus? Lc 4:31-36
Demônios, que são anjos caídos, se
lembram de quem Jesus realmente é, e mesmo eles, em sua maldade, ódio e
rebelião, são constrangidos a reconhecer Sua santidade. Observe, também, que
eles temiam que Ele os destruísse. Por que tanto medo? Deve ter sido porque, sendo
tão cheios de pecados, mesmo os demônios temem diante da santidade de Deus, até
certo ponto da mesma forma que os seres humanos pecaminosos fazem.
No último livro da Bíblia, João
descreve uma visão dada por Deus (Ap 1:12-17). João,
às vezes, é mencionado como o apóstolo que teve a maior compreensão do amor de
Deus. No entanto, ao encontrar o santo Deus, ele apresentou a mesma reação que
vimos no Antigo Testamento.
Além disso, uma visão de como os
seres celestiais adoram a Deus no santuário celestial revela uma imagem
semelhante à que Isaías descreveu séculos antes em uma visão (Is 6:1-3).
Embora Deus seja amor, e todos os seres
celestiais O adorem, podemos ver que, ao redor do trono celestial de Deus, o
hino de adoração não é “Deus é amor, amor, amor”. Os seres celestiais também
não clamam: “Deus é bom , bom, bom”. Em lugar disso, dia e noite, esses seres
poderosos exclamam: “santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso”
(NVI). Ainda que todo o Céu esteja envolvido no ministério do amor de Deus e da
salvação ao mundo, seres celestiais ao redor do trono de Deus dia e noite
louvam Sua santidade. Sendo seres sem pecado, eles ficam admirados com Sua
santidade, mas não se escondem com medo dela, como os seres caídos.
Em todos os encontros humanos com o
divino, como descritos nas Escrituras, nunca se encontra sinal de que Deus seja
assustador. Em vez disso, o que vemos é que, à luz penetrante de Sua santidade,
os seres humanos finalmente se veem como realmente são. E isso é assustador.
Nas Escrituras, quando as pessoas realmente encontram o Deus do Céu, não
existem palmas, tapinhas nas costas, nem cânticos alegres. Ao contrário, há
humilhação e arrependimento pessoal. Cada um vê e admite sua culpa pessoal, sem
desculpas e sem referências às faltas dos outros. Como as nossas palavras,
nossa vida e nossas ações seriam diferentes se vivêssemos com a sensação
constante, não somente da presença de Deus, mas também de Sua santidade!
Ano Bíblico: Lv 8–10
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Estudo adicional
Quando Cristo Se coloca diante da
multidão de negociantes no templo, “silencia o tumulto. O som do comércio e das
negociações cessa. O silêncio se torna penoso. Apodera-se da assembleia um
sentimento de respeito. É como se estivessem citados perante o tribunal de
Deus, para responder por seus atos. Olhando para Cristo, veem a divindade
irradiando através do invólucro humano. A Majestade do Céu está como o Juiz há
de estar no derradeiro dia… com o mesmo poder de ler o coração. Seu olhar
percorre rapidamente a multidão, abrangendo cada indivíduo. Seu porte parece
elevar-se acima deles, em imponente dignidade, e uma luz divina ilumina Seu
semblante. Fala, e Sua clara, retumbante voz – a mesma que, do Sinai, havia
proclamado a lei que sacerdotes e principais agora transgridem – ouve-se ecoar
através dos arcos do templo: “Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa
de Meu Pai um mercado (Jo 2:16, NVI).
“… Com zelo e severidade nunca antes
por Ele manifestados, derruba as mesas dos cambistas… Ninguém pretende questionar
Sua autoridade… Oficiais do templo, sacerdotes que especulavam, corretores e
mercadores de gado, com suas ovelhas e bois, saem precipitadamente do lugar,
com o único pensamento de escapar à condenação de Sua presença” (Ellen G.
White, O
Desejado de Todas as Nações, p. 158).
Perguntas
para reflexão
1. Por que a justiça própria e a
satisfação pessoal, especialmente acerca da própria condição espiritual, é um
engano muito perigoso? O que nos ajuda a perceber esse engano?
2. Pense numa pessoa “santa”, que
parece justa, honesta e pura. Alguém “separado” das pessoas. Como você reage à
presença dela? Ela faz você se sentir bem ou mal, e por quê?
Resumo: Pode ser
mais agradável se concentrar no amor de Deus, em vez de Sua santidade, mas isso
seria distorcer a verdade. Compreender Sua santidade, e, em contrapartida, a
nossa pecaminosidade, é crucial para entender o que significa a expiação, por
que ela é tão desesperadamente necessária, e por que teve um preço tão elevado.
Respostas
sugestivas: 1: Assim diz o Senhor; Palavra do Senhor. 2: As palavras do Novo Testamento
são fundamentadas nas palavras do Antigo Testamento. Jesus e os escritores do
Novo Testamento citaram o Antigo Testamento muitas vezes. 3: Na ocasião em que
Deus descansou, abençoou e santificou o sábado. A santificação do tempo ajuda
as criaturas a manter na mente a lembrança de sua origem e de seu
relacionamento com o Criador. 4: Feitos gloriosos e tremendos; não há nenhum
outro além de Deus; Suas obras são incomparáveis; Ele é o Criador, digno de
adoração. 5: Ao ver a santidade de Deus, Jó desprezou sua impureza; diante da
grandeza de Deus, se arrependeu, se humilhou e mudou de atitude. 6: Diante da
visão da santidade de Cristo, em contraste com sua indignidade, Daniel ficou
sem forças, muito pálido e quase desfaleceu. 7: Ao perceber o milagre da pesca,
operado pela palavra de Jesus, Pedro não se sentiu digno de estar perto de
Jesus. 8: O demônio reconheceu que Jesus era o Santo de Deus. Mesmo
reconhecendo a verdade, a impureza do demônio tornava necessária sua expulsão.
9: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, que era, que é e que
há de vir.”
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